quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Há Saída: Desocupe o Capitalismo

Convite do Movimento Crítica Radical: Olá, companheir@s Ao chamamento “Ocupe Wall Street”, queremos trocar idéias não só como chegar lá, mas também como ir adiante. Daí renovamos o convite para o debate: DESOCUPE CAPITALISMO! EXISTE SAÍDA PARA AS CATÁSTROFES ECONÔMICA, ECOLÓGICA E DA HUMANIDADE DEBATE COM JORGE PAIVA 27/OUTUBRO – QUINTA-FEIRA – 15H UECE – AUDITÓRIO DO CENTRO DE HUMANIDADES (AV. LUCIANO CARNEIRO) Rua João Gentil, 47 – Pça da Gentilândia – Benfica -- Fortaleza, Ceará, Brasil Fone: 85 30812956 / 85166253 www.criticaradical.org / criticaradical@criticaradical.org Contamos com sua presença e participação! E renovamos o alerta para a importância da leitura do texto de Anselm Jappe sobre a crise do dinheiro (http://www.criticaradical.org/?p=1211) como contribuição ao debate. Um grande abraço Grupo Crítica Radical Pra pensar o impensável Pra fazer o impossível

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Debate sobre conflitos ambientais no Ceará

Rede de Justiça Ambiental realiza debate sobre conflitos e promoção da justiça ambiental no Ceará A Rede Brasileira de Justiça Ambiental, articulação da sociedade civil que reúne movimentos, organizações e ativistas de diversas localidades do país, realizará, na próxima sexta-feira, 28, o debate “Dos Conflitos à promoção da Justiça Ambiental no Ceará”, a partir das 14h, no auditório da ADUFC - Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará, em Fortaleza. A partir do conceito de justiça ambiental, que denuncia a desigualdade dos impactos socioambientais e refere-se ao tratamento justo e ao envolvimento dos grupos sociais nas decisões sobre acesso, ocupação e uso dos recursos naturais em seus territórios, pretende-se dialogar sobre os diversos conflitos vivenciados no Ceará. Para tanto, participarão do debate sujeitos que enfrentam injustiças ambientais, tais como aquelas provocadas pela expansão do agronegócio; pela especulação imobiliária, instalação de eólicas e criação de camarão de cativeiro, na Zona Costeira; devido à possibilidade de mineração de urânio, em Santa Quitéria; bem como às obras da Copa, em Fortaleza, e à construção do porto e de uma usina termelétrica, no Pecém. O debate contará ainda com a presença de Raquel Rigotto, coordenadora do Núcleo Tramas – Trabalho, Meio Ambiente e Saúde para a Sustentabilidade, da Universidade Federal do Ceará; Julianna Malerba, mestre em Planejamento Urbano e Regional e integrante da Fase - Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional; Dário Bossi, da Rede Justiça nos Trilhos (MA); e Fernando Costa, do Núcleo Amigos da Terra/Brasil. Também integrantes do Colegiado Político da Rede Brasileira de Justiça Ambiental, os/as convidados/as abordarão o histórico dessa articulação e discutirão como essa perspectiva conceitual contribui para a denúncia do atual modelo de desenvolvimento e para fortalecer os enfrentamentos realizados nos territórios. O debate é aberto ao público. Serviço: Debate: “Dos Conflitos à promoção da Justiça Ambiental no Ceará” Data: 28 de outubro (sexta-feira), às 14h. Local: Auditório da ADUFC - Av. da Universidade, 2346. Bairro Benfica. Fortaleza, CE, Brasil. Mais informações: Helena Martins – (85) 87934091 / (85) 99897450 Maiana Maia – (85) 87105628

