quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Motoristas de ônibus não respeitam cadeirantes

Crianças perdem consultas médicas, dada a insensibilidade desses profissionais

Yan, juntamente com muitos deficientes físicos (cadeirantes) que precisam usar transporte público em Fortaleza são os mais prejudicados nessa história toda.

Eu e meus sobrinhos, Ruan, 8 anos, e YAN, 9 anos, junto com minha irmã Aline, 23 anos, mãe das duas crianças, saímos de casa as 12:55, do dia 04 de Dezembro de 2009, para levar o Yan na ABCR para uma consulta de rotina.
Esperamos um ÔNIBUS COM ELEVADOR durantes mais de uma hora. Quando esperávamos um deles passou no sentido contrário (indo), na volta o motorista deu uma olhada pela janela e percebeu que ainda estávamos aguardando e desviou o percurso do ônibus. Estranhamos e mesmo com hora marcada ficamos aguardando o próximo. Depois de alguns minutos o segundo ÔNIBUS COM ELEVADOR passou, também no sentido contrário (indo), na volta o motorista faz o mesmo que o outro e desvia para a rua paralela.
Nós quatro ficamos que nem tolos! Minha irmã com os olhos cheios de lagrimas, eu com o coração na mão e as crianças nos perguntando porque eles não pararam.
Minha irmã e eu sabíamos a resposta: porque é fácil cumprir os nossos deveres, mas os direitos e as leis, não. Esses motoristas fazem isso porque são ignorantes e sabem que no bairro onde eles trabalham nada vai acontecer. Ninguém os denuncia e por isso mesmo fica.
OPS! Não foi a primeira vez que isso ocorreu e o YAN perdeu mais um consulta.
Espero que esse email chegue na caixa de mensagens de pessoas que possam ver esse caso com carinho e amenize essa situação.
Repassem!
--
Péricles Davy

Em 09/12/09, Francisco Vladimir escreveu:
Oi Davy, oi Jeane... Estou aqui tentando concluir uma monografia para ser corrida esses dias, mas paro para expressar minha indgnação.

Mais uma vez a Aline e o Jan pasam por uma dessas. Eu acho que não podemos ficar esperando por esses ônibus, Davy. Tem que pedir ajuda ao tio Zé, ao Raimudinho, eles tem carro e não se negam a leva-lo. Eu fico tão triste com essa coisa, e sei que eu estando aí não resolveria muita coisa, claro, tentaria evitar o constrangimento para eles. É doloroso.

O que fazer? Ir a prefeitura e falar com as pessoas que foram nossos companheiros de caminhada? Eu não acredito mais nesses meios... Estou cansado da mentira governamental (da direita e da esquerda). Por isso cada uma fica em seu mundo, cada um quer comprar o seu carro, sua moto, para não precisar usar o que é comum, porque o público não funciona.

Tem que dizer para as crianças que o ônibus não parou porque nós vivemos em uma sociedade onde só vale quem tem, em uma sociedade em que os governos usam nosso dinheiro para o bem pessoal. Vivemos em um Estado onde a corrupção está em nossa cara. Vivemos um tempo em que acreditamos em governos de esquerda, mas que não tem resolvido as situações mais simples para os pobres. Davy, proponho que você encontre hoje ou amanhã com a Jeane e faça um nota para ser publicada no boletim da AnotE - denuncie o sistema de transporte púlico da prefeitura -. Sei que em Fortaleza tem grupos que lutam pelos direitos dos deficientes, acho bom mandar um emeio para eles ou ir lá. Não sei, não é muito fácil, mas temos que gritar.

p.s 1. Sei de gente que usava o transporte publico da cidade e sempre reclamava, hoje usa os carros negros e vermelhos da prefeitura com ar-condicionado com direito a parar no bar para tomar uma cerveja.

p.s 2 Jeane, por favor, fale sobre esse caso com o conselheiro tutelar Aurélio. Não é um caso para o conselho tutelar? E obrigado pela ajuda.

p.s 3 Normalmente eu prefiro arranjar as coisas de um outra forma, não tornar em público situações como essa (quando envolvem pessoas de minha casa), mas já que meu irmão Davy tomou a iniciativa eu concrodo com ele. Eu prefiro pedir um carro emprestado, chamar algúem ou pagar um taxi - faço isso para evitar o constragimento. A Sena, o Hélio, o Dudé e Nenzinha, o tio Zé, o Raimundinho, sabem bem disso, eles me emprestam sempre o carro ou nos levam quando precisamos.

LIMA DA SILVA Francisco Vladimir
Student of Ecumenical Institute of Bossey / Journalist.

"Seja a mudança que você deseja ver no mundo".
"Be the change you want to see in the world" - Mahatma Gandhi -.

