domingo, 25 de abril de 2010

PAI NOSSO DOS MÁRTIRES














A execução de Zé Maria Filho, em Limoeiro do Norte, no Ceará entra no rol dos que tombaram por gritar pela vida. Sobre o assunto, veja outras postagens neste blog




Composição e interpretação: Zé Vicente

Pai nosso, dos pobres marginalizados
Pai nosso, dos mártires, dos torturados.
Teu nome é santificado naqueles que morrem defendendo a vida,
Teu nome é glorificado, quando a justiça é nossa medida.
Teu reino é de liberdade, de fraternidade, paz e comunhão.
Maldita toda a violência que devora a vida pela repressão!
Ô,ô,ô,ô, / Ô,ô,ô,ô!

Queremos fazer Tua vontade, és o verdadeiro Deus libertador.
Não vamos seguir as doutrinas corrompidas pelo poder opressor.
Pedimos-Te o pão da vida, o pão da segurança, o pão das multidões,
O pão que traz humanidade, que constrói o homem em vez de canhões!
Ô,ô,ô,ô, / Ô,ô,ô,ô!

Perdoa-nos quando por medo ficamos calados diante da morte,
Perdoa e destrói os reinos em que a corrupção é a lei mais forte.
Protege-nos da crueldade, do esquadrão da morte, dos prevalecidos
Pai nosso, revolucionário, parceiro dos pobres, Deus dos oprimidos!
Pai nosso, revolucionário, parceiro dos pobres, Deus dos oprimidos!
Ô,ô,ô,ô, / Ô,ô,ô,ô!

Pai nosso, dos pobres marginalizados.
Pai nosso, dos mártires, dos torturados.



CONFISSÕES DO LATIFÚNDIO


Por onde passei, plantei a cerca farpada, plantei a queimada.
Por onde passei, plantei a morte matada.
Por onde passei, matei a tribo calada, a roça suada, a terra esperada...
Por onde passei, tendo tudo em lei, eu plantei o nada.


Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da diocese católica de São Félix do Araguaia

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