sábado, 30 de maio de 2009

Grupos de "clows" na Festa da Vida

Os grupos ClownsCiência e ClownsVidados participarão da Festa da Vida, disseminando idéias de respeito ao meio ambiente, amor à natureza, boa convivência entre as pessoas, alimentação sadia. A festa da Vida será dia 7 de junho, no Parque Ecológico Rio Branco, das 16 às 20 horas. Além de performances de artistas e exposições de ongs sobre ações pró-vida, haverá um grande show de cantores e poetas cearenses no anfiteatro do parque, em Fortaleza.

"Clowns" são palhaços bem caracterizados que fazem intervenções leves em espaços públicos, interagindo com as pessoas. Os dois grupos que participarão da Festa da Vida existem há algum tempo em Fortaleza, integrados por pessoas bem jovens, amantes de idéias que têm tudo a ver com a preservação da vida no planeta.

Bicicleata pelo Respeito à Vida

Deixe seu carro em casa e venha participar da Bicicleata pelo Respeito à Vida, que terá sua concentração na Praça da Bandeira, dia 7 de junho, a partir das 15h30min, e seguirá para a praça em frente à igreja de Fátima. Ali haverá o encontro com outros grupos e a bicicleata seguirá para o Parque Ecológico Rio Branco, na Av. Pontes Vieira, onde estará acontecendo a Festa da Vida em comemoração ao Dia Mundial do Meio ambiente.
O convite para a bicicleata é feito pelas seguintes entidades: A Associação Ceará Biker, Associação Cearense de Bicicross, Bike Selva Adventure e a Federação Cearense de Ciclismo. As entidades convidam a todos a participarem dessa ação em favor da vida e do meio ambiente. O presidente da Federação, Eduardo Lopes, conclama a todos e todas: "Participe e mostre que você tem respeito pela vida e pelo meio ambiente!".
BENEFÍCIOS -- Eduardo Lopes explica: as pessoas que se exercitam regularmente, cerca de trinta minutos, três vezes pôr semana, são mais saudáveis e, assim, menos suscetíveis a ficar doentes,. Podem desempenhar suas tarefas diárias com menos estresse e fadiga, têm melhor controle físico e maior equilíbrio emocional, ou seja, gozam de uma saúde melhor. Há também que se ressaltar que a pratica de exercícios físicos regulares aumentam a expectativa de vida dos indivíduos.
Pedalar é não só um exercício como também a mais eficiente forma de a pessoa se transportar , sob o ponto de vista ambiental e, sem dúvida, uma das mais confiáveis! É também uma forma de transporte das mais saudáveis, contribuindo não só para a saúde individual, como também para a saúde coletiva da comunidade e para meio ambiente sadio, pois as bicicletas são transportes ecologicamente corretos, não produzem fumaça nem fazem barulho. Pedalar pode ser adotado como meio de transporte, podendo ser adaptado à rotina diária de viagens à escola, ao trabalho, lazer e viagens que tenham outros motivos.
MUDAR O QUADRO -- No entanto, continua Eduardo Lopes, esta modalidade tem sido negligenciada e o automóvel particular tem sido a modalidade de transporte mais cobiçada, que atrai novos usuários e que ocupa mais espaço viário em nossas cidades. Isso contribui para o aumento da poluição de modo geral. Obter a carteira de motorista, comprar ou ter acesso a um automóvel e poder beber são as principais metas entre jovens. A sociedade se tornou escrava do automóvel e viciada nele. Assim, na medida em que circulam mais carros nas ruas, andar de bicicleta se torna menos atraente e mais perigoso! Isso faz com que as vias se tornem ainda mais perigosas para usuários vulneráveis como pedestres, ciclistas, crianças e pessoas da melhor idade. Este quadro precisa mudar, argumenta Eduardo Lopes.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Piquenique Vegetariano Abre a Festa da Vida

Venha participar do Piquenique Vegatariano que vai abrir a Festa da Vida
no dia 07/06 a partir das 8h30min, no Parque Ecológico Rio Branco (Av. Pontes Vieira), em Fortaleza. Haverá uma roda de conversa sobre alimentos orgânicos às 10h. Às 11h30min, será a degustação dos pratos. Após o almoço, haverá oficinas de yoga e malabares. Traga uma fruta ou prato vegetariano e participe!
Realização dos Grupos Vegetarianos do Ceará.

Durante o Piquenique Vegetariano, a Paróquia São João, do bairro Tauape, vai recolher alimentos para os desabrigados pelas enchentes. Se quiser, traga também um quilo de alimento não-perecível.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Festa da Vida: Orientações para as Entidades Convidadas

EcoAmigos,
Para quem ainda não sabe como funciona a Festa da Vida, os esclarecimentos gerais, a fim de sua entidade decidir vir também:

1. Nós convidamos pessoas de todos os bairros. Vocês também ajudam na divulgação junto a seus públicos.
2. Você decide se apresenta uma oficina, uma exposição (fotos, cartazes, objetos de diferentes expressões artísticas), um número artístico como canto, teatro de boneco. São formas as mais diversas de dar seu recado. Formas lúdicas, pois de discursos até nós já estamos cheios.
3. Este ano, essas formas lúdicas serão apresentadas simultaneamente, das 16 às 18h. Claro que as exposições podem rolar até as 20.
4. Enquanto há exposições e manifestações artísticas, chegarão as caminhadas e poderá haver o "ato de desagrafo ao movimento ambiental", debaixo das árvores, condenando a tentativa de criminalização do movimento ambiental. Ao mesmo tempo, distribuição da nota aos presentes. Aqui recomendo que seja algo criativo, para atrair as pessoas. Acredito que a cobertura deste ato pela imprensa será legal (como de toda a Festa), a exemplo dos anos anteriores. Nossa festa nunca passou sem registro nos jornais e TVs.
5. Note: cada exposição, cada manifestação disputa o interesse dos presentes, como na SBPC ou no Fórum Social Mundial (e Brasileiro). Tudo rola ao mesmo tempo, as pessoas vão para o que lhes interessar.
6. Às 18h, no palco do anfiteatro (que nesta hora já não estará com sol), começa a apresentação dos artistas profissionais convidados -- já confirmaram: Calé Alencar, Marta Aurélia, Gigi de Castro e Grupo Poemas Violados. Quem quiser assiste sentad@ no anfiteatro, quem quiser ouve de longe, visitando os estandes.
7. Cada grupo/entidade custea tudo de que precisar. Pedir uma mesa na última hora é pior que dar nó em pingo d'água. Nós do Proparque somos poucos e estaremos com tarefas bem precisas para desempenhar durante o evento.
8. Convidei um amigo que se conduz bem na função para ser o mestre de cerimônia. Sem pagamento, claro.
9. Já contratamos o som, com qualidade legal para darmos avisos necessários e para suporte aos cantores profissionais.
10. Contamos com a ajuda de quem quiser e puder distribuir 9 mil convites impressos. Ano passado foram 20mil. O tempo ideal para essa distribuição é de 1 a 7/6/09. Imprimimos poucos cartazes, por falta de grana, mas se alguém quiser imprimir, a Eurocópias da Av. Antonio Sales, que nos apoia, cobra só R$ 2,00 a unidade (com a marca de apoio dela). O original está lá. É imprimir e levar pra todo canto de Fortaleza.

