sábado, 30 de janeiro de 2010

COMPROMISSO COM OS CATADORES








A situação desumana dos catadores em Fortaleza











BANCO DO NORDESTE DO BRASIL RENOVA COMPROMISSO COM A REDE DE CATADORES DO CEARÁ

Fortaleza, 29 de janeiro de 2010 – O Banco do Nordeste (BNB) renovou hoje o Termo de Compromisso do Programa Coleta Seletiva Solidária com a Rede de Catadores de Resíduos Sólidos Recicláveis do Estado do Ceará. A assinatura foi realizada às 14h, na sede do BNB, no Passaré. Estiveram presentes gestores do Banco, na área de Responsabilidade Socioambiental, e representantes da Rede de Catadores.

A renovação do acordo prevê a continuidade da sistemática das coletas na Direção Geral (Passaré) e nas agências de Fortaleza e Maracanaú até janeiro de 2011, bem como o recolhimento do óleo de cozinha proveniente de doações voluntárias dos colaboradores e do restaurante do Banco. A campanha de arrecadação na Instituição envolve a realização de campanhas para conscientizar e envolver os funcionários.

Segundo a presidenta da Rede de Catadores de Estado do Ceará, Conceição da Silva, que congrega 15 entidades, a renovação do termo de compromisso é fundamental, já que o volume de doações do Banco representa mais da metade do que é arrecadado. “O Banco é o nosso principal parceiro. É uma ajuda necessária, de onde a gente tira nossa renda e faz as reformas dos galpões que alojam os resíduos”, afirmou Conceição da Silva.

Para o gerente em exercício de Responsabilidade Socioambiental do BNB, Francisco de Assis Morais Sobrinho, os benefícios decorrentes do Programa são compartilhados entre a Rede, o Banco e a sociedade em geral. “A gestão de resíduos contribui com a melhoria da qualidade ambiental e com a mudança de cultura das pessoas. Nesse sentido, a postura individual, com a correta destinação de resíduos, é a forma mais efetiva de construção de uma sociedade mais sustentável”, afirmou Sobrinho.

O BNB vem realizando a Coleta Seletiva Solidária desde dezembro de 2007. No ano passado, foram doadas mais de 160 toneladas de resíduos recicláveis por meio do Programa. As doações geraram recursos da ordem de R$ 30 mil, beneficiando diretamente 400 integrantes da Rede.

Em dezembro, a Instituição foi agraciada com o Prêmio Melhores Práticas da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P). Criado pelo Ministério do Meio Ambiente, a premiação tem a finalidade de reconhecer as melhores iniciativas de órgãos e instituições que contribuam para a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento sustentável. Com o projeto "Sistema de Gestão Ambiental (SGA) – Coleta Seletiva Solidária", o BNB foi o vencedor na categoria Gestão de Resíduos.

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Fonte:

BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/A

Ambiente de Comunicação Social

(85) 3299 3149

Fórum Transnacional da Emancipação Humana

Preparação do fórum com estudos aos sábados.

Em primeiro lugar, vocês devem estar percebendo que achamos importante mantê-l@s informad@s sobre as iniciativas para a preparação do Fórum Transnacional da Emancipação Humana, que acontecerá entre 01 e 05 de agosto aqui em Fortaleza, bem como os passos para a organização do movimento Emancipação Humana Já! ( o nome ainda está em discussão). É claro que estamos sempre renovando o convite para a participação e, quando possível, a divulgação.

O convite de hoje é para um estudo que se realizará amanhã, sábado, com a seguinte programação:

Programação

Crítica Radical e a Superação do Fetichismo – Exposição e debate

Estudo Preparatório ao Fórum Transnacional da Emancipação Humana

E ao Lançamento do Movimento Emancipação Já!

30.01 – Sábado – de 9h as 11h30m - Faculdade de Arquitetura da UFC

(Av. da Universidade, em frente à Reitoria).

Bibliografia:
1º capítulo do Capital – Karl Marx (http://guy-debord.blogspot.com/2009/06/karl-marx-o-capital-capitulo-i.html)
Texto Emancipação Humana Já! - Crítica Radical e a Superação do Fetichismo (em anexo)
2° capítulo do livro As Aventuras da Mercadoria – para uma nova crítica do valor, de Anselm Jappe
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Essa atividade dá início a um programa de estudos, no sentido do esclarecimento e aprofundamento da crítica radical do valor-dissociação, seus fetichismos e sua crise e a perspectiva emancipatória. Está dentro do esforço para responder a questões importantes que estarão em pauta no Fórum Transnacional da Emancipação Humana e que foram levantadas por ocasião do pré-lançamento do Movimento Emancipação Humana Já!, no último sábado, entre as quais:

- Porque afirmamos que o movimento tem que ser antifetichista? O que é mesmo o fetichismo?

- Como entender uma “abstração real”, o valor-dissociação, que exerce uma “dominação sem sujeito” sobre as pessoas humanas, nossa vida, nossos sentimentos, nossa relação com os outros e com a natureza e que agora nos ameaça e ao planeta de destruição?

- Porque afirmamos que o trabalho não dignifica, mas desumaniza o “homem”? Quais os elementos para se afirmar que a crise atual é a crise do colapso do sistema produtor de mercadorias?

- É possível salvar o planeta, eliminar a violência e elevar consideravelmente os índices de “Felicidade Interna Bruta” (FIB em vez de PIB) nos marcos deste sistema?

- É “natural” e “eterno” nos submetermos todos(as), mais de 6 bilhões de pessoas no planeta, completamente, desesperadamente, com a colaboração da política e da democracia (ou das ditaduras), à lógica destrutiva e autodestrutiva sem sujeito do dinheiro e seu sistema? O que é mesmo o dinheiro? Qual sua origem? Que transformações sofreu até se tornar o verdadeiro deus da modernidade?

. .

“Ouro? Ouro amarelo, brilhante, precioso!
Eis o bastante para fazer do negro, branco;
do feio, belo; do injusto, justo; do vil, nobre;
do velho, novo; do covarde, valente.

Ah, deuses! E por que razão?
O que é isso, deuses sagrados?
É ele que faz com que os vossos
sacerdotes e servos se afastem de vós;
ele arrancará o travesseiro de baixo
da cabeça dos homens fortes.

Este escravo amarelo edifica e arrasa as vossas religiões;
abençoará os malditos colocando
os gatunos nos bancos dos senadores,
dando-lhes títulos, genuflexões e homenagens.

É ele que casa de novo a viúva deformada,
aquela que causaria náuseas
num hospital de úlceras repugnantes,
o ouro a perfuma e enfeita
para um dia de abril.
Vem cá, terra maldita,
Prostituta do gênero humano”.



(Shakespeare – Tímon de Atenas, Ato IV, Cena 3.

. .

- É possível superar a 2ª natureza fetichizada e realizar uma nova humanização? Como fazer para quebrar a matrix, desenvolver uma nova consciência antifetichista, superar o sujeito-mercadoria e construir uma nova relação social? O que é mesmo a emancipação humana?

- Como organizar o movimento?



A partir desses questionamentos, ficou acertado:



1 - Fortalecer, sob todos os aspectos, a preparação do Fórum Transnacional da Emancipação Humana (1º a 05/ Agosto de 2010).

2 - Realizar um Ciclo de Estudos todos os sábados pela manhã, de 9h as 11h30m, formar grupos de leitura e debate e disponibilizar um “plantão” para esclarecimento de dúvidas e questionamentos. Desenvolver várias formas de comunicação no sentido de facilitar a apreensão do conteúdo, como: montar uma peça de teatro, programa de rádio, TV, jornal, revista, fanzine, quadrinhos, reproduzir o cordel do dinheiro, entre outras iniciativas.

3 - Realizar lançamentos do movimento Emancipação Já! nos dias 25/02 (confirmar Casa Amarela) e 04/02, na Praça do Ferreira e daí por diante nos bairros, escolas, etc.;.



Um grande abraço



Rosa Fonseca e demais da Crítica Radical



PS: Para quem não viu ainda, seguem novamente alguns endereços eletrônicos com material sobre as nossas atividades



http://www.youtube.com/watch?v=hTmhYqt05C0



http://www.dailymotion.com/commented/user/criticaradical/1



http://www.fortalezanocentro.com.br/confraternizacao-marxistas-em-festa/



Além do e-mail vocês podem entrar em contato pelos telefones (85) 88166254/30910861/ 30812956 ou na Casinha Ecológica no pátio da Arquitetura da UFC, onde está instalada a secretaria do Fórum.

"O Vosso Desenvolvimento é o Nosso Massacre"

Delegação indígena denuncia a Transposição na Europa

Na Itália, o primeiro país do giro pela Europa, a delegação Nordestina denunciou os impactos nefastos da transposição do rio São Francisco e as violações dos direitos humanos na preparação e execução do projeto.

A delegação indígena leva um grito de alarme para os governos e a sociedade civil dos países europeus: o rio São Francisco já sofreu tantas agressões, como a construção de sete barragens hidrelétricas e desmatamento, que não tem condições para suportar outro projeto de exploração intensiva das suas águas. Os danos ambientais serão irreparáveis e levarão à morte do rio que, em vez de outro projeto de engenharia, precisa na verdade de uma revitalização.

Desenvolvimento: não a todo custo

Em Roma, Itália, a delegação participou de várias atividades públicas. No dia 25 de janeiro, houve uma conferência publica na Sala da Paz da Província. No dia seguinte, a delegação participou de um encontro público no Centro Italiano pela Paz (Cipax). Pretinha Truká, Uilton Tuxá e Saulo Feitosa também foram recebidos pelo deputado nacional italiano Domenico Scilipoti, que faz parte da "Comissão Meio ambiente, Território e Obras Públicas", e que luta contra a privatização da água na Itália.

“A transposição acaba com os nossos povos e nosso estilo de vida”. Essa foi a mensagem que os membros da delegação passaram às diferentes platéias. Pretinha, liderança do povo Truká, foi enfática sobre o projeto que o governo apresenta como um grande passo de desenvolvimento: "O vosso desenvolvimento é o nosso massacre!", afirmou

Uilton dos Santos, cacique do povo Tuxá e coordenador geral da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME), deixou claro que a oposição ao projeto da Transposição não é uma mera oposição dos povos indígenas ao desenvolvimento em si, mas à forma de alcançá-lo. "Desenvolvimento sim, mas não a todo custo. A economia passa por cima da vida e por cima dos direitos humanos dos povos indígenas e das comunidades tradicionais”, ressaltou.

Acesso à água para todos

Uilton salientou ainda que a transposição transformará o rio São Francisco no maior mercado hidrográfico do mundo, o que se contrapõe totalmente à concepção indígena: “Para os índios, a água é um bem comum da humanidade, não é mercadoria”.

Ele também afirmou que, segundo dados do próprio governo, a água da transposição somente beneficiará o agronegócio e empresas metalúrgicas, dentre outras indústrias, sem beneficiar os povos carentes da região. Estes não terão acesso à água dos canais, contrariamente ao anúncio do governo, de que o grande lema da transposiçãoseria ‘levar água para o povo sedento’ do semi-árido. “Ao mesmo tempo, o próprio governo elaborou um plano alternativo de gestão hídrica para o Nordeste, o famoso Atlas”, continuou Uilton “que, com a metade dos custos, pode beneficiar um número muito maior de pessoas e resolver o problema da distribuição de água no Nordeste, com impacto ambiental menor e democratização do acesso à água para os pobres da região”.

