domingo, 25 de abril de 2010

FÓRUM TRANSNACIONAL DA EMANCIPAÇÃO HUMANA

Recebi e lhe repasso como apoio na divulgação. O evento, sua origem e o histórico do Mivimento Crítica Radical em Fortaleza justificam a esperança de bons frutos desta semente.

Desafios culturais do Século XXI, limite histórico do capitalismo, crise global e seus desdobramentos no Nordeste e Brasil, devastação ambiental, o sujeito e suas aventuras, crítica radical, audácia antifetichista e nova relação social

PROJETO

Período: 01 a 05 de agosto de 2010

Local: Concha Acústica – Universidade Federal do Ceará - Fortaleza - Brasil

I – IDENTIFICAÇÃO DO EVENTO

Título do Evento: FÓRUM TRANSNACIONAL DA EMANCIPAÇÃO HUMANA - Desafios Culturais do Século XXI, Limite Histórico do Capitalismo, Crise Global e Seus Desdobramentos no Nordeste e Brasil, Devastação Ambiental, o Sujeito e Suas Aventuras, Crítica Radical, Audácia Antifetichista e Nova Relação Social.

Proponente: Instituto Crítica Radical – Fortaleza

Realização: Instituto Crítica Radical, Universidade Federal do Ceará – UFC e Universidade Estadual do Ceará – UECE.

Apoio: Outras Universidades, órgãos públicos e entidades

Duração: 48 horas

Período: entre 01 a 05 de agosto de 2010

Público Alvo: pesquisadores(as), professores(as), estudantes, trabalhadores(as),

integrantes dos diversos movimentos sociais, artistas, intelectuais e indivíduos em geral do Brasil e de vários países.

Conferencistas: Robert Kurz (ensaísta alemão e editor da Revista EXIT), Anselm Jappe (Doutor em Filosofia e Ciências Sociais, professor e ensaísta alemão), Roswitha Scholz (pedagoga, ensaísta alemã e editora da Revista EXIT), Tereza Ricci (Doutora em Literatura, professora e ensaísta italiana), Jorge Paiva (ensaísta e integrante do Instituto Crítica Radical de Fortaleza), Gérard Briche (Doutor em Filosofia, professor e ensaísta francês), Moishe Postone (Doutor em História, professor e ensaísta americano) e Richard Dawkins (Doutor em Biologia, professor e divulgador da ciência - a confirmar), James Lovelock (a confirmar), José Saramago (a Confirmar). Os (as) conferencistas são autores(as) de artigos e livros, alguns dos quais já publicados no Brasil.

Coordenadores do Evento – Maria Luiza Fontenele (Socióloga, professora aposentada da UFC e integrante da União das Mulheres Cearenses – UMC), Rosa Fonseca (Socióloga, Ms. em Educação e integrante do Grupo Crítica Radical) e Jorge Paiva (Instituto Crítica Radical).

Local do Evento - Concha Acústica da Universidade Federal do Ceará (UFC) – Fortaleza - Ceará - Brasil

II – O EVENTO

Fortaleza tem sido palco e origem de vários eventos anuais de dimensões e repercussões inéditas para a cidade e país. Entre elas cabe destacar: Seminário Internacional Crítica Radical, Superação do Capitalismo e a Emancipação Humana (CEFET- CEARÁ /2.000), Seminário Internacional Crítica Radical, Crise e Emancipação – Para superação da história das relações fetichistas (Bienal Internacional do Livro – Centro de Convenções/2004), Simpósio Internacional - De que amanhã se trata? Ciência, Cultura e Desafios Contemporâneos no Olhar da Crítica Emancipatória (SPBC – UECE/2005) e o Seminário FETICHISMO E EMANCIPAÇÃO - 150 anos dos Grundrisse (Karl Marx) e A Origem das Espécies (Charles Darwin) (UFC/2008).

A realização desses eventos sempre contou com um número significativo de participantes ensejando acalorados debates. Todas essas iniciativas fazem parte de uma proposta que vinha sendo desenvolvida pelo Instituto Filosofia da Práxis em parceria com universidades e outras instituições que, entrelaçando o mundo acadêmico e aqueles(as) que refletem e compõem os movimentos sociais, se propôs a discutir a realidade do mundo presente, a partir de um ponto de vista capaz de dar conta da crise real do que se tornou comum chamar o mundo globalizado.