No mais, é torcer para não chover, senão "entra água" literalmente, na Festa, porém, ainda assim, haverá sucesso, como ano passado.

sábado, 23 de maio de 2009

Convite para a Festa da Vida 2009

Convido você e suas entidades para a Festa da Vida



Prezados e Prezadas,

Primeiro quero convidá-l@s para a Festa da Vida. Pense em uma coisa bonita! Venham com familiares e amigos. Se quiser, repasse esta comunicação para sua rede de relacionamento, coloque em seu blog. Agradeço-lhe.

Em segundo lugar, peço que vocês divulguem a Festa. O convite acima mostra "o espírito" da iniciativa. Basicamente, exposições do que as entidades fazem pela vida, manifestações, teatro de boneco, oficinas, demonstrações, campanhas, coletas de assinaturas, cartazes, banners, telões. Não é um dia predominantemente de protesto (se bem que o protesto é permitido), mas de exaltação do que Fortaleza faz em prol da vida. Convidamos entidades e como também órgãos de governo, para que prestem serviços à população, na hora. Tudo isso na sombra das árvores, durante a tarde, prosseguindo pela noite. A iluminação do parque está boa. Cada entidade providencia a infraestrutura de que precisar. Não precisa pagar para participar (Evidentemente pagará energia elétrica, se solicitar à Coelce, e o que mais precisar para sua atividade ou exposição).

Favor repassar este convite para endidades que possam expor seus trabalhos na Festa.

A Festa da Vida termina com show de artistas que nos apóiam e virão sem receber cachê: Calé Alencar, Gigi de Castro e Grupo Poemas Violados já confirmaram. Outros ainda vão responder. O palco do anfiteatro será só desses artistas, para uma apresentação digna.

Aguardo sua resposta pelo e-mail ou pelos telefones abaixo. Esta é uma estratégia de convidar o público para a festa, pois não temos apoio de órgãos de governo para imprimir convites, cartazes, essas coisas. Você sabe que quando a gente pressiona para que cumpram seu dever, eles se fecham. Todos os governos são iguais neste aspecto. Infelizmente.

Os meios abaixo ficam a seu dispor, para informações adicionais, sugestões de aperfeiçoamento e adesões de entidades e artistas. Contamos com vocês.

--
Ademir Costa
Jornalista/Movimento Proparque
movimentoproparque.blogspot.com
ademircosta@ibest.com.br
Cel. (85) 99949052
Tel. (85) 3254.1203 ou 3299.3737

sexta-feira, 22 de maio de 2009

“Faça Bonito. Proteja Nossas Crianças e Adolescentes”

SEDH lança em Fortaleza a campanha “Faça Bonito. Proteja Nossas Crianças e Adolescentes”

A Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH/PR) lança no próximo sábado (23), às 20h, no Teatro Celina Queiroz, em Fortaleza (CE), a campanha “Faça Bonito. Proteja Nossas Crianças e Adolescentes”. O evento faz parte da mobilização pelo Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – 18 de Maio. Na ocasião, será lançado o documentário “Cinderelas, lobos e um príncipe encantado”, do cineasta Joel Zito Araújo. O evento é aberto para convidados.

A campanha é nacional e também esteve presente em Recife, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Belém. O objetivo da mobilização é aproximar a população na luta contra a violência sexual de meninas e meninos. Por isso, toda população é convidada a assumir sua responsabilização na causa. “A sociedade brasileira não tolera mais a violência sexual contra crianças e adolescentes, que até então era banalizada em nosso país. O silêncio começa a ser rompido na medida em que todos se sentem como responsáveis por enfrentar essa situação”, ressalta Leila Paiva, coordenadora do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes da SEDH.

O símbolo da campanha desse ano é uma flor, que lembra os desenhos da primeira infância. “A flor representa o cuidado que temos que ter com nossas crianças e adolescentes, para que elas não sejam vítimas do abuso e da exploração sexual. Essa tem que ser uma missão de todos, por isso um símbolo que a população pode adotar”, explica Leila Paiva.

A campanha é uma ação da SEDH do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes e da Comissão Intersetorial de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. O Fórum Cearense de Enfrentamento à Violência Sexual e a Fundação da Criança e da Família Cidadã (Funci) são entidades parceiras nessa mobilização.

Como denunciar - As denúncias de abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes podem ser feitas no conselho tutelar mais próximo, para o Disque Denúncia Nacional (Disque 100) ou para o Disque Direitos Criança e Adolescente (0800-285-0880), que atende as demandas de Fortaleza.

Desde que o Governo Federal implantou o Disque 100, em 2003, os números de atendimentos e denúncias recebidas aumentam a cada ano. Enquanto em 2003 o serviço recebeu 4.494 denúncias, em 2008 esse número chegou a 32.588, com uma média diária de 89. Em seis anos, são mais de 95 mil denúncias e 2,2 milhões de ligações atendidas – entre elas dúvidas e sugestões.

Em Fortaleza, a população conta com o Disque Direitos Criança e Adolescente (DDCA) há um ano. De maio de 2008 a março de 2009, foram recebidas 2.636 denúncias. Dessas, 217 eram relacionadas a crimes sexuais contra crianças e adolescentes, sendo que 94 foram de abuso sexual; 70 de exploração sexual e 53 de violência sexual (quando o denunciante não deixa claro, na ligação, qual o tipo de crime sexual cometido).

