sexta-feira, 21 de março de 2008

Revista Piauí Interroga: A Vale é Verde?

A Revista Piauí publica matéria "A Vale é verde?", assinada por Luiz Maklouf Carvalho, em que afirma que a Companhia Vale do Rio Doce gastará até o fim do ano mais de 400 milhões de reais na preservação do meio ambiente. Paradoxalmente, a Vale é também a mineradora campeã em multas do Ibama, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente. Desde a privatização, levou 56 autos de infração, no valor de 37 milhões de reais. A mineradora não reconhece a maioria deles.
Em maio, a Vale comemora 10 anos de privatizada. No mês seguinte, ela completa seu sexagésimo quinto aniversário. Trata-se da segunda maior mineradora do mundo (a maior é a anglo-australiana bhp Billiton). O investimento agora anunciado é quatro vezes mais do que desembolsou em 2004 em projetos ecológicos. O investimento reforça sua imagem de companhia "verde", estratégia importante para ganhar pontos num mercado internacional cada vez mais sensível às questões ambientais.
O artigo conclui que "a estratégia ambígua da Vale de investir no meio ambiente e paralelamente recorrer das multas não é uma invenção da administração privada. A maior das estatais, a Petrobras, também é uma das maiores infratoras das leis ambientais do país. Além do mais, desde a privatização o investimento da Vale na área se multiplicou, assim como a cobrança dos órgãos ambientais. Entre 1979 e 1989, por exemplo, no período anterior à privatização, a Mineração Rio do Norte, ligada à Vale, provocou um dos maiores desastres ambientais da Amazônia: despejou 24 milhões de toneladas de rejeitos da lavagem de bauxita no lago Batata, no Pará. Não houve multa, nem ação do Ministério Público".

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