quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Povos indígenas realizam ato em Fortaleza

No dia 21 de agosto, será realizado, a partir das 16h, partindo da Praça José de Alencar em direção à praça do Ferreira, um ato contra a violação dos direitos indígenas. Com o lema "Nossos direitos estão sendo violados! Vamos lutar juntos! Não nos rendemos, nem nos vendemos!", os Povos Indígenas do Estado do Ceará, Brasil, juntamente com diversos movimentos sociais, ONGs, grupos de pesquisa das Universidades e de assessoria jurídica popular, advogados/as e militantes dos Direitos Humanos irão às ruas para denunciar e dar visibilidade às problemáticas que vêm sendo enfrentadas pelos índios no Estado.
Nos últimos anos, tem-se vivenciado um processo de tentativa de retirada de direitos conquistados por essa população e garantidos constitucionalmente após anos de perseguição, violência e negação da existência e da cultura indígena.

No Ceará, a situação é evidenciada pelos conflitos existentes entre interesses privados e diversas etnias, tais como: o conflito entre os Tremembé de São José e Buriti e o grupo Nova Atlântida, que pretende construir um grande empreendimento turístico imobiliário nas terras habitadas secularmente pelos índios (atualmente a construção da obra está embargada por uma liminar concedida pela Justiça Federal e confirmada pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região de Recife); em Caucaia, a oligarquia Arruda, há décadas no poder municipal local, entrou com um mandado de segurança pedindo a anulação do processo demarcatório das terras dos Tapeba, que já lutam há três décadas pela sua demarcação; em Aquiraz, os Jenipapo-Kanindé estão em conflito com o grupo Ypióca, por conta da poluição e retirada da água da Lagoa da Encantada nas terras da Aldeia; em São Gonçalo do Amarante, desde a construção do Porto do Pecém, a situação dos Anacé vem agravando-se (o empreendimento já ocasionou a expulsão de três comunidades e ameaça grande parte das terras por eles ocupadas, além de gerar fortes impactos ambientais); em Maracanaú, os Pitaguary estão ameaçados judicialmente de perder parte de suas terras para um posseiro que ocupa indevidamente um espaço de 600 ha no meio da aldeia Santo Antônio dos Pitaguary.

Tais fatos somam-se à problemática dos índios do sertão que, em municípios como Crateús, Monsenhor Tabosa, Poranga, Quiterianópolis, Novo Oriente e outros, vivem situações de intenso conflito, por conta do da identificação indígena desses povos e da demarcação de seus territórios.

A maioria desses empreendimentos e empresários contam com apoio e incentivo do aparelho estatal, que privilegia os grandes projetos que agravam a concentração de renda e geram enormes impactos negativos ao meio ambiente, em detrimento da sobrevivência e da garantia dos direitos das populações tradicionais.

Diante desse contexto, rompendo o silêncio em relação às problemáticas que vêm sofrendo em todo o país, os Povos Indígenas manifestam-se afirmando sua cultura, sua existência e seus direitos.

Contatos: Madalena Pitaguary (85)88196008 / Nailton Tapeba (85)87664863 / Conceição Jenipapo-Kanindé (85)91130429 / João Paulo Érico Malatesta (Historiador) (85)88530702

Jornalista responsável:
Aline Baima (Jornalista Mtb 1702 JP-CE) (85)88585903

Um comentário:

  1. legal!essa paginma é boa para uma pesquisa escolar!!!.............................

    ResponderExcluir