SERVIÇO
Lançamento da campanha “Faça Bonito. Proteja Nossas Crianças e Adolescentes” e exibição do filme Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado
Data: 23/05/2009
Local: Teatro Celina Queiroz – Av. Washington Soares, 1321, Edson Queiroz
Horário: 20h

Mais informações:
Assessoria de Comunicação da Funci (3101-7679), com Mônica Mourão (8814-8091) e Thiago Mendes (8885-3818).

quarta-feira, 20 de maio de 2009

EM DEFESA DAS CONQUISTAS AMBIENTAIS E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Embora eu viva fora de partido político, dou meu apoio a esta nota.
Ademir Costa


AVANÇAR A LUTA EM DEFESA DA AMAZÔNIA E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


O Brasil vive um momento de grande contradição na busca do desenvolvimento com sustentabilidade. Inegavelmente, o governo Lula avançou numa visão socioambiental de País, conseguindo diminuir o desmatamento da Amazônia; constituindo um Plano de Mudanças Climáticas, com participação popular, via III Conferência Nacional de Meio Ambiente - que é hoje referência mundial; fortalecendo o Sistema Nacional de Meio Ambiente e organizando o Plano Nacional de Combate a Desertificação, o Plano Nacional de Recursos Hídricos, Plano Nacional de Áreas Protegidas, dentre outras ações estruturantes rumo à sustentabilidade do País.
Por outro lado, na atual conjuntura, tem permitido, quando não organizado, ataques às conquistas ambientais, como se elas fossem impedimento para uma nova onda de desenvolvimento que, a um só tempo, dê conta de gerar empregos e distribuir renda e preservar o meio ambiente. Esses ataques, tendo como tropa de choque a bancada ruralista no Congresso Nacional, são liderados pelos Ministros da Agricultura e da Secretaria de Assuntos Estratégicos, e se dirigem fundamentalmente à legislação ambiental, em particular ao Código Florestal, mas não ficam por aí.
A Medida Provisória 458, embora busque responder à necessidade de regularização fundiária na Amazônia, ao ampliar para além dos quatro módulos fiscais, permite que o grande latifúndio possa se legitimar na região. Também ao dissociar a regularização fundiária da reforma agrária com critérios ecológicos, permite que essa reivindicação do movimento camponês e dos povos da floresta seja sucumbida numa agenda compensatória para o campo.
Outra MP, a 450, já aprovada, criou um precedente que pode favorecer a criação de novas Balbinas, já que altera a legislação que regulamenta as pequenas hidrelétricas, eliminando a restrição ao tamanho dos lagos, podendo assim descaracterizar as PCHs. Já na MP 452 sobre o Fundo Soberano, foi inserida uma emenda, um verdadeiro "submarino atômico", que libera a construção de estradas, mesmo sem licença ambiental. E mais recentemente, a Presidência da República editou um Decreto estipulando o teto de 0,5% para a compensação ambiental, um valor muito longe do que estava sendo acordado com o Ministério do Meio Ambiente e insuficiente para coibir a ação dos grandes projetos que provocam danos ambientais.
Além disso, a bancada ruralista aprovou no estado de Santa Catarina, um "Código Ambiental" inconstitucional que pretende ser referência para, num movimento de baixo para cima, através dos estados da Federação, se contrapor ao atual Código Florestal. O mais impressionante é que a bancada estadual do PT se absteve nesse nefasto projeto. Na semana passada, sem discussão com as instâncias partidárias, um grupo de parlamentares do PT apresentou uma proposta de Código Florestal na Câmara dos Deputados que fortalece a movimentação para tentar modificar o Código Florestal vigente, já que dificilmente a correlação de forças naquela Casa será favorável ao fortalecimento da legislação ambiental. Estranhamos também que as iniciativas legislativas que favorecem o desenvolvimento sustentável e a gestão ambiental não recebem a devida prioridade do Congresso Nacional, a exemplo do PL 12/03, que regulamenta o artigo 23 da Constituição Federal, fortalecendo o SISNAMA.
Diante desta ofensiva, o Ministério do Meio Ambiente não consegue ter uma posição firme no interior do governo para defender as conquistas ambientais e fazer avançar a agenda do Desenvolvimento Sustentável. Ao contrário, limita-se a divulgar nota pública contra o desmonte das questões ambientais, como se fosse um ente que não tem responsabilidade de governo. Apesar da situação adversa, a sociedade civil movimenta-se para reagir a estes ataques. Em recente Vigília em Defesa da Amazônia, milhares de pessoas se manifestaram em favor das conquistas ambientais. O Movimento Amazônia Para Sempre, um dos organizadores da atividade, conseguiu reunir mais de 1 milhão de assinaturas em favor da Amazônia que serão entregues ao Presidente da República no dia 04 de junho, em plena Semana do Meio Ambiente.
Pesquisa de opinião pública recém publicada afirma que 94% das pessoas estão favoráveis a uma posição mais dura em relação aos crimes ambientais.
Movimentos ambientalistas, camponeses e dos povos da floresta têm se posicionado firmemente em defesa do meio ambiente, tanto na Câmara dos Deputados, quanto no Senado e em outros espaços públicos. O PT, partido que sempre esteve no apoio a estas lutas e inseriu em seu programa a defesa do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável, não pode ficar na contramão de sua própria história. As memórias de Chico Mendes, Paulo Vinhas, Margarida Alves e tantos outros que tombaram defendendo as causas ambientais não devem ser esquecidas.
O Partido dos Trabalhadores, seus parlamentares e o seu governo não podem passar para a história como os coveiros do desenvolvimento sustentável e nem dos avanços da governança ambiental do país. A SMAD-PT vem a público repudiar os ataques às conquistas ambientais; requerer o cumprimento do Programa Ambiental Lula Presidente (2007-2010); e reivindicar que a agenda do desenvolvimento sustentável seja fortalecida no Governo Federal.
Em Defesa do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável!
Pela derrota das MPs que atacam as conquistas socioambientais!
Pela retirada da proposta que modifica o Código Florestal em tramitação na Câmara dos Deputados!
Pela celeridade na tramitação das iniciativas legislativas que fortalecem a política ambiental brasileira e o
Sistema Nacional de Meio Ambiente!
Estamos em alerta e em vigília permanente!


Brasília, 20 de maio de 2009.

Secretaria Nacional
de Meio Ambiente e Desenvolvimento do PT

domingo, 17 de maio de 2009

Homenagem a D. Aloísio Lorscheider

Fortaleza inaugurou dia 17 de maio de 2009 uma estátua de seu mais importante arcebispo no século XX: cardeal Aloísio Lorscheider. Na frente da 'Igreja Redonda" na Parquelândia. Seu ex-bispo auxiliar, Dom Manuel Edmilson da Cruz, disse tratar-se de uma "homenagem além-fronteiras, que transcende Fortaleza. Pe. Geovane Saraiva, o pároco, falou da coincidência com a data em que a liturgia exalta o mandamento do amor, do qual Aloísio foi exímio seguidor. Pe. Haroldo Coelho destacou que Pe. Geovane, qual o Aleijadinho a colocar Profetas do Antigo Testamento ao redor da matriz de Congonhas (MG), hoje coloca Profetas do Novo Testamento como D. Helder Câmara e D. Aloísio ao redor da matriz da Parquelândia.

Falou também Iânua Pinheiro, que por 15 anos foi secretária do ex-arcebispo. Emocionada, citou o quanto ficou tocada pelo fato de D. Aloísio ter acompanhado pessoalmente os presos que o sequestraram visitando-os e ouvindo-os no hospital, e suas famílias, ajudando-as com o conforto e até financeiramente. Ao que D. Edmilton fez questão de ressaltar: "Em nenhum momento os presidiários quiseram matar Dom aloísio. Isso ficou bem claro. Mas naquelas circunstâncias em que se encontravam, até poderiam matá-lo. Ameaçaram para conseguir o que queriam. Chegaram a dizer que, se não fossem atendidos em 30 minutos, haveria um churrasco. Ou seja: um de nós morreria, mas não disseram que seria D. Aloísio. Digo isso para que a verdade fique clara com todos os seus matizes. Se não é verdade o que se diz, não tem valor". Foram emocionantes estes depoimentos, feitos já no altar, no início da missa.

