sábado, 22 de maio de 2010

Chapa Transformação Coletiva entra na Disputa pela Diretoria do Sindicato dos Jornalistas

A chapa Transformação Coletiva está registrada para concorrer à diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará. Mozarly Almeida é a presidente do grupo e, nesta entrevista, fala de sua vida e das propostas do grupo.


Perfil da Mozarly, publicado no site liberdade digital


http://liberdadedigital.com.br/2010/04/13/eleicoes-2010-perfil-dos-pre-candidatos-ao-sindjorce/


*Mozarly Almeida*

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*TRAJETÓRIA PROFISSIONAL* – Ingressou no Jornal Diário do Nordeste, em outubro de 1981, logo após sair da faculdade, onde permanece até hoje, como redatora da editoria de Cidade. Teve passagens, como repórter, em editorias como Caderno 3, Regional e Política; foi repórter especial, subeditora e editora interina de reportagens especiais em diversas ocasiões; foi ainda subeditora de Cidade.
Mozarly Almeida também tem uma vasta experiência em assessoria de comunicação. Fez parte da Assessoria de Imprensa da então Prefeita Maria Luiza Fontenele. Assessorou órgãos do Município, como o Instituto de Previdência do Município (IPM), e do Estado, como a antiga Autarquia da Região Metropolitana de Fortaleza(Aumef) e a Superintendência do Desenvolvimento Urbano do Estado do Ceará (Sedurb).
Também integrou a Assessoria da Federação da Indústria do Estado do Ceará (Fiec). Trabalhou como assessora parlamentar de deputados de esquerda. Prestou serviço como assessora de comunicação ao Sindicato dos Eletricitários (Sindeletro). Durante longo período, foi funcionária do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações (Sinttel) e do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Saneamento do Estado do Ceará (Sindiagua).

*PRÊMIOS* - É detentora de diversos prêmios de reportagens, sobretudo na área da infância e de denúncias sociais. Premiações:
2008 – Prêmio Imprensa CRO Saúde Bucal (2º lugar) com a série de reportagens “Práticas Integrativas e Alternativas na Odontologia”. Promovido pelo Conselho Regional de Odontologia do Ceará.
2006 – Prêmio ACI de Jornalismo para reportagens “Aprendizagem Infantil”. Promovido pela Associação Cearense de Imprensa (ACI);
2006 – Finalista no Prêmio IGE de Jornalismo (nacional) com a série de reportagens “Educação Infantil”.
2006 – Finalista no Prêmio Esso de Jornalismo com a série de reportagens “CPI do Extermínio”, em equipe;
2004 – Prêmio Nacional BNB de Jornalismo na categoria Mídia Impressa, feito em equipe, com as reportagens “Agricultura Familiar”.
2003 – Troféu José Raymundo Costa em reconhecimento à produção jornalística e concedido pela Câmara Municipal de Fortaleza;
2003 – Finalista no V Prêmio Imprensa Embratel com a série “Violência”.
2003 – Prêmio de Jornalismo Anote para a reportagem “Órfãos do Cárcere” (2º lugar).
2003 – Prêmio de Jornalismo Anote para a reportagem “Violência” (3º lugar). Promoção: Agência de Notícias Esperança (Anote).
1999 – Prêmio Anote de Jornalismo para a série de reportagens Trabalho em Crise.
1998 – Comenda de Honra ao Mérito pela série de reportagens “Delegacias: a Lei do Descaso”, concedida pela Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol).
1993 – Prêmio para reportagem sobre o “Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)” concedido pela Secretaria de Imprensa e Relações Públicas d a Prefeitura de Fortaleza.
1992 – Prêmio Chapéu de Palha para a série de reportagens “ Degradação Ambiental – Desertificação, um obstáculo a mais na vida do sertanejo”, concedido pela Conferência Internacional sobre Impactos de Variações Climáticas/Desenvolvimento Sustentável.
1990 – Prêmio ACI para série de reportagens “Maus-tratos na Infância”.
Livros: A jornalista tem participação em três livros. Dois deles enfocam o comportamento da imprensa na abordagem da Aids; o último, é um livro publicado na Itália sobre Leonardo Boff. A entrevista feita por Mozarly Almeida com Boff abre a publicação italiana sobre a vida desse expoente no Brasil da Teologia da Libertação, punido pelo Vaticano.
Congressos: Participou de diversos encontros estaduais e congressos nacionais de jornalistas, bem como de encontros de assessores de imprensa locais e nacionais. Tem vasta participação, ainda, em cursos, seminários e simpósios da classe.