Etnocídio

O terceiro membro da delegação, Saulo Feitosa, secretário adjunto do CIMI, colocou a transposição no contexto mais abrangente das ameaças que o PAC representa para os povos indígenas. "Tem 450 obras dos programas do governo Lula que afetam Terras Indígenas. Segundo nossos dados e pesquisas, por exemplo, tem pelo menos 21 projetos que afetam povos indígenas não contatados, que estão em risco de extinção. Temos experiências anteriores, esses encontros são fatais para estes povos. Nesse sentido, a gente fala de etnocídio”.

ONU

Depois dos encontros na Itália, a delegação segue para Genebra, na Suíça, a fim de encontrar-se com representantes da Organização das Nações Unidas. Os contatos confirmados são com a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, o relator especial sobre os Direitos Indígenas, a relatora especial sobre o direito à Água e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que emitiu observações para o Governo brasileiro sobre o descumprimento da Convenção 169 no caso do projeto da transposição do rio São Francisco.

Em seguida, a delegação viajará para Bruxelas (Bélgica) e Berlim (Alemanha).

Mais informações:

CIMI 55/61/2106 1666 Paul
CIMI Europa 39/3336348279 Martina
CPP / NE 55/75/8835 3113 Alzeni Tomáz
Via Campesina 55/82/9950 0227 Hélio
Povo Truká 55/87/ 9606 6065 Cacique Neguinho
Povo Tumbalalá 55/87/ 9131 0008 Cacique Cícero
NECTAS/UNEB 55/87/ 88 56 0622 Juracy Marques

Maíra Heinen
(61) 2106 - 1670 / 9979-6912
www.cimi.org.br
http://twitter.com/CimiNacional

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ciência, religião e o Haiti

A realidade é crua: a natureza não precisa de nós

De: MARCELO GLEISER. Professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "A Harmonia do Mundo".


É impossível encontrar palavras para descrever a tragédia no Haiti. De longe, lemos depoimentos e jornais. Assistimos às notícias na TV, chocados em ver uma população inteira em profunda agonia, num estado de total fragilidade e de caos. Crianças perdidas de seus pais (ou órfãs) e milhares de pessoas morrendo de fome e sede.

Gangues de jovens -- mais de 50% da população tem menos de 18 anos -- atacando aqueles que tem algo para comer ou tentando roubar tudo o que podem. Nenhuma água, gasolina ou qualquer forma de comunicação. A vida forçada a parar por completo, um apocalipse real, provocado por forças muito além do nosso controle.

Mesmo que a ciência possa explicar as causas dos terremotos e das erupções vulcânicas, permanece incapaz de prever quando irão ocorrer. Saber a localização das falhas geológicas onde os terremotos ocorrem claramente não é suficiente. Modelos e explicações permanecem especulativos. Por exemplo, existe uma proposta que terremotos tendam a ocorrer quando há um aumento na força das marés, como em torno da época de um eclipse. De fato, um eclipse anular ocorreu três dias após o terremoto do Haiti. Infelizmente, previsões dessa natureza raramente são precisas o suficiente para salvar vidas.

A Terra é um planeta ativo, borbulhando em suas entranhas, com uma crosta formada de placas que tendem a mudar de posição em busca de um maior equilíbrio quando a pressão subterrânea aumenta. Obviamente, fazem isso sem dar a menor importância para a destruição que causam. Cataclismos naturais, como o do Haiti ou o tsunami de 2004 no oceano Índico, que causou em torno de 230 mil mortes, expõe a crua realidade da vida na Terra: precisamos da natureza, mas a natureza não precisa de nós. No nosso desespero, e sem poder prever quando cataclismos dessa natureza irão ocorrer, atribuímos tais eventos a "atos divinos". Nisso, não somos muito diferentes de nossos antepassados, que associavam divindades a quase todos os aspectos e fenômenos do mundo natural.

Talvez a transição do panteísmo ao monoteísmo, sobretudo no ocidente, tenha removido Deus do contato mais direto com os homens, relegando-o a uma presença etérea, distante da realidade do dia-a-dia. Mas muitos continuam atribuindo o que não entendem a "atos divinos", seguindo a receita tradicional do "deus das lacunas": a fé começa onde a ciência termina.

Talvez faça mais sentido associar esses cataclismos a uma indiferença divina. É horripilante testemunhar a crueldade -- e até mesmo a estupidez -- de certos homens de fé nesses momentos difíceis. Um exemplo é do pastor evangélico americano Pat Robertson, que recentemente atribuiu o terremoto a uma punição divina contra o povo haitiano, que supostamente assinara um pacto com o diabo para conseguir obter sua independência dos franceses. Nossos antepassados nas cavernas teriam concordado.

Dentro do contexto desta coluna, a tragédia provocada pelo tremor no Haiti nos ensina ao menos duas coisas. Primeiro, que a ciência tem limites, e que existe muito sobre o mundo que ainda não sabemos. Porém, não é por isso que devemos atribuir o que não sabemos explicar a atos sobrenaturais. Nossa ignorância deve abrir caminho ao conhecimento e não à superstição. Segundo, aprendemos que a vida -e aqui estamos nos incluindo- é extremamente frágil e deve ser protegida a todo custo. Nosso planeta, apesar de demonstrar fúria ocasionalmente, é nossa única morada viável. Devemos tratá-lo com o respeito que merece.

Discurso de Zilda Arns no Haiti



"Para não sucumbir, exige-se uma solidariedade entre as nações. É a solidariedade e a fraternidade aquilo de que o mundo precisa mais para sobreviver e encontrar o caminho da paz".

Foto: jornal O Povo

Agradeço o honroso convite que me foi feito. Quero manifestar minha grande alegria por estar aqui com todos vocês em Porto Príncipe, no Haiti, para participar da assembleia de religiosos.
Como irmã de dois franciscanos e de três irmãs da Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, estou muito feliz entre todos vocês. Dou graças a Deus por este momento.Na realidade, todos nós estamos aqui, neste encontro, porque sentimos dentro de nós um forte chamado para difundir ao mundo a boa notícia de Jesus. A boa notícia, transformada em ações concretas, é luz e esperança na conquista da PAZ nas famílias e nas nações. A construção da Paz começa no coração das pessoas e tem seu fundamento no amor, que tem suas raízes na gestação e na primeira infância, e se transforma em fraternidade e responsabilidade social.
A Paz é uma conquista coletiva. Tem lugar quando encorajamos as pessoas, quando promovemos os valores culturais e éticos, as atitudes e práticas da busca do bem comum, que aprendemos com nosso mestre Jesus: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenha em abundância" (Jo 10.10).
Espera-se que os agentes sociais continuem, além das referências éticas e morais de nossa Igreja, ser como Ela, mestres em ori entar as famílias e comunidades, especialmente na área da saúde, educação e direitos humanos. Deste modo, podemos formar a massa crítica das comunidades cristãs e de outras religiões, em favor da proteção da criança desde a concepção, e mais excepcionalmente até os seis anos, e do adolescente. Devemos nos esforçar para que nossos legisladores elaborem leis e os governos executem políticas públicas que incentivem a qualidade da educação integral das crianças e saúde, como prioridade absoluta.
O povo seguiu Jesus porque ele tinha palavras de esperança. Assim, nós somos chamados para anunciar as experiências positivas e os caminhos que levam as comunidades, as famílias e os pais a serem mais justos e fraternos.
Como discípulos e missionários, convidados a evangelizar, sabemos que força propulsora da transformação social está na prática do maior de todos os mandamentos da Lei de Deus: o Amor, expressado na solidariedade fraterna, capaz de mover montanhas: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos" significa trabalhar pela inclusão social, fruto da Justiça; significa não ter preconceitos, aplicar nossos melhores talentos em favor da vida plena, prioritariamente daqueles que mais necessitam. Somar esforços para alcançar os objetivos, servir com humildade e misericórdia, sem perder a própria identidade. Todo esse caminho necessita de comunicação constante para iluminar, animar, fortalecer e democratizar nossa missão de fé e vida. Cremos que essa transformação social exige um investimento máximo de esforços para o desenvolvimento integral das crianças. Esse desenvolvimento começa quando a criança se encontra ainda no ventre sagrado da sua mãe. As crianças, quando estão bem cuidadas, são sementes de Paz e Esperança. Não existe ser humano mais perfeito, mais justo, mais solidário e sem preconceitos que as crianças.Disse Jesus: "... se vocês não ficarem iguai s a estas crianças, não entrarão no Reino dos Céus" (MT 18,3). E "deixem que as crianças venham a mim, pois deles é o Reino dos Céus" (Lc 18, 16).
Hoje vou compartilhar com vocês uma verdadeira história de amor e inspiração divina, um sonho que se fez realidade. Como ocorreu com os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35), "Jesus caminhava todo o tempo com eles. Ele foi reconhecido a partir do pão, símbolo da vida." Em outra passagem, quando o barco no Mar da Galileia estava prestes a afundar sob violentas ondas, ali estava Jesus com eles, para acalmar a tormenta. (Mc 4, 35-41).
Com alegria vou contar o que "eu vi e o que tenho testemunhado" há mais de 26 anos desde a fundação da Pastoral da Criança, em setembro de 1983.
Aquilo que era uma semente, que começou na cidade de Florestópolis, no Estado do Paraná, no Brasil, se converteu no Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, presente em 42 mil comunidades po bres e nas 7 mil paróquias de todas as Dioceses da Brasil.
Por força da solidariedade fraterna, uma rede de 260 mil voluntários, dos quais 141 mil são líderes que vivem em comunidades pobres, 92% são mulheres, e participam permanentemente da construção de um mundo melhor, mais justo e mais fraterno, a serviço da Vida e da Esperança. Cada voluntário dedica em média 24 horas ao mês a esta Missão transformadora de educar as mães e famílias pobres, compartilhar o pão da fraternidade e gerar conhecimentos para a transformação social.
O objetivo da Pastoral da Criança é reduzir as causas da desnutrição e a mortalidade infantil, promover o desenvolvimento integral das crianças, desde sua concepção até o seis anos de idade. A primeira infância é uma etapa decisiva para a saúde, a educação, a consolidação dos valores culturais, o cultivo da fé e da cidadania com profundas repercussões por toda a vida. Um pouco de história:
Sou a 12ª de 13 irmãos, cinco deles são religiosos. Três irmãs religiosas e dois sacerdotes franciscanos. Um deles é Dom Paulo Evaristo, o Cardel Arns, Arcebispo emérito de São Paulo, conhecido por sua luta em favor dos direitos humanos, principalmente durante os vinte anos da ditadura militar do Brasil.

Em maio de 1982, ao voltar de uma reunião da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, Dom Paulo me chamou pelo telefone à noite. Naquela reunião, James Grant, então diretor executivo do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), falou com insistência sobre o soro oral. Considerado como o maior avanço da medicina no século passado, esse soro era capaz de salvar da morte milhões de crianças que poderiam morrer por desidratação devido a diarreia, uma das principais causas da mortalidade infantil no Brasil e no mundo. James Grant conseguiu convencer a Dom Paulo para que motivasse a Igreja Católica a ensinar as mães a preparar e a administrar o soro oral. Isso podia salvar milhares de vidas.