domingo, 23 de outubro de 2011

Sem Drible às Leis

MARINA SILVA Publicado originalmente na Folha de São Paulo, 20.10.11. Reproduzido aqui com permissão da autora. O velho dito popular que diz que não se discute política, religião e futebol talvez seja só uma senha para o início dos debates, já que são assuntos muito discutidos em todas as rodas. Agora, por exemplo, até eu começo a pensar mais em futebol - tema, aliás, que entrou de vez na pauta política. O problema é que nem sempre o que é bom no campo funciona fora dele. O improviso, a ginga e a jogada genial que decide a partida no último minuto não se aplicam à gestão pública. Nesse campo, o estilo de jogo tem que ser diferente: aberto e visível, com planejamento e visão de longo prazo. O lampejo individual precisa dar lugar ao interesse coletivo, expresso no bom uso do orçamento público. A Copa de 2014 começou em outubro de 2007, quando o Brasil foi escolhido como sede. E imensos desafios adiados agora nos afligem. O Brasil se comprometeu com gastos enormes, e, de uma hora para outra, precisam ser feitos às pressas. O resultado é a lei 12.462/11, que criou o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC). Na prática, a norma acelera -ou dribla- os instrumentos de controle da Lei de Licitações Públicas. Preocupante também é ver como se decidiu construir e reformar estádios a custos ainda imprevisíveis, com dinheiro público, para atender a exigências que parecem inquestionáveis. Não é porque amamos o futebol e ansiamos por sediar mais uma Copa que deixaremos de ter um olhar crítico para essas decisões. Cidades-sede correm para cumprir prazos e concluir obras de estádios (ambientalmente corretos?) e de infraestrutura. A sociedade precisa mobilizar-se por visibilidade, ou os resultados não serão os esperados. A Grécia, até hoje, chora os prejuízos da Olimpíada de Atenas (2004). A África do Sul lamenta o que não ganhou com a Copa de 2010. A Fifa, ao fazer a Copa no Brasil, terá grandes lucros ao usar, de alguma forma, nossa "marca", nossa bandeira, que se confunde com o futebol. A Lei Geral da Copa, em discussão no Congresso, precisa expressar nossa soberania. Isenção fiscal para a Fifa e seus parceiros até 2015? Interferência em contratos públicos? Uso exclusivo de termos como "Copa do Brasil"? Supressão da meia-entrada? Perda de direitos do consumidor? Venda de bebidas alcoólicas nos estádios? E, antes que alguém responda, uma outra: foi assim na Alemanha? É preciso que o governo tenha conduta mais firme, de controle de gastos, e de defesa de leis conquistadas após longas lutas sociais. Tarefa que depende do empenho dos órgãos públicos diretamente responsáveis, sobretudo do Ministério do Esporte, que não tem se notabilizado nisso. Tocar as obras. Organizar a Copa. Lidar com a Fifa. E fazer o povo brasileiro ganhar.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Seminário Discute Serviços Ambientais e Urbanismo

O 2º Seminário Internacional sobre Serviços Ambientais parece ser uma tentativa de a Prefeitura de Fortaleza limpar sua imagem. Se foi esta a intenção, haja desastre. No sétimo ano de seu mandato, Luizianne Lins não conseguiu sair da mesmice de seus antecessores e o meio ambiente de Fortaleza continua a ser destruído. Ontem, no primeiro dia, pessoas denunciaram aterramento de riachos onde está projetado o Parque Rachel de Queiroz, nenhuma lagoa com mata ciliar original, inúmeras lagoas aterradas no passado e outras sendo aterradas hoje, em plena administração do PT junto com partidos ditos de esquerda (PSB e PC do B) e conservadores como o PMDB. Fala-se em 300 árvores cortadas por mês, dado a ser confirmado. Neste cenário, haja discursos sobre serviços ambientais e promessas de se realizar um Plano Diretor de Arborização de Fortaleza, plano cujo planejamento se arrasta há anos, no Fórum da Agenda 21 de Fortaleza, um esvaziado espaço integrado pela Prefeitura de Fortaleza, empresários, universidades e movimentos sociais. São mais de 40 entidades representadas, mas a última vez que compareci em julho, estavam presentes 8 pessoas. No seminário internacional, o secretário de Meio Ambiente, Deodato Ramalho, queixou-se de não ter fiscais, dos empresários que constroem sem respeitar o ambiente e da população em geral. Em outras palavras, admitiu que o poder público é refém dessas forças, quando tem a função de impedir os excessos desses dois lados e impor o respeito às leis ambientais, no interesse da coletividade. Anunciou a iniciativa de uma cooperativa plantar milhares de árvores como compensação por emissão de carbono durante evento nacional em Fortaleza como se fosse uma maravilha de ocorrência. E deitou dúvidas em cima de afirmações do Inventário Ambiental de Fortaleza, feito por encomenda da prefeitura. O documento afirma que Fortaleza tinha naquela data apenas 7% de sua cobertura verde original. Entre 1968 e 2003, a cidade perdeu, portanto, cerca de 90% de verde, conforme o estudo. O Inventário foi editado em 2003 pela Prefeitura Municipal de Fortaleza. Como só em um ano, entre 2010 e 2011, a construção civil cresceu 30% em Fortaleza (dado que Deodato Ramalho me forneceu em entrevista), agora a cidade deve ter bem menos que 7% de seu território como área verde de origem. Fiz uma intervenção no seminário para dar a referência correta do Inventário Ambiental sobre a perda de 90% do verde de Fortaleza, entre 1968 e 2003, pois a Profa. Dra. lúcia Mendes, agrônoma da Uece, pediu ajuda nesse sentido, ao fazer sua palestra sobre "Arborização e Áreas Verdes de Fortaleza, uma Abordagem Histórica". Ela retirara o dado do síte do Movimento Pró-Parque Rachel de Queiroz e não sabia precisar a fonte. Falei que em 20 anos, do Prefeito Cambraia, passando por dois mandatos de Juraci Magalhães até os outros dois de Luizianne Lins, "a cantiga da perua é uma só: é de pior a pior" a situação ambiental de Fortaleza. Sucessivas administrações inoperantes, as construções "comendo" o verde e a sociedade civil gritando por justiça ambiental. Um quadro lamentável que continuou na promissora administração Luizianne, disse eu. Fiz coro a um senhor que falara antes de mim, no sentido de que a prefeitura precisa profissionalizar-se para debelar a hecatombe ambiental que se abate sobre Fortaleza. Terminei com o verso da música que canta: "isso tudo acontecendo e nós aqui na praça dando milho aos pombos".