*ENVOLVIMENTO COM A CATEGORIA* – A candidata pela chapa de oposição participa das lutas da categoria desde formada, em 1981. Estando ou não na diretoria da entidade (já compôs três gestões), sempre se posiciona em seu local de trabalho na defesa dos interesses dos trabalhadores. Participou, ativamente, das duas greves realizadas pelos jornalistas do Estado: a primeira em 1985, de cinco dias, e a segundo em 1988, de 15 dias.
No ano passado, contudo, posicionou-se contrária à proposta de greve apresentada por membros da atual gestão do Sindicato, por considerar a ideia prematura diante do quadro de inteira desmobilização da categoria. Com firmeza, expôs, em assembleia geral, seu temor de que, em caso de decretação de uma greve diante da falta de mobilização para tanto, categoria e entidades saíssem desmoralizados e enfraquecidos daquele processo. Sua tese, infelizmente, foi comprovada poucos dias depois.
O currículo de Mozarly Almeida inclui o cargo de secretária-geral e presidente interina do Sindjorce durante cerca de seis meses.
Também já integrou três mesas de negociação entre sindicato laboral e sindicato patronal, como representante da categoria, durante campanha salariais dos jornalistas.
No Sindjorce, integrou, ainda, a Comissão de Direitos Humanos e a Comissão Estadual de Assessores de Imprensa.
Cotada para disputar a presidência, há quase seis anos, optou por se coligar com o companheiro Valdélio Muniz na chapa “Coletiva”, de oposição.
Atualmente, de novo estimulada por colegas de profissão e por lideranças da categoria, aceitou o desafio de compor uma chapa para o Sindjorce. A decisão de liderar esse movimento foi tomada após avaliação e discussão em grupo, contando com o apoio inestimável de companheiros como Ademir Costa, Valdélio Muniz e Carmina Dias, dentre outros. De lá pra cá, muitos outros colegas vêm se somando, enriquecendo esse processo com suas ideias e boa vontade de participar dessa opção política que visa à renovação da diretoria da entidade e à transformação das práticas e atitudes em relação à categoria, aos estudantes, ao patronato e à sociedade.

*PROPOSTAS PARA A CLASSE* – Seguindo uma decisão adotada em grupo, optou em participar da elaboração de um plano de atuação para a diretoria do Sindjorce mediante um processo que envolve reuniões abertas com os colegas jornalistas. O objetivo é ouvir os anseios da categoria e democratizar esses debates. De antemão, já é possível adiantar pontos consensuais sugeridos nesse plano em elaboração, tais como:
Em âmbito nacional, a luta pela garantia da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão.
Em âmbito local:
- A defesa da recuperação das perdas salariais dos jornalistas;
- Pelo respeito ao profissional, inclusive em Assessorias de Comunicação;
- Defender a implementação de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários para os jornalistas cearenses. A ideia é negociar com as empresas um PCCS básico (com propostas centrais valendo para todos), que possibilite uma melhor remuneração, conforme desempenho, experiência, capacitação e formação profissional, tais como especialização, mestrado e doutorado. A categoria deve ser ouvida com relação a essa proposta.
- Transparência nas ações do Sindicato, com prestação de conta acessível a todos os associados;
- Atividades sociais e de lazer que visam reaglutinar a categoria em torno de sua entidade. Assim, buscaremos firmar convênios com restaurantes, casas de entretenimento e livrarias para que o jornalista possa ter mais acesso aos bens culturais da cidade;
- Inserção do Sindjorce nas campanhas da sociedade civil organizada por um mundo mais justo e igualitário (direitos humanos sociais, econômicos e culturais, meio ambiente, respeito às etnias, questões de gênero);
- Manutenção do Bloco Matou a Pauta;
- Cuidar da formação permanente dos jornalistas por meio de cursos rápidos de atualização e incentivos à participação nos programas de pós-graduação afetos à área;
- Analisar opções e implementar um plano de saúde para jornalistas, inclusive em assessorias;
- Outro campo de luta será buscar algo especial para nossa aposentadoria. Temos recebido sugestões e vamos aprofundar nossas articulações neste sentido: brechas na legislação ou partir para uma proposta de regulamentação de uma aposentadoria própria dos jornalistas;
- Buscaremos atacar em sua gênese as doenças decorrentes do trabalho com o computador, tais como LER, estresse, depressão, hipertensão e outras que têm acometido colegas mesmo na juventude. São moléstias perniciosas e devastadoras, de que não tomamos consciência por seu avanço silencioso. No campo da saúde, faz-se urgente uma ação conjunta de sindicato e empresas para promover melhoria na qualidade de vida do trabalhador;
- Vamos trabalhar pela realização de concursos públicos como forma de ingresso de jornalistas em órgãos governamentais, fazendo valer a Constituição brasileira. Também defenderemos que estes órgãos e as assessorias paguem, pelo menos, o piso salarial da categoria;
- Incentivar a criação de prêmios para diagramadores e ilustradores.
- Reativar a comissão de repórteres-fotográficos e cinegrafistas.
- Criar representações regionais do Sindicato em Sobral e Juazeiro.
- Abertura de canais de negociação visando sindicalizar todos cinegrafistas no Sindjorce.
- Outro ponto não menos importante é a busca de jornalistas hoje afastados da entidade. Nossa proposta, inclui, a superação da inadimplência e a realização de campanhas de (re)sindicalização.