Viúva fazia cinco anos, eu estava, naquela noite histórica, reunida com os cinco filhos, entre os nove e dezenove anos, quando recebi a chamada telefônica do meu irmão Dom Paulo. Ele me contou o que havia passado e me pediu para refletir sobre isso. Como tornar realidade a proposta da Igreja de ajudar a reduzir a morte das crianças? Eu me senti feliz diante deste novo desafio. Era o que mais desejava: educar as mães e famílias para que soubessem cuidar melhor de seus filhos!

Creio que Deus, de certo modo, havia me preparado para essa missão. Baseada na minha experiência como médica pediatra e especialista em saúde pública e nos muitos anos de direção dos serviços públicos de saúde materna-infantil, compreendi que, além de melhorar a qualidade dos serviços públicos e facilitar às mães e crianças o acesso a eles, o que mais falta fazia às mães pobres era o conhecimento e a solidariedade fraterna, para que pudessem colocar em prática algumas medidas básicas simples e capazes de salvar seus filhos da desnutrição e da morte, como por exemplo a educação alimentar e nutricional para as grávidas e seus filhos, a amamentação materna, as vacinas, o soro caseiro, o controle nutricional, além dos conhecimentos sobre sinais e sintomas de algumas doenças respiratórias e como as prevenir.

Me vem à mente então a metodologia que utilizou Jesus para saciar a fome de 5.000 homens, sem contar as mulheres e as crianças. Era noite e tinham fome. Os discípulos disseram a Jesus que o melhor era que deixassem suas casa, mas Jesus ordenou: "Dai-lhes vós de comer". O apóstolo Felipe disse a Jesus que não tinham dinheiro para comprar comida para tanta gente. André, irmão de Simão, sinalou a uma criança que tinha dois peixes e cinco pães. E Jesus mandou que se sentassem em grupos de cinquenta a cem pessoas (em pequenas comunidad es). Então pensei: Por que morrem milhões de crianças por motivos que podem facilmente ser prevenidos? O que faz com que eles se tornem criminosos e violentos na adolescência?

Recordei o início da minha carreira, quando me desafiei a querer diminuir a mortalidade infantil e a desnutrição. Vieram a minha mente milhares de mães que trocaram o leite materno pela mamadeira diluída em água suja. Outras mães que não vacinavam seus filhos, quando não havia ainda cesta básica no Centro de Saúde. Outras mães que limpavam o nariz de todos os seus filhos com o mesmo pano, ou pegavam seus filhos e os humilhavam quando faziam xixi na cama. E ainda mais triste, quando o pai chegava em casa bêbado. Ao ouvir o grito de fome e carinho de seus filhos, batiam neles mesmo quando eram muito pequenos. Sabe-se, segundo resultados de pesquisas da OMS (Organização Mundial da Saúde), cuja publicação acompanhei em 1994, que as crianças maltratadas antes de um ano de idade têm uma tendência significativa para violência, e com frequência cometem crimes antes dos 25 anos.

A Igreja, que somos todos nós, o que devíamos fazer?

Tive a confiança de seguir a metodologia de Jesus: organizar as pessoas em pequenas comunidades; identificar líderes, famílias com grávidas e crianças menores de seis anos. Os líderes que se dispusessem a trabalhar voluntariamente nessa missão de salvar vidas, seriam capacitados, no espírito da fé e da vida, e preparados técnica e cientificamente, em ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania. Seriam acompanhados em seu trabalho para que não desanimassem. Teriam a missão de compartilhar com as famílias a solidariedade fraterna, o amor, os conhecimentos sobre os cuidados com as grávidas e as crianças, para que estas fossem saudáveis e felizes. Assim como Jesus ordenou que considerassem se todos estavam saciados, tínhamos que implantar um sistema de informações, com alguns indicadores de fácil compressão, inclusive para líderes analfabetos ou de baixa escolaridade. E vi diante de mim muitos gestos de sabedoria e amor apreendidos com o povo.

Senti que ali estava a metodologia comunitária, pois podia se desenvolver em grande escala pelas dioceses, paróquias e comunidades. Não somente para salvar vidas de crianças, mas também para construir um mundo mais justo e fraterno. Seria a missão do "Bom Pastor", que está atento a todas as ovelhas, mas dando prioridade àquelas que mais necessitam. Os pobres e os excluídos.

Naquela maravilhosa noite, desenhei no papel uma comunidade pobre, onde identifiquei famílias com grávidas e filhos menores de seis anos e líderes comunitários, tanto católicos como de outras confissões e culturas, para levar adiante ações de maneira ecumênica, pois Jesus veio para que "todos tenham Vida e Vida em abundância" (João 10,10). Isso é o que precisa ser feito aqui no Haiti: fazer um mapa das comunidades pobres, identificar as crianças menores de 6 anos e suas famílias e líderes comunitários que desejam trabalhar voluntariamente.
Desde a primeira experiência, a Pastoral da Criança cultivou a metodologia de Jesus, que é aplicada em grande escala. No Brasil, em mais de 40 mil comunidades, de 7 mil paróquias de todas as 272 dioceses e prelazias. Está se estendendo a 20 países, que são, na América Latina e no Caribe: Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Peru, Venezuela, Guatemala, Panamá, República Dominicana, Haiti, Honduras, Costa Rica e México; na África: Angola, Guiné-Bissau, Guiné Conakry e Moçambique; e na Ásia: Filipinas e Timor Leste.

Para organizar melhor e compartilhar as informações e a solidariedade fraterna entre as mães e famílias vizinhas, as ações se baseiam em três estratégias de educação e comunicação: individual, de grupo e de massas. A Pastoral da Criança utiliza simultaneamente as três formas de comunicação para reforçar a mensagem, motivar e promover mudanças de conduta, fortalecendo as famílias com informações sobre como cuidar dos filhos, promovendo a solidariedade fraterna.

A educação e comunicação individual se fazem através da 'Visita Domiciliar Mensal nas Famílias' com grávidas e filhos. Os líderes acompanham as famílias vizinhas nas comunidades mais pobres, nas áreas urbanas e rurais, nas aldeias indígenas e nos quilombos, e nas áreas ribeirinhas do Amazonas. Atravessam rios e mares, sobem e descem montes de encostas íngremes, caminham léguas, para ouvir os clamores das mães e famílias, para educar e fortalecer a paz, a fé e os conhecimentos. Trocam ideias sobre saúde e educação das crianças e das grávidas; ensinam e aprendem.

Com muita confiança e ternura, fortalecem o tecido social das comunidades, o que leva à inclusão social.

Motivados pela Campanha Mundial patrocinada pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1999, com o tema "Uma vida sem violência é um direito nosso", a Pastoral da Criança incorporou uma ação permanente de prevenção da violência com o lema "A Paz Começa em Casa". Utilizou como uma das estratégias de comunicação a distribuição de seis milhões de folhetos com "10 Mandamentos para alcançar a paz na família", debatíamos nas comunidades e nas escolas, do norte ao sul do país.

As visitas, entre tantas outras ações, servem para promover a Amamentação Materna – que ensina o diálogo e a compartilhar, principalmente quando se dá como alimento exclusivo até os seis meses e se continua dando como alimento preferencial além de um ano, inclusive além dos dois anos, complementarmente com outros alimentos saudáveis. A sucção adapta os músculos e ossos para uma boa dicção, uma melhor respiração e uma arcada dentária mais saudável. O carinho da mãe acariciando a cabeça do bebê melhora a conexão dos neurônios. A psicomotricidade da criança que mama no peito é mais avançada. Tanto é assim que se senta, anda e fala mais rápido, aprende melhor na escola. É fator essencial para o desenvolvimento afetivo e proteção da saúde dos bebês, para toda a vida. A solidariedade desponta, promovida pelas horas de contato direto com a mãe. Durante a visita domiciliar, a educação das mulheres e de seus familiares eleva a autoestima, estimula os cuidados pessoais e os cuidados com as crianças. Com essa educação das famílias se promove a inclusão social.

A educação e a comunicação grupal ocorre mensalmente em milhares de comunidades. Esse é o Dia da Celebração da Vida. Momento dedicado ao fortalecimento da fé e da amizade entre famílias. Além do controle nutricional, estão os brinquedos e as brincadeiras com as crianças e a orientação sobre a cidadania. Nesse dia, as mães compartilham práticas de aproveitamento adequado de alimentos da região de baixo custo e alto valor nutritivo. As frutas, folhas verdes, sementes e talos, que muitas vezes não são valorizad os pelas famílias.

Outra oportunidade de formação de grupo é a Reunião Mensal de Reflexão e Evolução dos líderes da comunidade. O objetivo principal desta reunião é discutir e estabelecer soluções para os problemas encontrados.

Essas ações integram o sistema de informação da Pastoral da Criança para poder acompanhar os esforços realizados e seus resultados através de Indicadores. A desnutrição foi controlada. De mais de 50% de desnutridos no começo, hoje está em 3,1%. A mortalidade infantil foi drasticamente reduzida e hoje está em 13 mortos por mil nascidos vivos nas comunidades com Pastoral da Criança. O índice nacional é 2,33, mas se sabe que as mortes em comunidades pobres, onde não está a Pastoral da Criança, é maior que é na média geral. Em 1982, a mortalidade infantil no Brasil foi 82,8 mil nascidos vivos. Estes resultados têm servido de base para conquistar entidades, como Ministério da Saúde, Unicef, Banco HSBC, e outras empresas. Elas nos apoiam nas capacitações e em todas as atividades básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania. O custo criança/mês é de menos de US$ 1.

Em relação à educação e à comunicação de massas apresentarei três experiências concretas de como a comunicação é um instrumento de defesa dos direitos da infância.

Materiais impressos
O material impresso foi concebido especificamente para ajudar a formação do líder da Pastoral da Criança. Os instrutores e os multiplicadores servem como ferramenta de trabalho na tarefa de guiar as famílias e comunidades sobre questões de saúde, nutrição, educação e cidadania. Além do Guia da Pastoral da Criança, se colocaram em marcha publicações como o Manual do Facilitador, Brinquedos e Jogos, Comida e as Hortas Familiares, alfabetização de jovens e adultos e mobilização social.

O jornal da Pastoral da Criança, com tiragem mensal de cerca de 280 mil, ou seja 3 milhões e 300 mil exemplares por ano, chega a todos os líderes da Pastoral da Criança. É uma ferramenta para a formação contínua.

O Boletim Dicas abarca questões relacionadas com a saúde e a educação para cidadania. Foi especialmente concebido para os coordenadores e capacitadores da Pastoral da Criança. Cada publicação chega a 7.000 coordenadores.

Para ajudar na vigilância das mulheres grávidas, a Pastoral da Criança criou os laços de amor, cartões com conselhos sobre a gravidez e partos saudáveis.

Outros materiais impressos de grande impacto social é o folheto com os 10 mandamentos para a Paz na Família. 12 milhões de folhetos foram distribuídos nos últimos anos.

Além desses materiais impressos, se enviam para as comunidades da Pastoral da Criança material para o trabalho de pesagem das crianças, objetos como balanças e também colheres de medir para a reidratarão oral e sacos de brinquedos para as crianças brincarem no dia da celebração da vida.