Na oportunidade, Pe. Geovane Saraiva lançou o livro de sua autoria A Ternura de um Pastor, o Cardeal Lorscheider, com 228 páginas, da Editora Caligráfica. Os dois eventos foram prestigiados por grande número de fiéis, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB local) e imprensa. Algumas autoridades foram representadas ou mandaram mensagens.

Ecologia Profunda: Um Novo Renascimento

Autor: Fritjof Capra

Hoje estamos diante de uma série de problemas globais que prejudicam a biosfera e a vida humana de maneiras tão alarmantes que logo podem se tornar irreversíveis. Chegamos a esse estágio face ao paradigma que configurou a sociedade ocidental e influenciou o resto do mundo. Esse paradigma, consiste em uma série de idéias e valores entre eles a visão do Universo como um sistema mecânico composto de estruturas elementares, a visão do corpo humano como uma máquina, a visão da vida em sociedade com uma luta competitiva pela existência, a crença no progresso material ilimitado a ser alcançado pelo crescimento econômico e tecnológico e, por último, a crença de que uma sociedade na qual a mulher é em toda a parte subordinada ao homem segue uma lei básica da Natureza.

Esses valores estão perdendo a força e o novo paradigma, que pode ser chamado de visão holistica do mundo, vê o mundo como um todo integrado e não como uma reunião de partes dissociadas. Também pode ser chamado de visão ecológica, se o termo "ecológico" for usado em sentido amplo e profundo. Este sentido amplo e profundo do ecológico está associado a uma escola filosófica e a um movimento global radical, conhecido como "Ecologia Profunda".

O ambientalismo superficial é antropocêntrico. Vê o homem acima ou fora da natureza, como fonte de todo valor, e atribui à natureza um valor apenas instrumental ou de uso. A Ecologia Profunda não separa do ambiente natural o ser humano nem qualquer outro ser. Vê o mundo como uma teia de fenômenos essencialmente interrelacionados e interdependentes. Ela reconhece que estamos todos inseridos nos processos cíclicos da natureza e somos dependentes deles.

Finalmente a consciência ecológica profunda é espiritual ou religiosa. Uma vez que o conceito de espirito humano é entendido como o modo de consciência no qual o indivíduo sente-se conectado com o cosmos enquanto um todo, torna-se claro que a consciência ecológica é espiritual em sua essência mais profunda. Não surpreende portanto, seja coerente com a chamada "Filosofia perene" das tradições espirituais - quer estejamos nos referindo à espiritualidade dos místicos cristãos, dos budistas, ou à filosofia e cosmologia subjacentes às tradições dos nativos americanos.

Toda a questão de valores é crucial para a ecologia profunda. Ela é de fato a característica central que a define, ela baseia-se em valores geocêntricos (isto é, centrados na Terra) É uma visão do Mundo que reconhece o valor inerente da vida não-humana. Todos os seres são membros de Oikos-Lar Terreno, a comunidade une-se numa rede de interdependências. Quando essa percepção tornar-se parte da nossa consciência cotidiana, um sistema ético radicalmente novo emergirá.

Tal ética ecológica faz-se urgente, hoje, especialmente na ciência, já que a maior parte do que os cientistas estão fazendo não é no sentido de promover e preservar a vida, mas de destrui-la. Com físicos criando sistemas armamentistas que ameaçam varrer a vida do Planeta, químicos contaminando o meio ambiente, biólogos criando novos e desconhecidos microorganismos, sem saberem as conseqüências, psicólogos e outros cientistas torturando animais em nome do progresso cientifico.

Por fim, a visão de que os valores são inerentes a toda a Natureza viva está fundada na experiência ecológica profunda, ou espiritual, de que a Natureza e o EU são um só. Essa expansão do EU até chegar à identificação com a Natureza é o fundamento da ecologia profunda, conforme reconheceu claramente Arne Naess: "O cuidado ocorre se o EU se expandir e aprofundar-se, de maneira que a proteção da Natureza seja sentida e concebida como proteção a nós mesmos."

Fonte: revista Eco 21, Ano XIX, nº 149, abril 2009

Associação Defensores da Terra
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=63145145

sábado, 16 de maio de 2009

CONVITE para a Festa da Vida 2009

O Movimento Proparque convida para a Festa da Vida, no dia 7 de junho de 2009, domingo, de 16 às 20 horas, no anfiteatro do Parque Ecológico Rio Branco.

A Festa da Vida é realizada há onze anos dentro das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente e tem como finalidade promover educação ambiental em clima de descontração e celebração da vida através de números artísticos e exposição de trabalhos de pessoas e entidades que defendem a vida em seus vários aspectos.

Sua presença e dos grupos são importantes para o êxito da Festa. Se possível, pedimos que promova uma demonstração de seu trabalho da forma que julgar adequada, menos com discurso. Uma diretriz da festa é não haver discurso.

A entidade está fazendo contato com ongs e órgãos de governo que possam demonstrar trabalhos, prestar serviços e esclarecimentos à população. Cada entidade providencia a infraestrutura de que precisar. Não é cobrada taxa para expor ou demonstrar suas ações em favor da vida.

Mais informações com:
Luísa Vaz
Coordenadora
Movimento Proparque
Reuniões quintas-feiras, 19h30min, na Rua Castro Alves, 180
Joaquim Távora
60130-210 Fortaleza CE - Tel. 3254 1203(tarde) e 9994 9052
internet: movimentoproparque@bol.com.br

Querem arrancar o verde de nossa bandeira

Ruralistas iniciam sua maior ofensiva contra leis ambientais

Seja por intermédio de suas bancadas na Câmara e no Senado ou através de suas entidades de classe, os setores ligados ao agronegócio e às obras de infra-estrutura estão mobilizados de Norte a Sul para reverter pontos da legislação ambiental por eles considerados como um entrave ao desenvolvimento produtivo do país.

Maurício Thuswohl

RIO DE JANEIRO – Ao que tudo indica, os últimos 18 meses do governo Lula serão marcados por uma forte ofensiva ruralista contra os avanços conquistados pelo Brasil em sua política ambiental. Seja por intermédio de suas bancadas na Câmara e no Senado ou através de suas entidades de classe, os setores ligados ao agronegócio e às obras de infra-estrutura estão mobilizados de Norte a Sul para reverter pontos da legislação ambiental por eles considerados como um entrave ao desenvolvimento produtivo do país. Essa contra-ofensiva passa pela aprovação no Congresso de duas Medidas Provisórias que alteram o atual Código Florestal e também pela tentativa de retirar da União e transferir aos estados a prerrogativa de definir as políticas ambientais.