No centro dos debates travados nesses eventos, a atualidade da crítica da economia política na ótica da teoria crítica radical, ou seja, com Marx para além de Marx, com particular ênfase na crítica do valor, da dissociação e do fetichismo da mercadoria e seu sujeito, centrada na crise da moderna sociedade produtora de mercadorias.

No segundo semestre de 2007, o Instituto e o grupo Crítica Radical lançaram a proposta de realizar em 2008, por ocasião dos 40 anos do maio de 68, em Paris, um encontro de caráter transnacional. O objetivo era debater a crise atual à luz da crítica radical do valor-dissociação, fetichismo e sujeito, bem como a necessidade da construção de um novo movimento social de caráter transnacional emancipatório para superar a história das relações fetichistas. A idéia era revisitar o maio francês, em particular o movimento situacionista, estabelecendo nexos com a teoria crítica radical na atualidade tendo em vista fornecer elementos para uma práxis inovadora em plano mundial. A proposta não se concretizou, mas oportunizou a que no primeiro semestre de 2008, uma equipe de integrantes do Instituto e do grupo Crítica Radical, participasse de várias reuniões e encontros na Europa (Portugal, França e Itália) e em seguida no Brasil (Rio de Janeiro e São Paulo) desenvolvendo esforços para a articulação desse encontro.
O abalo financeiro no segundo semestre de 2008 e seus desdobramentos, reflexo da crise da barreira histórica do sistema, gerou uma grande perplexidade entre economistas, executivos, teóricos de diversos matizes e ideólogos do capitalismo e sua modernização. Essa circunstância, sem dúvida alguma, contribuiu para despertar nas pessoas um interesse maior pelas análises que, com bastante antecedência, já vinham sendo feitas pela crítica radical.

No Fórum Social Mundial/2009, em Belém, a idéia da realização de um fórum transnacional antifetichista, apresentada num debate acerca da natureza da crise atual, contou com a adesão de um expressivo contingente de pessoas que participavam de uma acalorada discussão sobre a superação da crise. Neste espaço, foi debatida a urgente superação da paralisia do pensamento moderno e pós-moderno e construção de um novo movimento de transformação de toda a sociedade capaz de sair da imanência e ultrapassar o sistema produtor de mercadorias. Todos(as) presentes assumiram, com base nesse compromisso, a organização e realização de um fórum para o mês de agosto de 2010 em Fortaleza.

Vale ressaltar que essa proposta começa a ter uma grande amplitude na medida em que ao hoje Instituto Crítica Radical se somam outras entidades e instituições na promoção do evento em plano local, nacional e internacional.

Assim, a realização do evento proposto dá prosseguimento à tarefa de enfrentar a chamada “crise de paradigmas” que continua permeando a atual produção nas ciências humanas em suas diversas especializações. Com esse propósito discutirá as categorias fundantes do sistema produtor de mercadorias na ótica da crítica radical, englobando no debate as diversas contribuições e tradições dessa escola de pensamento que são originárias da percepção de um duplo Marx, ou seja, o Marx exotérico e o Marx esotérico.

III – JUSTIFICATIVA

O Fórum justifica-se, principalmente, pelo esforço de divulgar e debater as mais recentes elaborações, reflexões e pesquisas de uma crítica social avançada. Cabe destacar, em particular, o estudo e aprofundamento teórico da crítica radical do valor-dissociação, fetichismo da mercadoria, sujeito, trabalho, política, Estado, mercado, dinheiro, economia, direito, nação, etc. Desta revolução teórica constituiu-se um campo indispensável para uma crítica e uma práxis social inovadoras. O Fórum justifica-se também porque ampliará o alcance da divulgação dessas elaborações em plano mundial, estendendo para além-mar a concretização da atividade de extensão universitária e um momento para tornar público o resultado de pesquisas relacionadas ao instigante temário.