Mais que serviços ambientais

O presente texto não é uma crítica aos ambientalistas atuais, mas um convite à reflexão sobre até onde realmente podemos – e precisamos – ir, em nossa missão de tornar o Planeta Terra um lugar melhor para todos, afinal, não estamos cuidando do planeta somente para nós humanos, mas para todos os seres que aqui vivem. O pensamento ambiental evoluiu muito nas últimas décadas e os movimentos ambientalistas vem alcançando e sensibilizando cada vez mais pessoas pelo mundo afora. Essa evolução, no entanto permanece limitada, circunspecta à lógica antropocêntrica mantida há milênios, desde que o homem criou a agricultura e domesticou algumas espécies animais. Essa lógica, que considera que a Natureza está aí para nos servir, não pode assegurar a perpetuação da vida no planeta, não evitará que o avanço desenvolvimentista termine um dia com a vida na Terra, ele no máximo trará uma sobrevida, porém, a destruição e a escassez nessa sobrevida continuarão a aumentar. Tal visão antropocêntrica faz com que a maioria de nós humanos queira cuidar da Natureza apenas por medo de perder as vantagens e os ganhos materiais que ela pode oferecer. Por isso hoje o debate ambientalista gira em torno dos negócios verdes, dos chamados serviços ambientais e outros ganhos que pessoas e empresas tem e poderão vir a ter por preservar. As discussões e as decisões sobre proteção ambiental – sob o guarda-chuva do Desenvolvimento Sustentável – são feitas em salas climatizadas, por pessoas que não tem quase nenhum contato com a Natureza e com a multidiversidade de seres que a compõem. Defender a Natureza de verdade é considerar aqueles que defendemos, é enxergar e respeitar cada uma das belas formas de vida que coabitam a Terra conosco, é reintegrarmo-nos com eles, para voltarmos a nos sentir-se parte da grande Teia que conecta todas as formas de vida. Isso requer um processo de mudança interior, onde cada um terá de questionar o conceito de vida e de sacralidade preponderante na sociedade ocidental, que vê a Natureza somente como um amontoado de bichos e plantas sem alma, deixados por Deus para usarmos como quisermos. Essa mudança de pensamento felizmente já está em curso. Muitas pessoas pelo mundo já estão sendo sensibilizadas a esse nível e revendo suas atitudes mesmo no âmbito das ações ambientalistas. É um chamado interior, um apelo que a Terra Viva e Pulsante faz a cada um de nós, um chamado à reconexão com essa Grande Mãe que nos acolhe e nos alimenta. Isso já aparece nos movimentos de permacultura, ecovilas, veganos e adeptos da chamada “simplicidade voluntária”. Alguns requerem atitudes radicais, que seriam inacessíveis para a maioria das pessoas, mas podem inspirar atos mais simples para o cotidiano de todos e também inspirar aqueles que tem o poder de decidir pelo coletivo. Um exemplo simples, de cidadãos comuns, está nos defensores de animais abandonados. Essas pessoas não fazem seu trabalho para ganhar hoje ou no futuro, fazem por pura doação, para o bem dos seres que defendem. Para os tomadores de decisão, o exemplo de Butão, uma pequena nação asiática que trocou o conceito de Produto Interno Bruto pelo de Felicidade Interna Bruta, evitando que o país ingressasse na onda desenvolvimentista e consumista que domina hoje o planeta. São atitudes que transcendem o atropocentrismo e vão além dos limites da visão mercadológica. Estão em sintonia com os princípios que nortearão a Nova Era em que estamos devagarinho adentrando. Antonio Eli Barbosa Terapeuta Holístico ::: 85 9917.8560 www.antonioeli.com.br | twitter.com/antonioeli