Em dezembro de 2009, completei 50 anos como médica e, antes de 2002, confesso que nunca tinha ouvido falar em qualquer programa da Unicef ou da Organização Mundial de Saúde (OMS), ou de outra agência da Organização das Nações Unidas (ONU), que estimulasse a espiritualidade como um componente do desenvolvimento pessoal. Como um dos membros da delegação do Brasil na Assembleia das Nações Unidas em 2002, que reuniu 186 países, em favor da infância, tive a satisfação de ouvir a definição final sobre o desenvolvimento da criança, que inclui o seu "desenvolvimento físico, social, mental, espiritual e cognitivo". Este foi um avanço e vem ao encontro do processo de formação e comunicação que fazemos na Pastoral da Criança. Neste processo, vê-se a pessoa de maneira completa e integrada em sua relação pessoal com o próximo, com o ambiente e com Deus.

Estou convencida de que a solução da maioria dos problemas sociais está relacionada com a redução urgente das desigualdades sociais, com a eliminação da corrupção, a promoção da justiça social, o acesso à saúde e à educação de qualidade, ajuda mútua financeira e técnica entre as nações, para a preservação e restauração do meio ambiente. Como destaca o recente documento do papa Bento 16, "Caritas in veritate" (Caridade na verdade), "a natureza é um dom de Deus e precisa ser usada com responsabilidade". O mundo está despertando para os sinais do aquecimento global, que se manifesta nos desastres naturais, mais intensos e frequentes. A grande crise econômica demonstrou a inter-relação entre os países.

Para não sucumbir, exige-se uma solidariedade entre as nações. É a solidariedade e a fraternidade aquilo de que o mundo precisa mais para sobreviver e encontrar o caminho da paz.

Final
Desde a sua fundação, a Pastoral da Criança investe na formação dos voluntários e no acompanhamento de crianças e mulheres grávidas, na família e na comunidade.
Atualmente, existem 1.985.347 crianças, 108.342 mulheres grávidas de 1.553.717 famílias. Sua metodologia comunitária e seus resultados, assim como sua participação na promoção de políticas públicas com a presença em Conselhos de Saúde, Direitos da Criança e do Adolescente e em outros conselhos levaram a mudanças profundas no país, melhorando os indicadores sociais e econômicos. Os resultados do trabalho voluntário, com a mística do amor a Deus e ao próximo, em linha com nossa mãe terra, que a todos deve alimentar, nossos irmãos, os frutos e as flores, nossos rios, lagos, mares, florestas e animais. Tudo isso nos mostra como a sociedade organizada pode ser protagonista de sua transformação. Neste espírito, ao fortalecer os laços que ligam a comunidade, podemos encontrar as sol uções para os graves problemas sociais que afetam as famílias pobres.
Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe de predadores, ameaças e perigos, e mais perto de Deus, deveríamos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-los.

Muito Obrigada!
Que Deus esteja convosco!"

Dra. Zilda Arns Neumann
Médica pediatra e especialista em Saúde Pública
Fundadora e Coordenadora da Pastoral da Criança Internacional
Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Os Pecados do Haiti

A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental.

Eduardo Galeano

A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de haver posto e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos retiraram e puseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que tivera a louca ideia de querer um país menos injusto.

O voto e o veto

Para apagar as pegadas da participação estado-unidense na ditadura sangrenta do general Cedras, os fuzileiros navais levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para recuperar o governo, mas proibiram-lhe o poder. O seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, mas mais poder do que Préval tem qualquer chefete de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha eleito nem sequer com um voto.

Mais do que o voto, pode o veto. Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum dos seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, letras aos analfabetos ou terra aos camponeses, não recebe resposta, ou respondem ordenando-lhe:
– Recite a lição. E como o governo haitiano não acaba de aprender que é preciso desmantelar os poucos serviços públicos que restam,últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores dão o exame por perdido.

O álibi demográfico

Em fins do ano passado, quatro deputados alemães visitaram o Haiti. Mal chegaram, a miséria do povo feriu-lhes os olhos. Então o embaixador da Alemanha explicou-lhe, em Port-au-Prince, qual é o problema:
– Este é um país superpovoado, disse ele. A mulher haitiana sempre quer e o homem haitiano sempre pode.

E riu. Os deputados calaram-se. Nessa noite, um deles, Winfried Wolf, consultou os números. E comprovou que o Haiti é, com El Salvador, o país mais superpovoado das Américas, mas está tão superpovoado quanto a Alemanha: tem quase a mesma quantidade de habitantes por quilômetro quadrado.

Durante os seus dias no Haiti, o deputado Wolf não só foi golpeado pela miséria como também foi deslumbrado pela capacidade de beleza dos pintores populares. E chegou à conclusão de que o Haiti está superpovoado... de artistas.

Na realidade, o álibi demográfico é mais ou menos recente. Até há alguns anos, as potências ocidentais falavam mais claro.

A tradição racista

Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objectivos: cobrar as dívidas do City Bank e abolir o artigo constitucional que proibia vender plantações aos estrangeiros. Então Robert Lansing, secretário de Estado, justificou a longa e feroz ocupação militar explicando que a raça negra é incapaz de governar-se a si própria, que tem "uma tendência inerente à vida selvagem e uma incapacidade física de civilização". Um dos responsáveis da invasão, William Philips, havia incubado tempos antes a ideia sagaz: "Este é um povo inferior, incapaz de conservar a civilização que haviam deixado os franceses"

O Haiti fora a pérola da coroa, a colónia mais rica da França: uma grande plantação de açúcar, com mão-de-obra escrava. No Espírito das leis, Montesquieu havia explicado sem papas na língua: "O açúcar seria demasiado caro se os escravos não trabalhassem na sua produção. Os referidos escravos são negros desde os pés até à cabeça e têm o nariz tão achatado que é quase impossível deles ter pena. Torna-se impensável que Deus, que é um ser muito sábio, tenha posto uma alma, e sobretudo uma alma boa, num corpo inteiramente negro".

Em contrapartida, Deus havia posto um açoite na mão do capataz. Os escravos não se distinguiam pela sua vontade de trabalhar. Os negros eram escravos por natureza e vagos também por natureza, e a natureza, cúmplice da ordem social, era obra de Deus: o escravo devia servir o amo e o amo devia castigar o escravo, que não mostrava o menor entusiasmo na hora de cumprir com o desígnio divino. Karl von Linneo, contemporâneo de Montesquieu, havia retratado o negro com precisão científica: "Vagabundo, preguiçoso, negligente, indolente e de costumes dissolutos". Mais generosamente, outro contemporâneo, David Hume, havia comprovado que o negro "pode desenvolver certas habilidades humanas, tal como o papagaio que fala algumas palavras".

A humilhação imperdoável

Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos haviam conquistado antes a sua independência, mas tinham meio milhão de escravos a trabalhar nas plantações de algodão e de tabaco. Jefferson, que era dono de escravos, dizia que todos os homens são iguais, mas também dizia que os negros foram, são e serão inferiores.
A bandeira dos homens livres levantou-se sobre as ruínas. A terra haitiana fora devastada pela monocultura do açúcar e arrasada pelas calamidades da guerra contra a França, e um terço da população havia caído no combate. Então começou o bloqueio. A nação recém nascida foi condenada à solidão. Ninguém lhe comprava, ninguém lhe vendia, ninguém a reconhecia.

O delito da dignidade

Nem sequer Simón Bolíver, que tão valente soube ser, teve a coragem de firmar o reconhecimento diplomático do país negro. Bolívar havia podido reiniciar a sua luta pela independência americana, quando a Espanha já o havia derrotado, graças ao apoio do Haiti. O governo haitiano havia-lhe entregue sete naves e muitas armas e soldados, com a única condição de que Bolívar libertasse os escravos, uma ideia que não havia ocorrido ao Libertador. Bolívar cumpriu com este compromisso, mas depois da sua vitória, quando já governava a Grande Colômbia, deu as costas ao país que o havia salvo. E quando convocou as nações americanas à reunião do Panamá, não convidou o Haiti mas convidou a Inglaterra.

Os Estados Unidos reconheceram o Haiti apenas sessenta anos depois do fim da guerra de independência, enquanto Etienne Serres, um gênio francês da anatomia, descobria em Paris que os negros são primitivos porque têm pouca distância entre o umbigo e o pénis. Por essa altura, o Haiti já estava em mãos de ditaduras militares carniceiras, que destinavam os famélicos recursos do país ao pagamento da dívida francesa. A Europa havia imposto ao Haiti a obrigação de pagar à França uma indemnização gigantesca, a modo de perdão por haver cometido o delito da dignidade.

A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental.

População do Serviluz Contra o Estaleiro

CARTA ABERTA DAS ORGANIZAÇÕES POPULARES DO SERVILUZ DE REPÚDIO A INSTALAÇÃO DE UM ESTALEIRO NO BAIRRO SERVILUZ

As organizações populares do Serviluz vêm reafirmar sua rejeição à instalação de um estaleiro no nosso bairro, destruindo a praia do Titanzinho. Na semana que passou vimos uma série de informações sobre o assunto na imprensa. Segundo noticiado, o governador afirmou que o empreendimento não trará impactos ambientais e sociais. É mentira. É consenso entre os ambientalistas sérios da cidade que o impacto será imenso e não afetará somente o Serviluz mas toda a orla de Fortaleza. Quanto aos impactos sociais, estes são óbvios – removerá famílias, afetará práticas esportivas e culturais, destruirá ainda mais a identidade e os laços comunitários, inclusive porque o governo aposta na divisão e no confronto na comunidade para fazer valer sua vontade.

Faz tempo que pedimos melhorias para o bairro. Agora, o governador diz que se tiver o estaleiro investirá em saneamento básico, trabalho e esporte. Será que o governador não conhecia as carências do bairro ou será que ele está querendo nos chantagear e dizer que só investe se aceitarmos o estaleiro? Bastava ele investir os 60 milhões de reais que vai doar à PJMR (uma empresa privada) em infra-estrutura urbana e social que seria uma verdadeira revolução de melhorias no bairro. As melhorias que o bairro precisa deveriam ser obrigação do Estado e não um capricho autoritário do governador.

O povo não é bobo. Sabemos que o Serviluz é uma Zona Especial de Interesse Social. Sabemos que o Plano Diretor define o Serviluz como área prioritária para investimento em regularização fundiária e infra-estrutura. Exigimos o cumprimento da lei. Pedimos à Prefeitura, Câmara de Vereadores e Ministério Público que defendam o meio ambiente e os direitos conquistados pela comunidade. Estamos prontos para lutar pelo Serviluz que queremos.

Assinam:

Escolinha Beneficente de Surf do Titanzinho
Escola de Surf Aloha
Titanzinho Surf Clube
Assoc. dos Moradores do Serviluz
Assoc. Comunitária Vila Mar
Assoc. Comunitária dos Moradores do Titanzinho
Assoc. dos Moradores do Farol do Mucuripe – ASMOFAM
Assoc. Beneficiente Povo de Deus Casa de Nazaré
Ong. Serviluz Sem Fronteiras
Movimento dos Conselhos Populares – MCP Serviluz

sábado, 23 de janeiro de 2010

Presidente da Adece Insiste em Estaleiro no Serviluz
















Imagem da matéria na Tv Verdes Mares


Recebi por e-mail a informação que segue. Bom ver as imagens, acessando o link. A população reage contra, temendo ser despejada, e o representante do Ministério Público Federal poderá entrar na Justiça com ação cautelar, para evitar danos socioambientais irreparáveis.



Vejam o que saiu hoje no Bom Dia Ceará!!!
http://tvverdesmares.com.br/bomdiaceara/estaleiro-na-praia-do-titanzinho/

Antonio Balhmann, presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), fala alguns absurdos, afirmando que na área do Mucuripe já há EIA/RIMA e Licença de Instalação, dando a entender que a questão ambiental está ok desde 1995, por ser ali considerada área de expansão do porto. SOMENTE QUINZE ANOS ATRÁS!!