* O PAPEL DAS NOVAS MÍDIAS NO SINDICATO* – As redes sociais são uma importante interface de comunicação que aproveita as novas tecnologias e cria um diferencial dos canais tradicionais como a TV o Rádio e a Mídia impressa. O Sindicato vai estar atento aos canais de mídia via Internet, como a webtv, quanto à qualificação dos profissionais que atuam nessas mídias, cujo nível de exigência deve ser o mesmo utilizado para os canais tradicionais. No que diz respeito a sua utilização, o Sindicato deve estar o mais próximo dos seus sindicalizados e essa interação deve com certeza, beneficiar-se de todos os avanços tecnológicos, tais como twitter, orkut, facebook, blogs, podcasts e, claro, o próprio site da instituição. As novas mídias abrem a possibilidade de elaboração e publicação para pessoas que de outra forma estariam sujeitas a serem apenas ouvintes, telespectadores, leitores de sempre. De consumidor de notícias, informações e conteúdos, um grande número de pessoas passa a ser produtor de conteúdos. Estes espaços, por sua própria natureza, não carecem de jornalistas profissionais. Daí mais uma vez o sindicato é desafiado a ir além da corporação para pensar as possibilidades da comunicação nos dias de hoje. Vamos estabelecer na categoria um fórum para a discussão de como os profissionais se inserem/vão se inserir nesse contexto.

Há, neste particular, a chamada convergência das mídias. Nesta, as empresas estão explorando ao extremo a nossa força de trabalho, sem a correspondente remuneração. Observe: você trabalha para um jornal ou TV que circula no suporte tradicional e tem igualmente sua página na internet. Além do texto, o jornalista de impresso está sendo cobrado para produzir pequenos vídeos com entrevistas. Isso significa trabalho a mais, pelo mesmo salário. Quando os jornais locais tinham sua “versão tabloide” o mesmo texto era usado nos dois veículos. Jornal, rádio e TV convencionais colocam a produção do jornalista de um veículo em outro e destes, nas respectivas versões eletrônicas acessadas em “sites”. Vamos discutir aqui e recolher reflexões de outros sindicatos. Faz-se necessário criar mecanismos pelos quais os jornalistas sejam remunerados por cada forma de utilização de seu trabalho pelos conglomerados de mídia. Esta questão requer, com certeza, uma posição nacional da categoria, levando em conta até a experiência internacional. Abrir o debate com outros setores da sociedade sobre a democratização da comunicação é uma urgência da qual não iremos nos furtar.

*RELACIONAMENTO COM ESTUDANTES DE JORNALISMO* – Temos a consciência de que o estudante de hoje é o jornalista de amanhã, portanto, estabelecemos como uma de nossas prioridades a interlocução frequente com professores e alunos das sete faculdades de Jornalismo atualmente instaladas no nosso Estado (UFC, Unifor, FIC, Fanor, FGF, Fac. Cearense e Fa7). Entendemos que o Sindjorce precisa estar mais presente nas faculdades, apresentando-se aos mestres e futuros profissionais, estimulando a discussão sobre a qualidade dos cursos, sobretudo neste contexto de inexigibilidade de diploma (que esperamos, seja passageiro), mostrando a relevância da formação específica como diferencial num mercado que prime pela qualidade e destacando a importância da entidade de classe para a defesa dos interesses da categoria. Como forma de estimular o engajamento dos estudantes, pretendemos instituir o mecanismo de pré-sindicalização como forma de trazer os acadêmicos de Jornalismo para as discussões sindicais (reuniões ordinárias e assembleias), com direito a voz e a descontos especiais em eventos, cursos e outras promoções do Sindicato ou das quais a entidade seja parceira. Entendemos que estágio deve ser discutido honestamente com professores e estudantes e reconhecemos sua importância para a formação dos novos profissionais, mas temos a clareza de que eventuais abusos cometidos devem ser enfrentados, sem, no entanto, desviar para o estudante o foco de uma (ir)responsabilidade que seja das empresas.

*NO QUE ESTA CANDIDATURA É DIFERENTE DAS DEMAIS *- Na clareza de ideias, no desejo de transformar o relacionamento da entidade com os jornalistas, com os estudantes, com o patronato e com a sociedade; na compreensão de que o Sindicato precisa falar a mesma linguagem da categoria, sem se desviar do seu papel de mobilizador de ações políticas em prol de seus associados; na firmeza e determinação com a qual deseja implementar a luta de uma categoria superexplorada pela classe patronal.

*EXPECTATIVA SOBRE A CAMPANHA* – Desejamos que a campanha transcorra dentro do respeito ao outro; que os oponentes não pratiquem a tese de que “em campanha vale tudo”, em detrimento da verdade e do direito da categoria a uma campanha pautada por ideias e propostas políticas voltadas para os interesses classistas. Em uma palavra, isso significa uma campanha da ética.

Um comentário:

  1. Muito bem Mozar, agora é trabalhar na campanha e depois colocar as ideias em prática. Com trabaho e companheirismo tudo é possível. Boa sorte. Parabéns pela coragem.

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