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Carta Aberta a Cid Gomes

Reproduzo a carta de Ritacy de Azevedo Teles, por traduzir o meu sentimento. Creio ser o pensamento de milhares de cearenses, levando em conta as manifestações públicas havidas em Fortaleza. Carta aberta ao Governador do Estado do Ceará Excelência, Preciso dizer-lhe publicamente que votei muito mal nas últimas eleições estaduais! Sou professora de Língua Portuguesa, Literatura e Redação e me dedico à profissão intensamente há vinte anos. Votei em Vossa Excelência por o senhor apoiar a campanha de Dilma Roussef. Há quatro revelações que devo fazer aos professores para que possam me desculpar esse ato falho, embora saiba que muitos deles agiram como eu, pois acreditaram em suas propostas de fazer avançar a educação no Estado. É justo que o senhor as conheça! 1. A primeira é a de que, na verdade, não havia, no Ceará, nenhum candidato dos que disputavam mais veementemente o Governo que fosse convincente, apesar do grande aparato midiático. Dos males, porém, viesse o menor. O senhor pelo menos contribuiu na campanha da Presidenta. O meu prejuízo não foi completo. 2. A segunda confissão é a de que, como o senhor, tentei ser esperta, pois votei em alguém de quem, mesmo não esperando um bom mandato, contribuía para o meu objetivo. Reconheço, contudo, que o senhor me superou no lucro de tudo isso, por ter sabido se apoiar na minha candidata para se eleger. 3. A terceira é a de que não esperava ver colegas escrachados, humilhados, surrados, feridos, ensanguentados, desmaiados, tratados sem o mínimo respeito, como se vítimas dos famosos anos de chumbo da Ditadura Militar, principalmente ocorrendo este fato na Assembleia Legislativa, Casa que deveria defender os interesses da classe em vez de, subservientemente, ceder aos seus caprichos. Felizmente a população já sabe que apenas quatro Deputados votaram contrariamente ao plano de Vossa Excelência. Não será só o senhor a perder no próximo pleito, mas também todos os que, ao contrário dos quatro, "ferraram" os professores (Esta é a expressão: "ferraram", pois não consigo ser educada e suave diante de barbaridades e brutalidades). 4. A quarta e última é a de que nunca me orgulhei tanto de ser professora. Estou feliz por saber que os meus colegas, os meus digníssimos colegas estão enfrentando como heróis seu autoritarismo e por saber que teremos avanços a partir de agora, pois a história dos professores cearenses muda a partir de agora, bem como a sua! Continuemos, agora apenas entre nós! Não posso perder a oportunidade de satisfazer a uma curiosidade! Preciso perguntar-lhe: se o estudo do professor não tem valor no Ceará, que valor terá o do aluno? Ah, já sei... o senhor manda distribuir computadores a alguns. Quero lembrar que não são bobos. Vão recebê-los, mas não vão compensar as perdas do ano letivo! Refiro-me à desvalorização da pesquisa e da obtenção de conhecimentos. Os professores, ao se submeterem a cursos como Especializações e Mestrados, desejam adquirir conhecimentos que difundirão para crianças e jovens do nosso Estado. Sei que não devem obter um título apenas nem principalmente para terem algum acréscimo financeiro em seus vencimentos. Seu maior anseio deve ser aprender mais, para ensinar mais e melhor. Esse argumento, porém, não pode dar sustento à desonestidade e à injustiça. O que se deve pagar a mais ao professor especializado, mestre ou doutor por essa conquista e pelos esforços necessários a ela tem que ser justo, e não desrespeitoso. Não deve se assemelhar a uma esmola, como a que o Governo de Vossa Excelência insiste em garantir. É necessário que todos os cearenses, da capital e de todos os outros municípios, saibam que a proposta para essa recompensa é humilhante e que precisaria que fosse decuplicada para corresponder a uma pequena porcentagem do subsidio de Vossa Excelência, que não precisou mostrar diploma nem provar conhecimento algum para governar o Estado. Para ser Governador, basta não ser analfabeto. Algo mais grave! Trato ainda de algo mais grave: do seu desrespeito ao professor. Suas infelizes frases, reveladoras do grande desdém que Vossa Excelência não soube esconder em seu discurso, magoaram a todos nós, e não apenas aos colegas da rede estadual. A sua sugestão de que professores devem trabalhar por amor só poderia ser aceita se eles não comessem; se não quisessem garantir às suas famílias pelo menos uma diminuta parcela dos benefícios que o senhor garante à sua e a si mesmo; se não se vestissem, se não precisassem pagar por energia, água, telefone e, o que já é impossível, se não precisassem de livros e de outros recursos para o seu crescimento intelectual. Não posso deixar de comentar também sobre a sua declaração de que o professor que queira ganhar melhor deve migrar para a escola privada. Vossa Excelência não se preocupa com a evasão dos professores da rede estadual? Isso não seria problema? Outros seriam contratados? Não interessa a permanência dos professores por muito tempo no serviço público, para que projetos tenham continuidade e outros benefícios ocorram? A escola privada realmente se mostra mais justa que a pública para com o professor? Esse pensamento de Vossa Excelência é lastimável! Por que falo tanto? Não tenho interesses partidários nem sou membro da oposição. Mas sou uma professora! E mais: sou especialista e mestra. Não gosto de ver meu esforço desvalorizado. Não adentrei o serviço público de educação. Não tive o desprendimento e o heroísmo dos meus digníssimos colegas da educação pública do Estado do Ceará, os quais respeito muito. Não me considero, porém, culpada por não acompanhá-los em tamanho esforço porque, ao contrário de Vossa Excelência, não concordo que eu deva trabalhar só por amor, mas também por dinheiro. Não digo que a sua visão de que o professor ou qualquer outro profissional deva trabalhar por amor é ingênua, pois ingênua seria eu se assim pensasse. Digo sim que é uma máxima cruel, insensível, revoltante, além de ridícula! Além de respeitar o professor, lamento pelo desdém de que ele é vítima, pelas humilhações a que é submetido. É absurdo um professor precisar destinar-se à Assembleia Legislativa do Ceará para reivindicar desgastantemente um direito garantido por lei que Vossa Excelência insiste em desrespeitar: o direito a um piso salarial de aproximadamente R$ 1100,00. Um apelo... Pense melhor, Excelência. Deixe a sensibilidade superar a arrogância e a indiferença pelas necessidades sociais. Seja prudente! O senhor já perdeu por tudo que tem feito! Um aviso... Não é só o professor da rede estadual que está insatisfeito, mas também o da rede privada de ensino, bem como outros segmentos. Não há causa sem efeito! Sem mais, Ritacy de Azevedo Teles P.S.: O tratamento respeitoso de "Vossa Excelência" é mera convenção gramatical da qual não consigo me desvencilhar. Não deve entendê-lo literalmente