Tais elaborações remetem para a Inglaterra do século XIX, na época o laboratório mais avançado do modo de produção capitalista, onde a crítica radical descobre a célula germinal desse sistema, a mercadoria. Frente à dinâmica do capitalismo, cujo apogeu empolgou e modernizou o mundo e que hoje esbarrou no seu limite histórico, a crítica radical explica sua lógica com base no fundamento da produção burguesa, o valor-dissociação, bem como a natureza da crise atual.

No entanto, no mundo dominado pelo fetichismo da mercadoria, esta nova abordagem teórica apresentada nos Grundrisse com seu desdobramento principalmente no primeiro capítulo de O Capital atravessou os tempos como proscrita. O próprio autor dessas obras contribuiu para isso ao desenvolver a idéia da história como história da luta de classes cujo desfecho desembocou na modernização capitalista e, hoje, no seu colapso.

A interpretação da história como história das relações fetichistas permaneceu alheia e inquietante não só para o marxismo do movimento operário, mas também para a intelectualidade, em particular para socialistas e comunistas, bem como para membros dos partidos políticos, sindicatos, artistas, cientistas, trabalhadores, feministas, ecologistas, jornalistas, juventude, etc.

Mas, se antes inexistiam publicações, reflexões e práxis voltadas para essa teoria ainda desconhecida, hoje nos deparamos com uma situação completamente diferente e estimuladora. Agora, a atitude de reprimir, esconder e desqualificar a crítica radical do fetichismo começa a ser superada. E, com isso, irrompe um movimento teórico tendo como fundamento a negação do sistema; vem à luz a sua abordagem acerca da irracionalidade do moderno sistema produtor de mercadorias; surge, enfim, a critica radical que capta a lógica destrutiva do processo de acumulação capitalista em seus fundamentos e limites e aponta para a sua superação.

O desenvolvimento, a divulgação e o estudo desta teoria e a construção de um movimento social de novo tipo nela fundamentada, coincidem com o aprofundamento e acirramento da crise que traz à superfície os limites da lógica do sistema produtor de mercadorias. Evidencia-se, com isso, a possibilidade da superação do sistema capitalista, que surge, agora, compreensível e factível após a revelação dos seus segredos mais importantes.

Esses aspectos ganharão muito mais abrangência com a realização do Fórum Transnacional da Emancipação Humana que já vem despertando a sensibilidade, a curiosidade e a imaginação em todas as pessoas interessadas e preocupadas no desenvolvimento de atividades científicas e culturais voltadas para o conhecimento e enfrentamento dos desafios colocados para a humanidade e o planeta neste novo século.

A realização do Fórum pretende também contribuir de forma especial para uma maior e melhor apreensão do mundo dos que compõem os movimentos sociais, aqui e alhures, como uma forma de potencializar suas ações transformadoras.

IV – OBJETIVOS GERAIS

Apresentar e debater as idéias que fundamentam a análise do impasse da sociedade atual que desemboca no colapso do capitalismo e que, por essa razão, constitui uma ameaça à humanidade e ao planeta, cujo desfecho pode ser o autoaniquilamento da humanidade e a destruição da natureza. Isto reflete uma sociedade que, em conseqüência do fetichismo da abstração real do valor-dissociação, não tem consciência de si mesma, não decide livremente, não utiliza suas potencialidades, não consegue organizar diretamente sua própria forma de socialização. A causa desse fracasso foi captada e anunciada pela crítica radical cujo olhar, teórico e prático, se volta agora para a suplantação do sistema. No entanto, até agora não havia nenhuma convocação transnacional para superarmos essa situação. Mas, encarar e responder a estes desafios tornou-se incontornável. Nesse sentido, urge construirmos um ambiente favorável para o pensar e o agir emancipatórios.

Esse é o objetivo do Fórum Transnacional da Emancipação Humana.

Um fórum que pretende encarar o fundamento lógico do sistema, seu desenrolar no tempo histórico e sua barreira mundialmente apresentada pela crise atual. Um encontro que tem como fundamento a revolução teórica da crítica radical do valor-dissociação. Um evento que vai desencadear o processo de construção de um movimento social emancipatório que transcenda o sistema produtor de mercadorias e inaugure uma nova relação social. Uma oportunidade para o encontro do impensável com o impossível para ultrapassarmos a história das relações fetichistas. Enfim, um fórum que tem como objetivo a conquista da sociedade da emancipação humana.