É uma baboseira atrás de outra. Além de demonstrar completo desconhecimento de causa, jurídica e ambiental, ainda faz grande pressão à serviço dos investidores.

Vendo a entrevista, dá muito a entender que o estaleiro, para o
Governo do Estado, deverá ser lá!

Mobilizemo-nos!

Felipe

ALGUNS DETALHES PERTINENTES

* O Estudo de Impacto Ambiental a que se refere Balhman foi relativo à expansão do porto do Mucuripe. Difere, portanto, do projeto do estaleiro;

* O contexto era outro, vigia outro plano diretor. O atual determina aquele bairro como Zona Especial de Interesse Social (Zeis), com prioridade para a habitação popular;

* A informação central é de opção pelo bairro Serviluz, mas Balhman dá a entender que o estaleiro poderá ir para outro lugar;

* A autoridade joga uma cortina de fumaça: nenhuma família seria transferida, toda família teria pelo menos uma pessoa trabalhando no empreendimento, fica a impressão de que o estaleiro seria colocado em pleno mar, sem nenhuma repercussão sobre as moradias; pessoas da comunidade seriam treinadas (mas, haverá emprego para todas?), a população teria aumentadas suas áreas de lazer!! Ao acenar com tais promessas, fica evidente a intenção de desmobilizar aquele população carente e jogar uns contra os outros, eliminando resistências.

* O representante do Governo, não informa que o estaleiro será um equipamento de pequena vida útil, que terminada a construção de certo número de navios, ele será desativado. Justifica-se tanto transtorno para a população? Por que não ver alternativas locacionais onde a "sucata" do empreendimento já teria uso posterior?

* Ainda bem que o representante do Ministério Público Federal alertou que pode entrar na Justiça com ação cautelar, por ser zona de marinha e pelo caráter de Zeis da região, a fim de evitar danos até irreparáveis.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Lula: Primeiro Homenageado pelo Fórum Econômico Mundial

Lula será 1º presidente a receber prêmio no Fórum Econômico

Fonte: Agência Brasil

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o primeiro chefe de Estado a receber do Fórum Econômico Mundial o prêmio de Estadista Global. A homenagem receberá a homenagem no próximo dia 29, em Davos, na Suíça, durante a reunião do fórum.

De acordo com Palácio do Planalto, o prêmio é uma homenagem pela atuação de Lula em vários setores, como do meio ambiente, erradicação da pobreza, redistribuição de renda e paz mundial , com o objetivo de melhorar a situação do planeta.

Lula viaja para o encontro no próximo dia 27 e chega à Suíça no dia seguinte, às 13h, horário local. O seu discurso durante o Fórum Econômico Mundial está marcado para o dia 30, pela manhã.

18:56 - 20/01/2010

Lei Cria o Fundo Nacional do Idoso

Lula sanciona lei que cria o Fundo Nacional do Idoso

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que institui o Fundo Nacional do Idoso. Com a nova legislação, sancionada ontem (20) e publicada na edição de hoje (21) do Diário Oficial da União, pessoas físicas e jurídicas poderão deduzir do Imposto de Renda doações feitas ao fundo, nos âmbitos nacional, estadual e municipal.

O Fundo será gerenciado pelo Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDI) e tem por objetivo financiar programas e ações que assegurem os direitos sociais do idoso e criem condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.

Sua receita virá principalmente dos recursos destinados ao Fundo Nacional de Assistência Social; das contribuições feitas a fundos controlados por Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente e Conselhos do Idoso; de recursos destinados no orçamento da União; de contribuições e resultado de aplicações de governos e organismos estrangeiros e internacionais; e de resultado de aplicações no mercado financeiro.

A nova lei entrará em vigor a partir de janeiro de 2011.

Fonte: Portal do Governo Brasileiro

500 Unidades de Pronto Atendimento em 2010

Brasil contará com 500 UPAs até o final de 2010

A primeira Unidade de Pronto Atendimento 24 Horas (UPA) de Juiz de Fora (MG) foi inaugurada nesta terça-feira (19). As Unidades de Pronto Atendimento oferecem serviço de Raio X, laboratório para exames, aparelho de eletrocardiograma e atendimento pediátrico. Nelas, a população pode resolver problemas como pressão alta, febre, cortes, queimaduras, alguns traumas e receber o primeiro atendimento para infarto ou Acidente Vascular Cerebral (AVC), entre outras enfermidades.

Quando o paciente chega à unidade, os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico. Eles analisam se é necessário encaminhar o paciente a um hospital ou mantê-lo em observação por até 24h.

Em todo o País, 290 Unidades de Pronto Atendimento 24 Horas receberam desde 2009 recursos para a sua construção. Elas estão espalhadas por 239 municípios em 25 estados, além do Distrito Federal. O governo federal liberou cerca de R$ 600 milhões para as obras e a compra de equipamentos. A previsão é chegar a 500 unidades até o final de 2010. O andamento das obras é de responsabilidade dos municípios.

De porte III, a UPA de Juiz de Fora amplia o atendimento de urgência a 450 mil habitantes, não apenas na cidade, mas em outros 14 municípios da região. A unidade terá o repasse mensal de R$ 250 mil, recurso que passa a ser incorporado ao teto financeiro do município e somará R$ 3 milhões em 12 meses. O atendimento da UPA é 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Estamos organizando uma rede de assistência para cuidar das necessidades da população, com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), as equipes de Saúde da Família, programas como o Brasil Sorridente e o Farmácia Popular, e, agora, com as UPAs, dando o atendimento que cada cidadão precisa”, afirmou o Ministro da Saúde José Gomes Temporão.

O projeto UPA 24h é uma iniciativa do Ministério da Saúde para reorganizar o fluxo de atendimento na rede pública, com o objetivo de melhorar a assistência oferecida à população, desafogando o fluxo dos hospitais. As unidades estão integradas à rede do SAMU 192, à rede básica de saúde e à Estratégia Saúde da Família. Criada em 2002, a proposta integra a Política Nacional de Atenção às Urgências e Emergências.

As cidades interessadas em construir unidades devem ter o serviço de SAMU 192 habilitado ou estar em processo de aprovação do projeto. Entre os requisitos está o compromisso de atingir, no mínimo, 50% de cobertura da Estratégia Saúde da Família na abrangência de cada UPA, no prazo máximo de dois anos.

Fonte: Portal do Governo Brasileiro

Voluntários para recuperar patrimônio no Haiti

ICOMOS convoca voluntários para recuperar patrimônio no Haiti

A tragédia provocada pelo terremoto no Haiti está mobilizando também o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios – ICOMOS, uma organização civil internacional ligada à UNESCO, cujas atribuições envolvem o aconselhamento a respeito dos bens que receberão classificação de Patrimônio Cultural da Humanidade.

Em carta aos associados, o presidente do ICOMOS, Gustavo Araoz, convoca voluntários para prestar solidariedade ao povo haitiano e ajudar na recuperação e resgate do patrimônio do país. Segundo ele, este é o momento adequado para identificar colaboradores dispostos a fazer parte de equipes voluntárias para trabalhar na recuperação do patrimônio do Haiti.

Gustavo Araoz diz ainda que começou sua carreira no Haiti, atuando na conservação de patrimônio cultural. Por essa razão, ele é o primeiro nome da lista de voluntários do ICOMOS. Quem quiser participar do projeto, deve enviar mensagem para contato@icomos.org.br, informando nome, possíveis contatos e as formas como poderá atuar no voluntariado.

Atualmente com 7,5 mil associados em cerca de 110 países, organizados em Comitês Nacionais, nos cinco continentes, o ICOMOS INTERNATIONAL é administrado por uma Secretaria Executiva sediada em Paris. Já o ICOMOS/BRASIL é uma associação civil, não-governamental, atualmente com sede em Curitiba – PR, que congrega pessoas atuantes nas áreas públicas e privadas voltadas à conservação, restauração e valorização de monumentos, conjuntos e sítios naturais e da proteção de bens culturais.

Fonte: portal do governo brasileiro

Avisos Sobre Desastres via Internet

Avisos sobre eventos meteorológicos severos por cidades e regiões na internet

Um novo sistema de avisos meteorológicos agrega informações sobre eventos severos às previsões de tempo por cidades disponíveis na página do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE): www.cptec.inpe.br

Assim, o usuário pode obter de forma rápida e clara as previsões de tempo e, quando for o caso, os avisos de eventos severos para uma determinada região ou cidade.

Os eventos reportados neste sistema de avisos são: Chuvas Intensas, Vento, Nevoeiro, Baixa Umidade do Ar, Temperaturas Baixas, Neve, Geada, Temperaturas Altas, Queimadas e Temporal.

O sistema traz as informações (avisos) na forma de mapas com bandas sobre as regiões com previsões de ocorrência de eventos meteorológicos severos. Os mapas estarão disponíveis sempre que houver previsão de pelo menos um dos eventos citados acima.

O sistema também permite atribuir as informações dos avisos para as cidades que estejam localizadas dentro da área onde o aviso meteorológico foi estabelecido. Para visualizar os avisos por cidades, o usuário deve consultar as informações da previsão de tempo para a cidade desejada através da página principal do CPTEC/INPE.

A nova forma de apresentação dos avisos meteorológicos é mais uma iniciativa pioneira do CPTEC/INPE em prol da melhoria na qualidade da previsão de tempo no país.

Fonte: Portal do Governo Brasileiro

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Arquitetos Chamam Para o Pré-Carnaval





O convite já é uma obra de arte. O local do encontro, outra. Vamos viver o centro de Fortaleza, pessoal! Mas cuidado: se beber muito, tomba mais que tudo! kkk

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

OMS Reage Ante Denúncia Sobre Gripe Suina

A notícia que me foi repassada por uma colega de mestrado

Pressionada e investigada por causa da Influenza A (H1N1), a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu rever as regras para a declaração de futuras pandemias. O anúncio foi feito ontem pela diretora da entidade, Margaret Chan. Hoje, o Parlamento do Conselho da Europa inicia uma investigação para apurar suspeitas de influência indevida de farmacêuticas na entidade. Alguns cientistas da organização teriam constado na folha de pagamento de laboratórios.

A acusação veio após a imprensa dinamarquesa obter oficialmente informações de que membros do grupo criado para sugerir medidas à entidade eram cientistas financiados por empresas do setor. Há oito meses, a OMS decretou que o vírus H1N1 havia saído do controle e que o mundo vivia a primeira pandemia do século 21. Para isso, o critério foi a difusão do vírus em mais de dois continentes. Países passaram a gastar milhões para se preparar e a indústria farmacêutica focou atenção na nova doença. Menos de um ano depois, o número de mortes foi bem menor do que o esperado, enquanto milhões de vacinas ficaram encalhadas.


Minha Reação à Notícia:

Colegas prodemistas,

Folgo em ler a notícia. Não "choquei", como diria o afetado personagem da novela das 7. Explico a seguir.

Durante aquela explosão de informações na mídia, a ponto de o padre da Igreja de Fátima recomendar que os fiéis nao fizessem o gesto dar as mãos ao recitarem o Pai Nosso (!!), disponibilizei em meu blog informação que recebi. Como estamos aqui no "fim do mundo", dei a informação como "uma suspeita" de que estariam envolvido em estratégia de geração artificial de pânico: laboratórios e seus financiadores, além de pessoas do alto escalão do governo dos EUA, "enroscados" com grandes grupos de mídia.

