segunda-feira, 7 de julho de 2008

A FORÇA DO MACHO E A DOCURA DA FÊMEA

A tentação de descer à violência fácil, quando o diálogo pode contribuir para o mundo sustentável

1. Estamos chegando a uma idade na qual nos ronda o perigo de nos acomodarmos. Cuidemos em resistir a essa tentação!

2. O diálogo é o caminho, não tenho dúvidas, desde 1976, quando li Paulo Freire. Mas o diálogo precisa ter base técnico-científica e humanístico-folosófica, para não sermos peças nas mãos dos poderosos de sempre.

3. Precisamos unir o ímpeto da juventude à serenidade dos estudiosos; a ousadia à prudência, a firmeza à flexibilidade, a agressividade à não-violência.

4. Ser pacífico (não-violento) é diferente de ser passivo ante a violência de e contra outrem. O pacífico precisa ser enérgico às vezes, ao demonstrar sua indignação frente à realidade (Da Bíblia: Cristo que derruba as mesas dos cambistas no templo. Guevara: ser firme “sem perder a ternura”). Visto por outro ângulo: mesclar a força do macho e a doçura da fêmea.

5. Estas posturas decorrem da convicção de que o outro é igual a você e você é igual ao outro (No lugar dele, você não faria o mesmo? Por-se no lugar do outro é, às vezes, água na fervura do ódio). A sociedade exaspera o valor liberdade, esquecendo o valor igualdade.

6. Estas posturas não-violentas parecem ser a única via segura para a fraternidade (paz). Como criar a paz sob os escombros da injustiça, das mortes (físicas ou morais). Sangue lava sangue? A rigor, cada homem/mulher quer ter no outro/a um/a irmão/ã. No íntimo do tirano há um ser que clama por irmandade, mesmo que ele não saiba disso e até o negue.

7. Estas posturas são necessárias para alcançar a liberdade radical. Liberdade sem escravos significa liberdade para todos (democracia). Não é liberdade para um (tirania), nem liberdade para poucos (oligarquia).

8. Gentileza reler de cima para baixo as palavras em negrito. Ainda não vivemos o ideal da revolução francesa.

Desafio grande, não?

Resposta 1

Acomodação não depende apenas de idade. Ela pode ocorrer em qualquer idade.

O diálogo é o caminho, desde que feito com transparência e sinceridade.

Violência é uma ferramenta primitiva. Muito primitiva.

Tem razão quanto à diferença entre pacífico e passivo. Já li até um texto que dizia algo como “ser duro com alguém não significa necessariamente ser contra esta pessoa. Ao contrário”. Mas, de qualquer forma, há uma diferença grande entre ser duro e bruto.

Sobre o tópico 6, lembrou-me um conceito que me ocorreu certa vez: o bem como tentação. Ou seja: também é possível ocorrer uma tentação do bem. Alguém pode sentir-se tentado a fazer o bem.

Cada vez que compreendo mais o significado de democracia, mais vejo que ela se distancia cada vez mais. Infelizmente.

Sds,

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