quarta-feira, 2 de julho de 2008

DÁ PARA ASSINAR ESTA PETIÇÃO DE DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO?

Companheiros, EcoAmigos, irmãos de caminhada,

Não dá para assinar esta de descriminalização do aborto.

Quando a vida não tem valor, o que mais é valor?

Perfilo-me ao lado dos que primam pela vida e argumentam que todos os meios devem ser usados para salvá-la. Não por questão religiosa, mas por argumento laico mesmo. Apenas racional. Se defendemos a vida do mico leão dourado, da ararinha azul, da Terra, por que iríamos desprezar a vida de UM ser humano? Este é o fundamento principal de minha posição. Todos os argumentos a favor do abordo caem frente a este, porque secundários.

Ao defender o abordo (feito por baixo dos panos ou sob o amparo da descriminalização), as pessoas se esquecem de pontos básicos:

  • a vida em primeiro lugar:
  • a pessoa pode ser educada para conter seus impulsos e usar a faculdade de fecundar na hora em que tenha condições de criar o resultado de seus atos (a cultura capitalista mercantilista de hoje prega o prazer exacerbado, para vender mercadorias e "serviços");
  • há meios para evitar a concepção (se falta acesso a eles, lutemos pelo acesso, não pela eliminação da vida concebida);
  • homem e mulher são responsáveis pela concepção. Exceção: no caso de estupro, o homem é responsável pela concepção, mas a mulher, não. Neste caso, como em regra o homem se esconde e a mulher fica só, a legislação já permite o aborto (embora, ainda aqui, haja a eliminação de uma pessoa);
  • discutir sobre o momento em que o ovo se torna pessoa é escamotear a questão. O ovo (óvulo + espermatozóide, para quem esqueceu) é uma pessoa com potencial para ser um homem/mulher de bem ou alguém medíocre ou até um maníaco). Este potencial está ali, após a concepção, da mesma forma que está no recém-nascido. Se a semente for aguada (condições familiares, sociais, educacionais...) a pessoa desabrocha. Se não forem dadas as condições, a pessoa não desabrocha: nem no dia da concepção nem aos 20 anos, ou mais, depois da concepção.

Precisamos garantir condições para a vida desabrochar, "da concepção à morte natural". Repito: sem que aqui haja qualquer resquício de fé. Esta conclusão é raciocínio humano (filosófico, se quiser) puro. É este raciocínio que fundamenta nossa luta socioambiental, nosso ideal de uma sociedade igualitária. Ou é só a luta de classe? Ou é a campanha eleitoral? Se os motivos forem menores, um dia você poderá se decepcionar com eles e abandonar a luta, da mesma forma que esquerdistas de ontem caíram fora do barco e se tornaram os mais ferrenhos reacionários (kkk). Ou você não conhece exemplos desses desertores?

Um abraço pela vida!

Ademir Costa

Jornalista Amigo da Criança, membro da ONG Movimento Proparque

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