No plano interno brasileiro, acrescente-se: havia álcool gel em grandes estoques, depois da retirada da obrigatoriedade de seu uso. Vencera o lobby da indústria do álcool comum, apesar de este provocar mais incêndio. No Brasil é assim: a razão dificilmente vence. Depois que o Planalto anunciou a compra das vacinas, as globos deixaram de falar na tal gripe. Acabou, como por encanto, a pandemia que se "alastrava" pelo mundo. Não sei se vocês notaram que as telefisões espertamente não colocavam imagens de pânico generalizado pelo mundo afora!!! Primeiro: nas imprensas estrangeiras, as notícias são melhor e cientificamente fundamentadas; segundo: além da cautela jornalística, há um "pé atrás" para não ser desmoralizado pelo veículo concorrente. Aqui, o cartel da mídia fala uma língua só. É verdade o viés da elite e ponto. Não se ouve ponderação nem informação que possa ferir o interesse imediato. Além de a elite poder pegar o avião e se tratar no primeiro mundo. A patuleia que se dane!

Resultado: duas irracionalidades: o governo brasileiro gastou "zi$hões" na compra de vacinas e cresceu estupidamente a demanda pelo álcool gel antes encalhado. Tive a surpreza de ver a instalação de recipientes com este tipo de álcool nas saídas dos banheiros do BNB!! Todos sabemos, desde o jardim da infância, que mãos bem lavadas, com sabão comum, dispensam álcool... kkk.

A notícia que Manu nos repassa, agora, é decorrência natural. Inútil, pois os governos já gastaram as ditas "parcas" verbas -- ante o clamor de pobres e miseráveis para comerem e, assim, terem seus organismos fortes contra quaisquer vírus; ou quando querem escola, para aprenderem a lavar as mãos nas ocasiões necessárias; ou para terem emprego, salário e até bolsa-família, nos casos extremos em que a pessoa não pode mesmo ter salário. A elite e pobres com a cabeça da elite, rangem os dentes contra um programa como o "fome zero", mas engolimos essa "influência" da Influenza. KKK.

E, em um mundo onde a circulação da informação é impedida -- em benefício dos mesmos -- ainda nos julgamos civilizados. kkk. Achamos que bárbaros são os outros, mas o Haiti é aqui, e lá também. Sobre o Haiti, se quiser, veja algumas postagens em meu blog. Em uma delas, o depoimento de um pesquisador da Unicamp que trabalha lá. O que a mídia não diz, claro!

Sds.
Jornalista Ademir Costa

Resposta de uma colega de curso:

Massa, Ademir.

Há tempos venho acompanhado também esta barbarie da pandemia, atenta. Agora ninguém fala nela, falamos tanto em como ela se alatraRIA e seus maleficios, suas mortes e agora, como vc disse, o pós vacina, a pandemia se silenciou. Com tantas outras.

Pensando no caos da pandemia e no desastre no Haiti, pensando bem, há no fundo muitas coisas em comum de uma sociedade impossibilitada de sustentação. Assim como os porcos e as vacas, das doenças, loucuras e pandemias, seres humanos estão sendo criados a mercê de qualquer coisa e de coisa nenhuma, a dignidade que falamos nas aulas da Kelma, mas pouco discutida. Forte, né? Mas quem viu "Ilha das Flores" e se sintoniza com o mundo escondido, sabe. E o que aconteceu com aquela menina, meu Deus...

O negocio é a gente saber que por trás de tudo tem um negócio! A indústria farmaceutica, da guerra e alimenticia tem tudo os mesmos donos, agora junta-se a industria dos esportes, inda mais com a China que ganhou as olimpiadas.

Sou, claramente, bastante questionadora e muitas vezes anti mesmo produtos e mercadorias públicas ou não, como vacinas, medicamentos, leites, carnes, copas do mundo no Brasil.

Agora o "negocio" é mais embaixo quando falamos num desastre natural que pega bem a capital de um dos paises mais pobres do mundo, quando seu país vizinho é bem mais estruturado pra isso, em uma mesma ilha. Mas foi um desastre natural?

Um beijo.

Mais comentários meus

Sim, Manu,

Foi um desastre natural, no conceito de natural ensinado por Levi Furtado, que coloca no mesmo plano homem + natureza = natural.
É verdade: uma ilha, dois países, como o Brasil: um país, dois (ou mais) Brasil. Aqui, a democracia ainda não conseguiu criar uma república. Imaginemos um terremoto no Nordeste, na Amazônia ou no Centro-Oeste. A resposta do Estado seria semelhante à do Haiti. Não, não imaginemos: o que é o terremoto da seca? Como é tratado? As elites nordestinas usaram o fundo das secas e do Finor para enriquecerem, como ainda hoje o fazem as elites do Haiti. Comportamento igual na essência, talvez diferente na proporção. Digo talvez por desconhecer os números nos dois pontos da comparação.

Aqui nossas elites são bem mais espertas: via mídia, apagaram até o vocabulário da seca. Existe estiagem prolongada e até esta "estiagem" é escondida pela mídia. É verdade: registram-se algumas melhorias que chegam até parte da classe média que ainda faz uma dessas universidades do tipo Unifax, Unifex, Unifix, Unifox, Unifux, pagando com o Prouni -- kkk.

Não nos iludamos, porém, com a melhor "estruturação" da República Dominicana, igualmente loteada pelos e para os interesses estrangeiros que lá exploram o turismo. Estão fazendo o mesmo com o turismo nordesino, não? Qualquer semelhança não é mera coincidência, mas coerência do mesmo projeto. E nós, no Prodema, sem estudar economistas nordestinos que já analisaram esta situação de dependência e apontaram saídas, como Celso Furtado. É com currículos como estes que a "situação" mundial mantém sua hegemonia. Eles levam nossos professores e os fazem doutores com as cabeças no "primeiro mundo" e estes voltam para nos dar aulas que mais são vizeiras a nos tornar especialistas do tipo denunciado por Lauro de Oliveira Lima, um cearense que dificilmente vocês conhecem. Para Lauro, "o especialista é um burro de vizeiras" !?! Forte, não? E ele escreveu isso em livro publicado em plena ditadura!!!

Estes fatos têm a vantagem de nos fazerem refletir e, quem sabe, pensar em que país queremos construir e para quem desejamos construí-lo. Um país a serviço da dignidade das pessoas humanas e dos demais seres vivos? Ou para alimentar esta máquina de fazer máquinas consumidoras de máquinas? Nesta situação que é "o avesso do avesso do avesso", a universidade até discute cultura de paz, mas não aprofunda a "dica" de um aluno que joga em discussão o tema da dignidade dos seres humanos, da vida.

Tal qual o líder negro no final do filme "Queimadas", antes de ser enforcado pelos franceses no Haiti, eu me pergunto: "até quando"? Trata-se de uma produção franco-holandesa, que assisti ainda bem jovem. Mostra a origem da situação atual do Haiti. Minha sugestão de entretenimento para você e demais prodemistas, se conseguirem encontrá-lo em uma dessas locadoras de origem estrangeira. (Quem sabe, o encontre na Casa Amarela-UFC?) Acho difícil encontrá-lo em locadoras, já que a "ditabranda" brasileira o censurou e a democracia capitalista deve continuar censurando-o. Para que continue "isso tudo acontecendo e nós aqui na praça dando milho aos pombos".
Sonhemos muito, de corações para o alto. "Nós podemos muito, nós podemos mais. Vamos lá vazer o que será!" É muito pouco para nosso coração verdadeiramente humano sossegar-se com uma vida cômoda e insignificante.
Para todos e todas, "desesperar jamais!!", e um beijão sonhador-lutador por um mundo melhor.

Reação do Prof. Aécio Oliveira

Vejam o texto abaixo. Ajuda a entender por que se criam virus, e antivirus, do mesmo modo como ocorre no mundo virtual. A vida é objeto de experimentos para que os lucros aumentem. No capitalismo, a "divindade visível", que é o dinheiro, se sobrepõe ao que chamamos de "natural", homem e natureza. Mata-se por dinheiro, corrompe-se por dinheiro, vende-se droga, a sensualidade, sequestra-se, assalta-se; tudo por dinheiro...
Nesta sociedade, a vida mercantilizada, incluindo a natureza, legitima-se diante do objetivo do crescimento econômico. Antes de tudo o crescimento econômico (do capital); em segundo plano, a vida e o que ela nos oferece de belo para ser apreciado.

Aécio


Imprensa em Foco

Mundo

Cientistas saúdam desejo de holocausto

WorldNetDaily.com

Academia do Texas honra um professor que quer que 90% da raça humana seja exterminada pelo Ebola

O que aconteceria se um renomado cientista ecologista evolucionista dissesse a centenas de seus colegas que 90 por cento da raça humana precisava ser exterminada pela exposição ao Ebola ou algum outro vírus mortal?

Esta é a história sendo contada por Forrest Mims III, um membro da Academia de Ciências do Texas, diretor de sua seção de ciência ambiental e editor da Citizen Scientist. A palestra que Mims escutou foi proferida por Eric R. Pianka, uma especialista em lagartos da Universidade do Texas. Ela é contada em detalhes na última edição da Citizen Scientist.

“Não somos melhores do que bactérias,” Mims citando o que disse Pianka em sua condenação à raça humana, que, segundo ele, esta superpopulando a Terra.

A única forma de salvar o planeta para o resto das espécies é reduzir a população humana a 10 por cento de seu número atual.

“Ele então mostrou as soluções para reduzir a população mundial na forma de um slide reproduzindo os Quatro Cavaleiros do Apocalipse,” escreve Mims. “Guerra e Fome não funcionarão, ele explicou. Ao invés disso, a Peste oferece a maneira mais eficiente e rápida de matar os bilhões que logo devem morrer para resolver a crise de população. Pianka então mostrou um slide que apresentava fileiras de crânios humano, um dos quis tinham luzes vermelhas piscando na cavidade ocular. AIDS não é um matador eficiente, ele explicou, porque é muito lento. Seu candidato favorito para eliminar 90 por cento da população mundial é uma versão do Ebola com contágio pelo ar (Ebola reston), porque ele é altamente letal e mata em dias, ao invés de anos. Contudo, o professor Pianka não mencionou que as vítimas do Ebola morrem de forma lenta e torturante, pois o vírus inicia uma cascata de calamidades biológicas dentro da vítima que terminam por liquefazer os órgãos internos.

Pianka anota no syllabus online de sua classe de Diversidade e Ecologia que a forma letal do Ebola – Ebola Zaire – que matou nove em cada dez pessoas infectadas atualmente, só se espalha pelo contato direto com sangue infectado, enquanto o Ebola reston, seu parente próximo, mata apenas macacos, e é um vírus aéreo. A evolução, diz ele, irá produzir com o tempo uma forma de vírus aéreo fatal para os humanos.

Mims conta que quando Pianka terminou seus comentários a plateia formada de colegas cientistas e estudantes explodiu em um aplauso prolongado.

Durante a sessão de perguntas e respostas, a audiência deu risadas de aprovação quando Pianka ofereceu a gripe aviária como outro veículo para conseguir sua meta. Ela também sorriu quando ele sugeriu que era hora de esterilizar todo mundo na Terra.