Já aprovada na Câmara, encontra-se agora em discussão no Senado a MP 452 que, apesar de originalmente tratar da regulamentação do Fundo Soberano, leva de “carona” uma emenda feita pelo relator, deputado José Guimarães (PT-CE), que acaba com a obrigatoriedade de concessão de licença ambiental para as obras a serem realizadas em rodovias federais já existentes. Além disso, a MP 452 também estabelece o prazo máximo de 60 dias para que o Ibama conceda as licenças de instalação para obras em rodovias, o que, na prática, fará com que estas obras possam ser iniciadas sem a obtenção das licenças.

Existem atualmente em processo de análise no Ibama 183 pedidos de licenciamento em rodovias, dos quais apenas 82 já receberam licença prévia do órgão ambiental. As obras do PAC são responsáveis por 140 destes pedidos, fato que faz com que os parlamentares ligados ao agronegócio estejam otimistas em receber o decisivo apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Até o momento, nem o presidente nem a ministra externaram suas posições.

Outra Medida Provisória que aguarda votação na Câmara, onde deverá ser aprovada, é a MP 458, que trata da regularização fundiária de terras pertencentes à União localizadas nos nove Estados da Amazônia Legal. Quando foi enviada ao Congresso pela Presidência da República, a MP 458 contava com o apoio do movimento socioambientalista, pois tinha forte cunho social ao determinar a regularização de propriedades de até 1,5 mil hectares. No entanto, as modificações introduzidas pelo relator, deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), desfiguraram a MP. (essa foi pela Câmara Federal dia 13.05.2009)

Entre as alterações sugeridas por Bentes - e rejeitadas pelos ambientalistas - estão a inclusão de áreas devolutas localizadas em faixa de fronteira, além de outras áreas sob domínio da União, no processo de regularização fundiária, e também a retirada da exigência de que o ocupante não seja proprietário de imóvel rural em qualquer parte do território nacional. Além disso, o texto que deverá ser aprovado pelos deputados exclui o parágrafo que impedia a regularização de área rural ocupada por pessoa jurídica: “Essas novas regras legalizarão a grilagem, aumentarão a concentração fundiária e a violência no campo e incentivarão o desmatamento” , resume Raul do Valle, que é coordenador do Programa de Política e Direito Socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA).

Senado decide
Assim como no caso da MP 452, caberá ao Senado dar a exata medida das chances políticas que tem a MP 458, na forma como está, de se tornar realidade. A disputa em torno das duas Medidas Provisórias será protagonizada por duas parlamentares de peso. De um lado, Kátia Abreu (DEM-TO), que é presidente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA) e tem se destacado como a maior liderança política dos ruralistas nesses seis anos e meio de governo Lula. Do outro, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PT-AC), que tem enorme prestígio internacional e é a principal porta-voz política do movimento socioambientalista brasileiro.

Em discurso realizado na tribuna do Senado na semana passada, Marina afirmou que “segmentos do agronegócio e da infraestrutura se revezam em um jogral de satanização das conquistas ambientais que a sociedade brasileira conseguiu inscrever no arcabouço legal de nosso país”. Segundo a ex-ministra, estes setores “agora estão imbuídos em convencer a sociedade brasileira de que a legislação que protege o que restou da floresta, que protege a nossa biodiversidade e as margens dos rios é a maior inimiga para o crescimento e expansão da agricultura no país”.

Novo Código
Kátia Abreu, por sua vez, alia o comando da pressão ruralista no Senado à articulação nacional das principais entidades representativas dos grandes produtores. Também na semana passada, a senadora levou ao Congresso uma proposta elaborada em conjunto pela CNA e pela Sociedade Rural Brasileira (SBR) que sugere uma ampla reformulação no Código Florestal.

Entre as mudanças propostas pelos ruralistas estão o fim da obrigatoriedade de recompor as Áreas de Proteção Permanente (APPs) no mesmo bioma onde houve desmatamento, a permissão para compor 50% da reserva legal com espécies exóticas ao bioma e a manutenção das áreas “consolidadas pela agricultura” mesmo em biomas considerados ameaçados.

O ponto fundamental de um novo “Código Ambiental Brasileiro”, de acordo com o desejo dos ruralistas, seria a transferência para os Estados da atribuição de definir as políticas ambientais, o que hoje é prerrogativa exclusiva da União: “Se o governo federal descentralizou a saúde e a educação, por que não o meio ambiente também? Cada Estado tem suas peculiaridades ambientais e agrícolas e pode deliberar sobre elas”, diz Kátia Abreu.

Governadores ruralistas
A pressão no Congresso - onde 33 propostas de alteração do Código Florestal já foram protocoladas por parlamentares ruralistas - acontece paralelamente à ação dos governadores mais ligados à cartilha do agronegócio. O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique Silveira (PMDB), deu a largada ao usar sua maioria na Assembléia Legislativa para aprovar um código florestal estadual que, entre outras afrontas à legislação federal, reduziu para cinco metros a faixa de proteção das matas ciliares (localizadas às margens dos rios e lagos).

As alterações na legislação ambiental apoiadas por Luiz Henrique em seu estado são objeto de três Ações Diretas de Inconstitucionalida de (Adins) movidas, respectivamente, pelo PV, pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público de Santa Catarina. Ainda assim, outros governadores, como Aécio Neves (PSDB) de Minas Gerais, falam em seguir o exemplo catarinense e já mobilizam suas bases de deputados para criar um código ambiental estadual.

A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), foi a mais recente adesão ao movimento de pressão pela criação de legislações ambientais estaduais que contradigam as leis federais. Mesmo acossada por uma ameaça de impeachment, Yeda encontrou tempo para exortar seus deputados a criarem um código ambiental estadual: “Cada estado deve ter uma legislação própria para decidir os rumos de suas riquezas ambientais. O Código Florestal Brasileiro tem mais de 40 anos e precisa ser modernizado e adequado às realidades regionais”, disse.

domingo, 10 de maio de 2009

Uma Vida é Pouco para Agradecer às Mães

Por
Ademir Costa

Lembro-me das celebrações do Dia das Mães em minha escola primária, em Caxias, Maranhão. Eram momentos de alegria, grandes emoções. Costumava-se escolher uma como Rainha das Mães. Antes, crianças, jovens, adultos como as professoras, todos as homenageávamos de alguma forma: discursos, cântidos, poesias, danças. Ao final, comes-e-bebes, abraços, lágrimas de emoção-alegria.