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Sobre a Greve dos Professores do Ceará

Contas simples que dizem muita coisa.

AULA DE MATEMÁTICA
Prof. Leonardo Schramm

Hoje vou brincar de professor de matemática. Vou passar alguns problemas para vocês resolverem.

Problema nº1

Um professor trabalha 5 horas diárias, 5 salas com 40 alunos cada. Quantos alunos ele atenderá por dia?
Resposta: 200 alunos dia.
Se considerarmos 22 dias úteis. Quantos alunos ele atenderá por Mês?
Resposta: 4.400 alunos por mês.
Consideremos que nenhum aluno faltou (hahaha) e, que em cada um deles, resolveram pagar ao professor com o dinheiro da pipoca do lanche: 0,80 centavos, diárias. Quanto é a fatura do professor por dia?
R: 160,00 reais diários
Se considerarmos 22 dias úteis. Quanto é faturamento mensal do mesmo professor?
R: Final do mês ele terá a faturado R$ 3.520,00.

Problema nº2

O piso salarial é 1.187 reais, para o professor atender 4.400 alunos mensais. Quanto o professor fatura por cada atendimento?
Resposta: aproximadamente 0,27 mensais
(vixe, valemos menos que o pacote de pipoca)... continuando os exercícios...

Problema nº3

Um professor de padrão de vida simples,solteiro e numa cidade do interior, em atividade, tem as seguintes despesas mensais fixas e variáveis:
Sindicato: R$12,00reais
Aluguel: R$350,00reais ( pra não viver confortável)
Agua/energia elétrica: R$100,00 reais (usando o mínimo)
Acesso à internet: R$60,00 reais
Telefone: R$30,00 reais (com restrições de ligações)
Instituto de previdência: R$150,00 reais
Cesta básica: R$500,00 reais
Transporte: sem dinheiro
Roupas: promocionais
Quanto um professor gasta em um mês?
Total das despesas: R$1202,00
Qual o saldo mensal de um professor?
Saldo mensal: R$1187,00 - 1202= -15 reais, passando necessidades

Agora eu te pergunto:

- Que dinheiro o professor terá para seu fim de semana?
- Quanto o professor poderá gastar com estudos, livros, revistas, etc.
- Quanto vale o trabalho de um professor??
- Isso é bom para o aluno???
- Isso é bom para a educação pública do Brasil??