“Que tipo de recepção você receberia se tivesse apresentado essas idéias para outro público que não nos representasse?” Perguntou um dos membros da platéia.

“Eu falo para convertidos!” Respondeu Pianka.

Mims disse que ele elogiou o estado policial na China que executa uma política de uma criança.

“Pessoas mais espertas têm menos crianças” Mims cita o que disse Pianka.

Prosseguindo a seção de perguntas e resposta, diz Mims “quase todos cientistas, professores e colegas estudantes colocaram-se a seus pés e aplaudiram vigorosamente o homem que efusivamente endossou a eliminação de 90 por cento da população humana. Alguns até o saudaram. Dúzias cercaram o professor ao final para dar-lhe parabéns e fazer perguntas”.

Mims relata que cinco horas depois, a Academia de Ciências do Texas presenteou Pianka com uma placa em reconhecimento por ter sido nomeado o Cientista Destacado do Texas de 2006.

“Quando o salão de banquete encheu com mais de 400 pessoas respondendo com aplausos entusiasmados, eu sai em protesto”, escreveu.

Para citar este texto:

"Cientistas saúdam desejo de holocausto"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=imprensa&subsecao=mundo&artigo=20060802〈=bra
Online, 02/08/2009 às 21:05h

Relato Direto de Porto Príncipe, Haiti

As Companheiras (os) para conhecer o relato abaixo da equipe do Centro Cultural POVEDA da República Dominicana, entidade filiada ao CEAAL, sobre a situação do Haiti logo após o terremoto.
O mesmo foi enviado por Rita Ceballos, Diretora Geral do POVEDA, para Nádia Rodrigues associada da EQUIP, Escola de Formação Quilombo de Palmares.
Recebi com a recomendação de divulgar.


Enviada: 15/01/2010 19:48

Nadia, hace unas horas que llegué desde Puerto Principe. Una catastrofe.
Estamos trabajando para apoyar. Te comparto las primeras impresiones. Rita.

Caos en Haití:

Ante la catástrofe acontecida en Haití, un equipo del Centro Cultural
Poveda sale desde la ciudad de Santo Domingo hacia la frontera sur
dominicana, Jimani, para intentar llegar a la ciudad de Puerto
Príncipe con la intención de apoyar las acciones de ayuda. Jacinto
Sencion, Vladimir Cruz y Stervin Alexis llegan a Puerto Príncipe y
se encuentran con el caos, el dolor del pueblo abandonado y sin
auxilio. Recorrieron la zona afectada por el terremoto ocurrido al
finalizar la tarde de día 12 de Enero con epicentro en la ciudad de
Carrefour, Puerto Príncipe, Haití.

Llegamos el miércoles 13 a la frontera siendo las dos de la tarde.
Al llegar a la frontera encontramos en fila 10 unidades móviles de
Salud pública y 9 cocinas móviles del plan social de la presidencia y
la unidad de socorro de la defensa civil dominicana. Todos estaban
paralizados a la espera de órdenes superiores.

Durante nuestro recorrido hacia Puerto Príncipe se empezaba a ver la
magnitud de lo que estaba ocurriendo en Haití. Miles de personas
deambulando por las calles buscando sus familiares, huyendo de los
escombros, angustiados, con miedo. Durante nuestra estancia sentimos
dos replicas, la tierra se movía con fuerte intensidad y la gente
corría como un éxodo masivo por alejarse del riesgo a ser víctimas
mortales. El pueblo intentaba huir desesperado, clamaba a Dios
misericordia, se arrodillaba, alzaba sus manos y lloraban.

Mientras más nos acercábamos al centro de la ciudad la situación era
más caótica: todo destruido, cientos de muertos amontonados en las
calles (observábamos cadáveres en la aceras), los hospitales
abarrotados de persona; se confundían los heridos y los muertos;
personas atrapadas debajo de los escombros pidien do auxilio, mientras
familiares y amigos les consolaban y acompañaban, les cuidaban del
sol. No había equipos y maquinarias para el rescate. Solo esperar
que llegaran. Durante nuestro trayecto, de cinco horas, solo vimos
una pala mecánica y un greda.

Los cadáveres en las calles, la gente bajos los escombros (hombres,
mujeres, niños, niñas) esperando ayuda, esta realidad se repetía y
repetía mientras seguíamos nuestro recorrido, cada vez con más
crudeza.

La cárcel pública esta devastada totalmente y los cadáveres arrumbados
en la acera; vimos edificios de instituciones internacionales como la
ONU y otros organismos total y parcialmente destruidos.

Las personas se quedaron sin casas, la mayoría están en las calles las
calles, las que le quedo algo están con miedo a entrar a sus casas
nuevamente.

Repetimos con tristeza e indignación que no observamos eq uipos masivos
de rescates ni las maquinarias necesarias para socorrer a las
personas, estuvimos hasta las 8:30 de la noche, hora dominicana, en
Puerto Príncipe. Durante 5 horas de nuestro recorrido solo observamos
una pala mecánica y un gredal para una catástrofe de miles y miles de
muertos y un número inimaginable por rescatar. No observamos de igual
manera la coordinación de acciones por organismos nacionales haitianos
ni internacionales para enfrentar las diferentes realidades que se
presentaban.

En horas de la mañana del día 14 de enero nos encontramos a las 7 de
la mañana con una frontera desolada en la que no se observaba ningún
equipo de socorro y ayuda para pasar hacia la ciudad de Puerto
Príncipe. Se puedo percibir el paso masivo de la prensa nacional e
internacional para dar seguimiento los acontecimientos que se están
viviendo en nuestro hermano país.

Una comisión de la sociedad civil organizada desde Foro Ciudadano, con
asiento en Santo Domingo, retornó a Puerto Príncipe este jueves 14
para intentar hacer contacto con organizaciones haitianas de tal
manera que nos sea posible articular la ayuda.

La realidad en la ciudad de Puerto Príncipe es de tragedia,
devastación, impotencia y miedo. Es imposible salir de ahí sin que el
corazón se desborde en llanto.

Jimaní, 14 de enero 2010, 11:00 a.m

Vladimir Cruz, Jacinto Sención, Centro Cultural Poveda

sábado, 16 de janeiro de 2010

Jurista Fábio Comparato Comenta "Crise"

Jurista critica "consciência conservadora" que coloca propriedade acima da dignidade

15 de janeiro de 2010

Da Agência Brasil

A terceira edição do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3) fez reaparecer fantasmas que há décadas atormentam a história política brasileira.

A principal crítica ao programa, escrito após discussão pública de dois anos, é que ele ameaça a Lei da Anistia (Lei nº 6.683, de 28 de agosto de 1979) e permite que pessoas que atuaram na “repressão política” da ditadura militar (1964-1985) sejam processadas, julgadas e condenadas por seus crimes.

Setores militares criticaram o programa afirmando que o documento poderia levar o país a um clima de revanchismo. O principal foco das discussões recaía sobre a criação da Comissão da Verdade cujo intuito é apurar crimes que teriam ocorrido durante o período militar.

Para pôr fim à polêmica, o governo optou por retirar a expressão “repressão política” na parte que trata da apuração de casos de violação de direitos no contexto do regime militar. Assim, o texto do decreto abre a possibilidade de que sejam investigadas violações de direitos humanos praticadas tanto por militares quanto por outros agentes do período.

O texto do programa recebeu ainda críticas da Igreja Católica, por causa dos trechos relativos ao aborto; dos meios de comunicação, que afirmam que o documento favorece a censura; e do setor agrícola, que acredita em aumento da violência no campo com a criação de uma câmara de conciliação para mediar conflitos durante ocupações de terra.

As críticas ao PNDH levaram o jurista Fábio Konder Comparato, 73 anos, a se manifestar publicamente contra quem critica o programa e contra qualquer revés na luta pelos direitos humanos no Brasil.

O advogado e escritor também assina no Supremo Tribunal Federal (STF) uma arguição sobre a Lei da Anistia e tem expectativa que a principal Corte do país reveja este ano a impunidade sobre os abusos da época da ditadura. A seguir os principais trechos de sua entrevista à Agência Brasil.

Agência Brasil: O governo resolveu o imbróglio em torno do PNDH 3 e editou um novo decreto sobre a criação da chamada Comissão da Verdade no qual não consta a expressão “repressão política”, existente no texto original e criticada pelos setores militares. O que o senhor achou dessa solução?

Fábio Konder Comparato: Foi um evidente recuo do presidente da República. De certa maneira, esse recuo era esperado. O presidente Lula jamais enfrentou a oposição do poder econômico e do poder militar. Mas isso não deixa de ser surpreendente porque em toda a história republicana do Brasil ele é o presidente que contou com a maior aprovação popular. A impressão é que estamos onde sempre estivemos: uma espécie de cena política em que o povo, na melhor das hipóteses, é mero figurante. Isso é muito grave, nós não podemos simplesmente nos desolar diante de mais essa demonstração de que o povo não conta na política brasileira. A solução a longo prazo é a educação política do povo. A democracia é o único regime político que o povo precisa ser educado para agir. Nós temos uma democracia de fachada que mal esconde a oligarquia.

Em um artigo publicado esta semana o senhor escreve que os militares, ao afirmar que o PNDH 3 quer revogar a Lei da Anistia, estão assumindo que aquela lei é contrária aos direitos humanos ou sustenta graves violações. Por que os setores militares ainda têm dificuldade em lidar com esse passado?

Porque os militares no Brasil gozaram de absoluta impunidade no que diz respeito ao cometimento de atos criminosos contra o povo e contra a ordem política. Nunca ninguém pensou em pô-los no banco dos réus. O general [Ernesto] Geisel [presidente da República entre 1974 e 1979] admitiu a tortura, mas um militar que hoje exerce as funções de deputado federal [Jair Bolsonaro, PP-RJ] disse em público que o grande erro dos militares na época que eles comandavam ostensivamente o país foi torturar, deveriam ter matado os opositores políticos! E o Ministério Público Federal ficou de braços cruzados... Isso é um escândalo! O Ministério Público Federal está colaborando com a criminalidade por parte dos militares.

O senhor assina a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que questiona o Supremo Tribunal Federal quanto à interpretação de que a Lei da Anistia mantém impune torturadores e mandantes de crimes comuns, como sequestro, tortura, assassinato e estupro, praticados contra presos políticos durante a ditadura militar. O senhor tem expectativa que esse assunto se resolva este ano?

Espero que sim. Afinal de contas, a Procuradoria-Geral da República está em mora [em atraso no cumprimento de uma obrigação]. Pela lei que rege esse processo de arguição de descumprimento de preceito fundamental, quando o Ministério Público não é o autor da arguição ele tem cinco dias para se manifestar. A Procuradoria-Geral da República foi intimada a se manifestar em 2 de fevereiro de 2009. Daqui a uns dias completará um ano que a Procuradoria se debruçou sobre os autos e até agora não produziu nenhum parecer.

O senhor vê algum motivo para isso?

Houve claro descumprimento da lei e o Ministério Público como qualquer órgão público no Estado de direito tem que obedecer à lei e à Constituição. Não existem donos da lei.

A Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou nota afirmando que, apesar do novo decreto presidencial sobre o PNDH 3 que institui o grupo de trabalho para criar o projeto de lei sobre a Comissão da Verdade, “foram mantidas as ameaças às instituições democráticas, ao estado de direito e à liberdade de expressão”. Qual a razão da queixa do setor rural?