O tempo passa, a gente cresce, nossa mãe que antes parecia frente a nós uma "Estátua da liberdade", de tão grande e imponente, agora é uma velhinha frágil ainda a nos orientar. Às vezes, precisando de nosso apoio físico e financeiro. Às vezes independente, ainda trabalhando, sem se entregar. Às vezes, em cima de uma cama, doente. Às vezes, já repousando em um túmulo a ser visitado por nós filhos.

Em qualquer dessas situações, mãe sempre evoca em nós lembranças de ternura, de proteção. Deixo aqui meu reconhecimento a minha mãe Joana, graças a Deus, ainda entre nós. Mulher guerreira como meu pai. Casal sempre unido no sentimento de pertença mútua e na batalha de garantir aos filhos um lugar ao sol. Uma vida é pouco para demonstrarmos agradecimento a tão divinas criaturas!

Essa sociedade merece sobreviver?

Leonardo Boff
Teólogo



O atual Presidente da Assembleia Geral da ONU, Miguel d’Escoto Brockmann, ex-chanceler da Nicarágua sandinista, está conferindo rosto novo à entidade. Tem criado grupos de estudo sobre os mais variados temas que interessam especialmente à humanidade sofredora como a questão da água doce, a relação entre energias alternativas e a seguridade alimentar, a questão mundial dos indígenas e outros. O grupo talvez mais significativo, envolvendo grandes nomes da economia, como o prémio Nobel Joseph Stiglitz é aquele que busca saídas coletivas para a crise econômico-financeira. Todos estão conscientes de que os G-20, por mais importantes que sejam, não conseguem representar os demais 172 países onde vivem as principais vítimas das turbulências atuais. D’Escoto pretende nos dias 1, 2 e 3 de junho do corrente ano reunir na Assembléia da ONU todos os chefes de estado dos 192 países membros para juntos buscarem caminhos sustentáveis que atendam à toda a humanidade e não apenas aos poderosos.

O mais importante, entretanto, reside na atmosfera que criou de diálogo aberto, de sentido de cooperação e de renúncia a toda a violência na solução dos problemas mundiais. Sua sala de trabalho está coberta com os ícones que inspiram sua vida e sua prática: Jesus Cristo, Tolstoi, Gandhi, Sandino, Chico Mendes entre outros. Todos o chamam de Padre, pois continua padre católico, com profunda inspiração evangélica. Ele é homem de grande bondade que lhe vem de dentro e que a todos contagia.

Foi sob sua influência que o Presidente da Bolívia Evo Morales pôde propor à Assembleia Geral que se votasse a resolução de instaurar o dia 22 de Abril como o Dia Internacional da Mãe Terra, o que foi aceito unanimemente. Foi honroso para mim poder expôr aos representantes dos povos os argumentos científicos, éticos e humanísticos desta concepção da Terra como Mãe.

Tudo isso parece natural e óbvio e de um humanismo palmar. Entretanto – vejam a ironia – representantes de países ricos acham o comportamento do Padre muito esquisito. Apareceu há pouco tempo um artigo no Washington Post fazendo eco a esta qualidade. Dizia o articulista que Miguel d’Escoto fala de coisas estranhíssimas que nunca se ouvem na ONU tais como solidariedade, cooperação e amor. Em seus discursos saúda a todos como irmãos e irmãs (Brothers and Sisters all). Mais estranho ainda, diz o articulista, é o fato de que muitos representantes e até chefes de estado como Sarkosy estão assumindo a mesma linguagem estranha.

Meu Deus, em que nível do inferno de Dante nos encontramos? Como pode uma sociedade construir-se sem solidariedade, cooperação e amor, privada do sentimento profundo expresso na Carta dos Direitos Humanos da ONU de que somos todos iguais e por isso irmãos e irmãs?

Para um tipo de sociedade que optou transformar tudo em mercadoria: a Terra, a natureza, a água e a própria vida e que coloca como ideal supremo ganhar dinheiro e consumir, acima de qualquer outro valor, acima dos direitos humanos, da democracia e do respeito ao ambiente, as atitudes do Presidente da Assembleia da ONU parecem realmente estranhíssimas. Elas estão ausentes no dicionário capitalista.

Devemos nos perguntar pela qualidade humana e ética deste tipo de sociedade. Ela representa simplesmente um insulto a tudo o que a humanidade pregou e tentou viver ao longo de todos os séculos. Não sem razão está em crise que mais que econômica e financeira é crise de humanidade. Ela representa o pior que está em nós, nosso lado demens. Até financeiramente ela se mostrou insustentável, exatamente no ponto que para ela é central.

Esse tipo de civilização não merece ter futuro nenhum. Oxalá Gaia se apiade de nós e não exerça sua compreensível vingança. Mas se por causa de dez justos, consoante a Bíblia, Deus poupou Sodoma e Gomorra, esperamos também ser salvos pelos muitos justos que ainda florescem sobre a face da Terra.

Leonardo Boff é autor de Do Iceberg à Arca de Noé, (Garamond), Rio, e membro da comissão da Carta da Terra.

domingo, 3 de maio de 2009

Mais Gripe Suina: Epidemia de Lucro

Escrito por Silvia Ribeiro
Traduzido por Adital (www.adital.org.br).
Publicado em La Jornada, México.
29-Abr-2009



A epidemia de gripe suína que dia-a-dia ameaça expandir-se por mais regiões do mundo não é um fenômeno isolado; é parte da crise generalizada e tem suas raízes no sistema de criação industrial de animais dominado pelas grandes empresas transnacionais.

No México, as grandes empresas de criação de aves e suínos têm proliferado amplamente nas águas (sujas) do Tratado de Livre Comércio da América do Norte. Um exemplo é a Granja Carroll, em Veracruz, propriedade da Smithfield Foods, a maior empresa de criação de porcos e processamento de produtos suínos no mundo, com filiais nos EUA, na Europa e na China. Em sua sede de Perote começou há algumas semanas uma virulenta epidemia de enfermidades respiratórias que atingiu 60% da população de La Gloria, fato informado por La Jornada em várias oportunidades a partir das denúncias dos habitantes do lugar. Eles, há uns anos, travam uma dura luta contra a contaminação causada pela empresa e têm sofrido, inclusive, repressão das autoridades por denunciar. A Granjas Carroll declarou que não está relacionada nem é a origem da atual epidemia, alegando que a população tinha uma gripe "comum". Não foram feitas análises para saber exatamente de que vírus se tratava.

Em contraste, as conclusões do painel Pew Commission on Industrial Farm Animal Prodution (Comissão Pew sobre Produção Animal Industrial), publicadas em 2008, afirmam que as condições de criação e confinamento da produção industrial, sobretudo em suínos, criam um ambiente perfeito para a recombinação de vírus de distintas cepas.