Ademir Costa escreveu em 09.dez.09:
Vladimir, Davi, Jeane, Aurélio, e amigos outros,

Compreendo a indignação de Vladimir e o desapontamento de todos. Comprendo sua reação de jogar tudo para o alto, de desprezo por companheiros e companheiras que já não correspondem aos compromissos assumidos na esfera pública como nós desejaríamos.
Minha compreensão me leva, porém, a discordar só um pouquinho. Tudo bem: no imediato resolvam com uma carona ou com um taxi. Mas no médio prazo, façam pressão em cima da empresa e da prefeitura, façam protesto na parada de ônibus, na praça do bairro, na praça José de Alencar. E me avisem, que se possível estarei presente. Com certeza, repassarei para colegas da imprensa fazerem a cobertura. Se quiserem fazer o protesto no Parque Ecológico Rio Branco, contem com o Movimento Proparque (nem falei com os companheiros e companheiras do movimento, mas sei que topam!). Gritar, gritar, gritar, sempre!!! O resultado pode não vir logo, mas virá, com certeza -- acreditem nisso. Vladimir, sei que você acredita, mas reagiu indignado e isso é normal, tem minha solidariedade.
Vamos lá, minha gente. Se formos cinco protestando, já será equivalente a um Maracanã cheio. Não podemos ficar só nas listas de e-mail. Isso já é bom, já é uma reação, mas ainda é insuficiente. O ideal é ir à praça, é ir aos meios de comunicação, mas ir também aos gabinetes com a denúncia escrita -- vocês têm o número do ônibus, a empresa e a hora!! Se denunciarmos, outros casos aparecerão também e "o caldo engrossa!"
O Parque Ecológico Rio Branco a que me refiro é aquele da Av. Pontes Vieira, pertinho do Kukukaya. Tem a vantagem de a gente ir pra lá estando em qualquer teminal de ônibus. Quem vier de Messejana e de Antonio Bezerra desce na Aguanambi, na altura do Hospital Antonio Prudente, anda três quarteirões e está no parque, na Pontes Vieira. Quem vem da Parangaba e do Papicu desce na frente do parque. Mas se quiserem, vamos à Praça do Ferreira ou à Praça José de Alencar. Eu ajudo no que estiver ao meu alcance.
Hoje à noite vou colocar esta denúncia e todas as "falas" daqui no blog http://ademircosta.blogspot.com. É mais um empurrãozinho. Divulguem. Se alguém não quiser ter seu nome divulgado, me avise e eu não coloco o nome, coloco só a mensagem.
Aguardo retorno. Abraço grande. "Fé na vida, fé no homem, fé no que virá. Nós podemos muito, nós podemos mais.
Abração.
Ademir Costa
Jornalista/Movimento Proparque
http://ademircosta.blogspot.com
http://movimentoproparque.blogspot.com


2009/12/10 Francisco Vladimir escreveu:

Caro companheiro Ademir,

Grato pela sua atenção, avaliação e indgnação.

Sim, você tem razão, não podemos resolver as situações com acertos...Concordo e aceito suas propostas.

Ao mesmo tempo expresso que tenho lutado coletivamente e discuto com minha família essas situações. É bem verdade que não podemos ficar em listas (também não gosto disso, prefiro ir pra rua - sempre faço a crítica). Acredito que esse momento é uma lição para os meus (minha família), acho que podemos aprender com isso, por exemplo, meu irmão Davy, disse: "acho que está na hora de nos juntarmos aos grupos que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência", para mim isso é um bom começo.

Eu não estou em Fortaleza por um longo tempo, estou fora estudando, mas, irei animar o pessoal continuar com protesto, ir a Etufor, prefeitura, atc. Agora mesmo irei encaminhar seu emeio para meu irmão.

Como você está? Sua família?

Um grande abraço, com estima, com amizade e gratidão.

Francisco Vladimir

Ademir Costa escreveu em 10.dez.2009:
Vladimir, tá tudo claro pra mim, como sempre esteve. Não pensei nada negativo a seu respeito, sinceramente. Quando disse que compreendia sua indignação, compreend(ia)o mesmo. Legal que seu irmão tenha proposto este "bom começo". Nas listas e fora delas. Tudo vale nas boa causas. O Tudo dentro do ético, claro.
Sei que você está fora. Torço para que a experiência traga os melhores frutos.
Que seu irmão, seus familiares decidam. Ajudarei.
Aguardo. Abração.
Bom Natal. Melhor que um ano, um bom século 21! -- Porque a gente merece, né?

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Ademir Costa
Jornalista/Movimento Proparque
http://ademircosta.blogspot.com
http://movimentoproparque.blogspot.com

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