Esses objetivos norteiam a realização do evento, certamente ampliado em suas pretensões pelo acúmulo do debate e da expectativa da contribuição de outros pensadores e/ou correntes de pensamento. Ao mesmo tempo objetiva-se a articulação de movimentos sociais, coletivos e instituições de ensino, pesquisa e extensão com vistas à construção de um novo movimento social transnacional emancipatório.

Com a realização deste Fórum Transnacional da Emancipação Humana se pretende avançar na compreensão crítica do mundo e fundamentar a atividade teórica e prática dos movimentos sociais que se colocam no terreno da transformação das condições de dominação fetichista sobre os seres humanos.

V – OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Contribuir para que integrantes dos movimentos sociais de vários países, em particular da nossa cidade e estado, possam apropriar-se da problemática decorrente de uma dominação sem sujeito que leva o ser humano a um não sabe, mas faz, convertendo-o em morto-vivo, conferindo um poder sobrenatural às mercadorias, através de uma abstração real que é o verdadeiro sujeito das relações humanas. Tal conceito de fetichismo, central na análise crítica radical da sociedade contemporânea, esboça os fundamentos de uma crítica social renovada, uma verdadeira revolução teórica que atinge inclusive aqueles(as) que não tiveram acesso a uma formação de tipo acadêmica, mas cuja experiência e reflexão lhes permitem apropriar-se e contribuir para a concretização dos objetivos gerais almejados.

Difundir novas idéias e conceitos abrangentes com base na crítica radical do valor, do fetichismo, da dissociação e das formas de práxis social a eles correspondentes, a fim de complementar a formação de profissionais de ensino e intelectuais ligados à área, bem como contribuir para a renovação da reflexão filosófica, histórica, ecológica, científica e cultural do Ceará, do Brasil e do mundo.

Integrar as ações de ensino pesquisa e extensão universitárias às reflexões e iniciativas práticas dos movimentos sociais inovadores.

Divulgar elementos significativos para uma compreensão crítica da nossa cultura e arte, tendo em vista sensibilizar o maior número de pessoas para a beleza e a diversidade cultural do nosso estado e país.

Fomentar um espaço permanente de confiança, camaradagem e cooperação entre indivíduos, grupos e movimentos sociais tendo em vista a criação de um movimento de caráter transnacional para uma ação comum coletiva na perspectiva emancipatória.

Contribuir para a realização desse encontro para discutir uma agenda comum e a organização de um movimento em rede, de caráter transnacional, no sentido da emancipação humana.

VI – METODOLOGIA:

Com o objetivo de fomentar o debate dessa nova abordagem teórica, cuja ausência é gritante na atualidade e, ao mesmo tempo, criar processos de organização e luta contínuos e agregadores, propõe-se uma metodologia com vistas a estabelecer uma dinâmica de conhecimento mútuo e discussão coletiva dos participantes do fórum no seu conjunto. O espaço da Concha Acústica com o entorno do Campus do Benfica da UFC constitui um ambiente mais do que apropriado para o livre debate desses desafios. No entanto, para garantir que o evento cumpra seus elevados objetivos ao abrigo do Sol e da chuva, a Concha Acústica que completa 50 anos (03/outubro/59) precisa de uma cobertura. O ideal seria comemorarmos seu aniversário com uma cobertura permanente conversível. Com isso, possibilitaríamos a realização de inúmeras outras atividades que poderão ser ali plenamente desenvolvidas.

VII – PROGRAMAÇÃO

– Até 01/08/10 – Realização de pré-fóruns como preparação aos desafios temáticos propostos numa combinação permanente entre reflexão e atividade.
– Dia 01/08/10 – Abertura do fórum com performance, música e filme (Assim caminhou a humanidade) e conferência sobre a temática geral.
– Dias 02,03,04 e 05 – Conferências, debates, mesas- redondas, encontros,
exposições, mostras, lançamentos, etc.
– Dia 05 – Encerramento do fórum com manifestações artísticas e culturais.

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