Inclusive, mencionam o perigo de recombinação da gripe aviária e da suína e como finalmente pode chegar a recombinar em vírus que afetem e sejam transmitidos entre humanos. Mencionam também que por muitas vias, incluindo a contaminação das águas, pode chegar a localidades longínquas, sem aparente contato direto. Um exemplo do que devemos aprender é o surgimento da gripe aviária - ver, por exemplo, o relatório de GRAIN, que ilustra como a indústria avícola criou a gripe aviária: http://www.grain.org/.

Porém, as respostas oficiais diante da crise atual, além de tardias (esperaram que os Estados Unidos anunciassem primeiro o surgimento do novo vírus, perdendo dias preciosos para combater a epidemia), parecem ignorar as causas reais e mais contundentes. Mais do que enviar cepas de vírus para seu seqüenciamento genômico a cientistas, como Craig Venter, que enriqueceu com a privatização da pesquisa e seus resultados (seqüenciamento que, com certeza, já foi feito por pesquisadores públicos do Centro de Prevenção de Enfermidades em Atlanta, EUA), o que se necessita é entender que esse fenômeno vai continuar repetindo-se enquanto existam os criadores dessas enfermidades.

Já na epidemia, são também transnacionais as que mais lucram: as empresas biotecnológicas e farmacêuticas que monopolizam as vacinas e os antivirais. O governo anunciou que tinham um milhão de doses de antígenos para atacar a nova variedade de gripe suína; porém, nunca informou a que custo.

Os únicos antivirais que ainda têm ação contra o novo vírus estão patenteados na maior parte do mundo e são de propriedade de duas grandes empresas farmacêuticas: o zanamivir, com nome comercial Relenza, comercializado pela GlaxoSmithKline, e o oseltamivir, cuja marca comercial é Tamiflu, patenteado pela Gilead Sciencies, licenciado de forma exclusiva pela Roche. Glaxo e Roche são, respectivamente, a segunda e a quarta empresas farmacêuticas em escala mundial e, igualmente como no restante de seus remédios, as epidemias são suas melhores oportunidades de negócio.

Com a gripe aviária, todas elas lucraram centenas ou milhões de dólares. Com o anúncio da nova epidemia no México, as ações da Gilead subiram 3%, as da Roche 4% e as da Glaxo 6%; e isso é somente o começo.

Outra empresa que persegue esse lucrativo negócio é a Baxter, outra farmacêutica global (ocupa o 22º lugar), e que teve um "acidente" em sua fábrica na Áustria, em fevereiro de 2009. Enviou um produto contra a gripe para a Alemanha, Eslovênia e República Tcheca contaminado com vírus da gripe aviária. Segundo a empresa "foram erros humanos e problemas no processo", do qual não pode dar detalhes, "porque teria que revelar processos patenteados".

Não necessitamos enfrentar somente a epidemia da gripe; necessitamos enfrentar também a epidemia do lucro.

Silvia Ribeiro é pesquisadora do grupo ETC, que pratica estudos sócio-econômicos e ecológicos (http://www.etcgroup.org/)

sábado, 2 de maio de 2009

Mensagem da CNBB para o Dia do Trabalhador

Pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
1º de maio de 2009.


“O salário que vós deixastes de pagar está gritando e o clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor” (Tg 5,4).

Ao celebrar o Dia do Trabalhador, a CNBB confirma seu compromisso em favor dos direitos sociais do povo e, em especial, dos direitos trabalhistas e dos esforços para consolidar as suas organizações. Expressa também a solidariedade com todos os desempregados, vítimas da crise ou dos que se aproveitam dela. Os princípios da Doutrina Social da Igreja - a dignidade da pessoa humana, a destinação universal dos bens da terra e a prioridade do trabalho sobre o capital - inspiram alternativas para uma nova ordem econômica, em vista de um mundo justo e solidário.

Neste ano, o dia 1º de maio acontece no contexto da crise que assola o conjunto da economia mundial. A crise mostra a sua face mais cruel ao se deslocar do capital financeiro para o setor produtivo, dizimando milhares de postos de trabalho, na cidade e no campo. Os países e as populações pobres sofrem mais diretamente as conseqüências do atual modelo capitalista de desenvolvimento, incapaz de assegurar a dignidade humana, garantir os direitos sociais básicos e preservar a vida em nosso planeta.

Na origem da crise estão o sistema neoliberal globalizado e a falta de ética na economia e na regulamentação do mercado, gerando corrupção e especulação. O mercado financeiro, na medida em que comanda as relações dos seres humanos entre si e com a natureza, reforça o consumismo comprometendo a justiça social e o equilíbrio ambiental. A crise financeira e econômica é apenas uma parte da crise mais profunda que é social, política, cultural, ambiental, ética e espiritual. Todas essas dimensões devem ser consideradas com coragem e lucidez, na busca de uma saída sustentável.

A crise atinge, sobretudo, os trabalhadores, os pobres, as pequenas e médias empresas. Os bancos recebem verbas milionárias dos governos para salvar o sistema financeiro. No entanto continuam as demissões, levando muitas pessoas a buscarem sua sobrevivência no trabalho informal. Tal situação corre o risco de ser agravada, caso seja aprovada a Proposta de Emenda Constitucional sobre a Reforma Tributária, do modo como está sendo apresentada. Ela atingiria o cerne do sistema de Seguridade Social e reduziria gravemente a proteção de mais de 36 milhões de trabalhadores aposentados e pensionistas.

Os tempos atuais, mesmo difíceis, representam oportunidades para as mudanças necessárias em direção a uma nova ordem econômica. Nesse contexto, a Igreja faz ressoar o clamor dos trabalhadores por vida e dignidade. As aspirações do povo trabalhador, por meio de suas organizações, indicam caminhos para a consolidação dos direitos, tais como: não às demissões, valorização das aposentadorias, queda nos juros, redução da jornada de trabalho sem redução dos salários, reforma agrária e fortalecimento da agricultura familiar e agro-ecológica, combate ao trabalho escravo e degradante, valorização dos movimentos de trabalhadores desempregados, incentivo às iniciativas de economia popular solidária, investimento nas políticas públicas de saúde, educação e moradia.

A CNBB convida trabalhadoras e trabalhadores a manterem viva a fé, a esperança e a alegria em Jesus Cristo Ressuscitado. Que Nossa Senhora Aparecida e São José Operário, o Carpinteiro de Nazaré, intercedam junto a Deus, a fim de que as mais copiosas bênçãos sejam derramadas sobre todos os que, irmanados pelos laços do trabalho, constroem o nosso País.

Indaiatuba- SP, 28 de abril de 2009.




Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana-MG
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus-AM
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro-RJ
Secretário Geral da CNBB



CONTATO: Asessoria de Comunicação da CNBB http://www.cnbb.org.br/ns/

Oeste Metropolitano na Luta por Qualidade de Vida

Por Leonardo Sampaio
Educador


A Região Metropolitana de Fortaleza do lado Oeste, historicamente registra há vários séculos a existência indígena, começando possivelmente pela Tribo Anace que habita no Litoral Oeste cearense, de Caucaia a São Gonçalo do Amarante.