Os dois programas de direitos humanos aprovados durante o governo Fernando Henrique Cardoso [assinados em 1996 e 2002, respectivamente] foram muito mais incisivos do que este programa no governo Lula. Não me parece que os proprietários de terra, ou melhor, perdão, os agricultores - como quer o ministro Reinhold Stephanes [ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento] - tenham rasgado e queimado a roupa e posto a cinza na cabeça diante desse cerceamento de sua liberdade. Tudo isso é ridículo, tudo isso é falso e tudo isso mostra que não vivemos em um Estado republicano, democrático e de direito. Qual a única ambição do Programa Nacional de Direitos Humanos do presidente Lula? A atualização dos índices de produtividade. Por que? Porque a Constituição proíbe a desapropriação para fins de reforma agrária das terras produtivas. Como é que se afere a produtividade? Evidentemente por índices técnicos. Ora, os índices que estão em vigor datam de 1975, há mais de três décadas.

Período que houve uma revolução na produtividade do campo...

O que o programa de direitos humanos do governo Lula está pedindo é absolutamente razoável: o cumprimento da Constituição. Os dois programas do governo Fernando Henrique eram a esse respeito muito mais sérios. Seguindo, aliás, uma proposta que eu fiz sendo membro do Conselho Nacional de Defesa de Direitos da Pessoa Humana, os programas exigiam que se substituísse a norma do Código de Processo Civil segundo a qual as ações de manutenção e reintegração de posse, a expedição do mandato, podem ser feitam sem ouvir o réu. Está em causa a questão da função social da propriedade. Não é possível, em face da Constituição, dizer que a função social da propriedade é secundária. Os maiores crimes para a consciência conservadora brasileira não são contra a vida e a integridade pessoal, mas contra a propriedade. A propriedade está acima da dignidade da pessoa humana.

Vários veículos de comunicação disseram e repetiram que o PNDH 3 revoga a Lei da Anistia. Por que houve uma reação tão contundente da mídia contra o programa?

A democracia exige a educação política do povo. Numa sociedade de massa essa educação se faz pelos meios de comunicação de massa. Eles ocupam um espaço público (rádio e televisão). O público significa espaço do povo não é do Estado nem de particulares. Nós conseguimos essa proeza no Brasil: esse espaço público foi apropriado por empresários. Eles são donos da televisão, donos do rádio e, por conseguinte, do espaço de comunicação pública. A Constituição exige, por exemplo, que toda a concessão pública seja precedida de licitação. Eu gostaria que você me lembrasse qual foi o caso de licitação de rádio e televisão aqui no Brasil. Politicamente, a grande arma que tem o empresariado nacional é a posse praticamente exclusiva desse espaço com o povo e do povo entre si. Então, não pode haver educação política. Toda vez que se fala em regulamentar o artigo 220 da Constituição [que no capítulo 5 trata da Comunicação Social] gritam que estão sendo massacrados pelo Estado e falam de censura. Esse é o principal problema da democracia hoje no Brasil. O país é o único do mundo onde não há lei de imprensa.

O senhor avalia que o momento pré-eleitoral também reverbera nas discussões sobre o PNDH?

Provavelmente. Eu não vejo outra razão. Os pontos polêmicos do programa já constavam nas edições anteriores do PNDH e eram tratados de maneira mais incisiva e abrangente. Eu não me lembro que tivesse havido tanta celeuma, não houve nenhuma aliás, quando da publicação dos dois programas do governo Fernando Henrique. Isso está cheirando à campanha eleitoral antecipada.

Essa antecipação explicaria o recuo do governo?

É bem provável. Isso eu não posso suportar. Francamente, eu acho que presidente da República não pode negociar quando se trata da dignidade humana. Acho isso gravíssimo e mesmo sob o aspecto eleitoral não é ele o candidato. Ele não pode pretender, para fazer seu sucessor, negociar com questões que são inegociáveis. Isso é contrário ao espírito da Constituição e às normas mais elementares de ética política.

A Herença de Zilda Arns para Nós

Zilda Arns nos deixa umas lições de vida bem interessantes

1- É possível colocar a profissão a serviço das camadas humildes da sociedade e, ainda assim, alcançar fama e projeção até internacional.

2- É possível, no exercício profissional, adotar medidas simples e eficazes. Até porque as soluções complicadas geralmente dão lucro para as multinacionais e, por conseguinte, não se destinam a resolver os problemas dos pobres.

3- É possível aliar o saber técnico-científico à solidariedade dos pobres. Isso gera milagres como as vidas de milhares de crianças salvas. Portanto, resta saber a serviço de quem colocamos nosso saber "superior" adquirido com os diplomas alcançados nas universidades públicas...

4- É possível transformar iniciativas populares em políticas públicas.

5- É possível juntar sociedade civil, hierarquia religiosa e autoridades de governo em mutirão pela vida, como no combate à morte das crianças.

Você pode acrescentar outras lições.

Ademir Costa

O Haiti é Aqui -- e Lá Também

Reflexões que recebi sobre o Haiti. Umas fazem paralelo com acontecimentos do e no Brasil. A voz de um pesquisador da Unicamp que trabalha naquele país é uma das mais abalizadas. Eles com a palavra:

Prezados amigos,

A percepção de que o Haiti é um laboratório foi a primeira reflexão que me veio, diante das primeiras imagens da situação de total ausência de um estado legítimo naquele país. O Haiti é hoje um laboratório de experimentação de uma sociedade que no lugar do Estado tem um arranjo institucional imposto e que está dando mostras da sua ineficácia e perversidade.

Nós no Brasil conhecemos um pouco desta realidade, quando, no inicio do ano, vimos que a ocupação desordenada de encostas resultou em mortes que poderiam ser evitadas.

Em um momento em que o povo cubano está sendo incluído na lista de Estados qualificados pela administração estadunidense de patrocinadores do terrorismo, não podemos deixar calar o exemplo cubano que, mesmo sob condições de imensa dificuldades, enfrentou a temporada de furacões em 2008 com um saldo de 07 mortes. E nem deixar de divulgar como a sociedade cubana está se preparando para uma possível nova temporada de catástrofes naturais.

Conforme noticiado no Granma Internacional " 30 mil pessoas foram evacuadas em 12 de janeiro com prontidão, disciplina e cooperação pelo Conselho de Defesa Municipal (CDM) em Baracoa, diante do possível perigo de tsunami. A mobilização foi decretada com o sismo de 7 graus, às 16h53, ocorrido na terça-feira, dia 12, na localidade de Carrefour, a 15 quilômetros de Porto Príncipe, capital do Haiti. Depois da evacuação do CDM, os moradores da beira-mar de Baracoa e das zonas litorâneas de Cabacú, El Turey e Mabujabo foram deslocados em menos de uma hora para as áreas mais elevadas da cidade, segundo declarou à AIN o primeiro secretário do Partido em Baracoa, Eudis Romero Suárez ".

O exemplo cubano também deve ser ressaltado na ajuda humanitária enviada por este país aos haitianos, precisamente identificada pelo chanceler Bruno Rodriguéz Parrilla na presença de "403 colaboradores cubanos, deles 344 trabalham no setor da saúde, como médicos e paramédicos”, e o envio de "mais ajuda de emergência para a irmã nação caribenha, consistente em “medicamentos e material sanitário, bem como um grupo adicional de médicos que viajará a essa nação".

Solidariedade ao povo haitiano, a Cuba e toda América Latina!

Míriam


Oi companheirada,

Senti uma dor enorme quando vi os acontecimentos do Haiti. E, ao mesmo tempo fiquei indignada pensando que nada conseguimos fazer quando o Brasil foi enviado para liderar as tropas da ONU para reprmir as lutas do povo haitiano. Neste inicio de ano ja sofri e me indignei contra a violencia da Faixa de Gaza e sua impunidade. O que estes dois fatos tem a ver? E fiquei pensando como nada conseguimos fazer e nem mostrar a relacao de tudo isto com o capitalismo, a exploraçao, a discriminaçao. Este pequeno texto abaixo, de um professor da Unicamp, ajuda nesta reflexão. http://lacitadelle.wordpress.com/



Haiti: estamos abandonados

A noite de ontem foi a coisa mais extraordinária de minha vida. Deitado do lado de fora da casa onde estamos hospedados, ao som das cantorias religiosas que tomaram lugar nas ruas ao redor e banhado por um estrelado e maravilhoso céu caribenho, imagens iam e vinham. No entanto, não escrevo este pequeno texto para alimentar a avidez sádica de um mundo já farto de imagens de sofrimento.

O que presenciamos ontem no Haiti foi muito mais do que um forte terremoto. Foi a destruição do centro de um país sempre renegado pelo mundo. Foi o resultado de intervenções, massacres e ocupações que sempre tentaram calar a primeira república negra do mundo. Os haitianos pagam diariamente por esta ousadia.

O que o Brasil e a ONU fizeram em seis anos de ocupação no Haiti? As casas feitas de areia, a falta de hospitais, a falta de escolas, o lixo. Alguns desses problemas foram resolvidos com a presença de milhares de militares de todo mundo?

A ONU gasta meio bilhão de dólares por ano para fazer do Haiti um teste de guerra. Ontem pela manhã estivemos no BRABATT, o principal Batalhão Brasileiro da Minustah. Quando questionado sobre o interesse militar brasileiro na ocupação haitiana, Coronel Bernardes não titubeou: o Haiti, sem dúvida, serve de laboratório (exatamente, laboratório) para os militares brasileiros conterem as rebeliões nas favelas cariocas. Infelizmente isto é o melhor que podemos fazer a este país.

Hoje, dia 13 de janeiro, o povo haitiano está se perguntando mais do que nunca: onde está a Minustah quando precisamos dela?

Posso responder a esta pergunta: a Minustah está removendo os escombros dos hotéis de luxo onde se hospedavam ricos hóspedes estrangeiros.

Longe de mim ser contra qualquer medida nesse sentido, mesmo porque, por sermos estrangeiros e brancos, também poderíamos necessitar de qualquer apoio que pudesse vir da Minustah.

A realidade, no entanto, já nos mostra o desfecho dessa tragédia [UTF-8?]– o povo haitiano será o último a ser atendido, e se possível. O que vimos pela cidade hoje e o que ouvimos dos haitianos é: estamos abandonados.

A polícia haitiana, frágil e pequena, já está cumprindo muito bem seu papel [UTF-8?]– resguardar supermercados destruídos de uma população pobre e faminta. Como de praxe, colocando a propriedade na frente da humanidade.

Me incomoda a ânsia por tragédias da mídia brasileira e internacional. Acho louvável a postura de nossa fotógrafa de não sair às ruas de Porto Príncipe para fotografar coisas destruídas e pessoas mortas. Acredito que nenhum de nós gostaria de compartilhar, um pouco que seja, o que passamos ontem. Infelizmente precisamos de mais uma calamidade para notarmos a existência do Haiti. Para nós, que estamos aqui, a ligação com esse povo e esse país será agora ainda mais difícil de ser quebrada.
Espero que todos os que estão acompanhando o desenrolar desta tragédia também se atentem, antes tarde do que nunca, para este pequeno povo nesta pequena metade de ilha que deu à luz a uma criatividade, uma vontade de viver e uma luta tão invejáveis.

Otávio Calegari Jorge
Pesquisador da Unicamp no Haiti

(13 13UTC Janeiro 13UTC 2010, 23:39
Arquivado em: HAITI)