Buscar esta memória é tentar entender o racismo ambiental predominante no poder público e se os índios do lado Oeste ainda amedrontam os “homens brancos” da Aldeota que desprezam uma parte das Cidades de Fortaleza e Caucaia.

É interessante registrar que no lado Oeste fica localizada uma das paisagens mais belas da natureza, que são os mangues do Rio Ceará e do Rio Maranguapinho, além do encontro com o mar na Barra do Ceará entre dunas, praias belíssimas, riachos e lagoas.

É também no Oeste de Fortaleza, estendendo a Caucaia que concentra em espaços urbanos, grande massa de trabalhares e trabalhadoras oriundas da migração rural, por ausência de políticas públicas de convivência com o semiárido e da acumulação capitalista das riquezas produzidas, das extraídas da natureza, das novas tecnologias e do mercado financeiro.

Entre estes migrantes do Oeste, se misturam as raças brancas, pardas e etnias indígena, negra e quilombola. São povos “sobrantes” no mercado capitalista. Na sua grande maioria com pouca instrução educacional e capacitação profissional, razão pela qual sofrem descriminação racial, ambiental e padecem de cuidados e comprometimento dos governos com as políticas públicas que lhes deem qualidade de vida.

E por falar em qualidade de vida, essa população urbana do Oeste, não encontra nem mesmo espaços para cuidar da saúde por meio de caminhadas, esporte e lazer. Tanto em Fortaleza, quanto em Caucaia as caminhadas são feitas nas calçadas das avenidas entre fumaças de gás carbono dos carros e o risco de acidentes.

Mas não basta apenas lamentar, constatar, é necessário lutar, mesmo sabendo que a humanidade é assim, uns acomodam-se esperando o manjar cair do céu, ou simplesmente acreditam que os poderosos irão resolver tudo e outros reagem como fez o povo de Deus, através de Abraão, inspirado em Javé, e foi à luta em busca de espaço para viver com dignidade. Assim também faz o povo do Oeste de Fortaleza que junto à Câmara Municipal de Fortaleza realizará uma Audiência Pública dia 7 de maio de 2009, no Colégio Santa Isabel às 14:00 horas, para cobrar a construção do Parque Rachel de Queiros, e em Caucaia haverá a I Conferência Municipal da Igualdade Racial que acontecerá dia 5 de maio de 2009, no Salão Paroquial.

E assim o Oeste metropolitano se manifesta por qualidade e plagiando dizemos: A luta continua, porque povo unido, jamais será vencido. Por isso, humanidade uni-vos.

O Século dos Direitos da Mãe Terra

Por: Leonardo Boff
Teólogo


A afirmação mais impactante do dicurso do presidente da Bolívia Evo Morales Ayma no dia 22 de Abril na Assembleia Geral da ONU ao se proclamar este dia como o Dia Internacional da Mãe Terra talvez tenha sido a seguinte: “Se o século XX é reconhecido como o século dos direitos humanos, individuais, sociais, econômicos,
políticos e culturais, o século XXI será reconhecido como o século dos direitos da Mãe Terra, dos animais, das plantas, de todas as criaturas vivas e de todos os seres, cujos direitos também devem ser respeitados e protegidos”.

Aqui já nos defrontamos com o novo paradigma, centrado na Terra e na vida. Não estamos mais dentro do antropocentrismo que desconhecia o valor intrínseco de cada ser, independentemente do uso que fizermos dele. Cresce mais e mais a clara consciência de que tudo o que existe merece existir e tudo o que vive merece viver.

Consequentemente, devemos enriquecer nosso conceito de democracia no sentido de uma biocracia ou democracia sóciocósmica porque todos os elementos da natureza, em seus próprios níveis, entram a compor a sociabilidade humana. Nossas cidades seriam ainda humanas sem as plantas, os animais, os pássaros, os rios e o ar puro?

Hoje sabemos pela nova cosmologia que todos os seres possuem não apenas massa e energia. São portadores também de informação, possuem história, se complexificam e criam ordens que comportam certo nível de subjetividade. É a base científica que justifica a ampliação da personalidade jurídica a todos os seres, especialmente aos vivos.

Michel Serres, filósofo francês das ciências, afirmou com propriedade: ”A Declaração dos Direitos do Homem teve o mérito de dizer ‘todos os homens têm direitos’ mas o defeito de pensar ‘só os homens têm direitos’”. Custou muita luta o reconhecimento pleno dos direitos dos indígenas, dos afrodescendentes e das mulheres, como agora está exigindo muito esforço o reconhecimento dos direitos da natureza, dos ecossistemas e da Mãe Terra.

Como inventamos a cidadania, o governo do Acre de Jorge Viana cunhou a expressão florestania, quer dizer, a forma de convivênicia na qual os direitos da floresta e de todos os que vivem dela e nela são afirmados e garantidos.

O Presidente Morales solicitou à ONU a elaboração de uma "Carta dos Direitos da Mãe Terra" cujos tópicos principais seriam: o direito à vida de todos os seres vivos; o direito à regeneração da biocapacidade do Planeta; o direito a uma vida pura, pois a Mãe Terra tem o direito de viver livre da contaminação e da poluição; o direito à harmonia e ao equilíbrio com e entre todas as coisas. E nós acrescentarímos, o direito de conexão com o Todo do qual somos parte.

Esta visão nos mostra quão longe estamos da concepção capitalista, da qual ficamos reféns durante séculos, segundo a qual a Terra é vista como um mero instrumento de produção, sem propósito, um reservatório de recursos que podemos explorar ao nosso bel prazer. Faltou-nos a percepção de que a Terra é verdadeiramente nossa Mãe. E
Mãe deve ser respeitada, venerada e amada.

Foi o que asseverou o Presidente da Assembléia, Miguel d’Escoto Brockmann, ao encerrar a sessão: “É justíssimo que nós, irmãos e irmãs, cuidemos da Mãe Terra pois é ela que, ao fim e cabo, nos alimenta e sustenta”. Por isso, apelava a todos que escutássemos atentamente os povos originários, pois, a despeito de todas as pressões
contrárias, mantêm viva a conexão com a natureza e com a Mãe Terra e produzem em consonância com seus ritmos e com o suporte possível de cada ecossistema, contrapondo-se à rapinagem das agroindústrias que atuam por sobre toda a Terra.

A decisão de acolher a celebração do Dia Internacional da Mãe Terra da Terra é mais que um símbolo. É uma viragem no nosso relacionamento para com a Terra, escapando do padrão dominante que nos poderá levar, se não fizermos transformações profundas, à nossa autodestruição.

Leonardo Boff é autor de Ethos Mundial: um consenso mínimo entre os humanos, (Sextante), Rio de Janeiro, e membro da comissão da Carta da Terra.